CAPÍTULO OITO

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Suas duas primeiras semanas de estágio na editora tinham chegado ao fim, já estabelecendo um padrão de afazeres para as outras.

A terceira semana de trabalho na Meraki passara tão rápido quanto a primeira e Olivia só conseguia pensar na mesma coisa que passara toda a semana pensando.

Onde ele estava?

Não era como se ela ligasse, ou se preocupasse. Mas não via Thomas desde o "incidente" do café e isso deixou ela um pouco incomodada. Não se atrevia em perguntar o paradeiro dele para ninguém, primeiro porque não era da sua conta e segundo porque não deveria nem ao menos querer saber onde ele estava, e terceiro: era até bem melhor assim, sem a presença infame daquele indivíduo rodeando ela.

O que ela não percebia era que, acabava por se encontrar de esguelha em algumas conversas quando pensava escutar o nome dele. O que a deixava muito irritada consigo mesma. E agora mais do que nunca, o odiava, percebendo que até quando não estava presente, dava um jeito de perturbá-la em seus pensamentos.

Era sexta-feira, e ela desligava o computador para ir embora, enquanto colocava os fones grandes na cabeça.

— Tchau, Olivia! — escutou uma voz e logo viu Jade passando por ela, se despedindo.

— Tchau, Jade! — quando viu que o notebook desligou, colocou sua playlist favorita no celular e apertou bem os fones contra as orelhas.

Tocava uma de suas músicas favoritas.

Enquanto andava pelo corredor em direção ao elevador lateral na parede, arriscou cantarolar quase inaudivelmente a música.

Apertou o botão, e o elevador abriu-se na mesma hora. Entrou, bloqueando o celular para depois colocá-lo no bolso. Clicou em térreo e seus olhos naturalmente viraram para a imagem fora do elevador.

Ele.

Vinha andando firme em direção ao elevador. Estava tão bonito quanto qualquer outro dia, o terno cinza marcava o corpo do homem. Em um momento de delírio, ela até pensou como seria por debaixo daquela roupa. De longe ela conseguia perceber os olhos intrigantes do homem e a boca cerrada, o semblante incrivelmente sério.

Olivia sentiu os pés afundarem no chão. Não esperava ver ele agora, ali, sozinha. Ela era sim, orgulhosa. Mas estaria mentindo se dissesse que aquele homem não mexia nenhum pouco com sua segurança. Permaneceu imóvel, enquanto a música continuava a tocar no fundo. Ele andava decidido ao elevador. Quando faltavam poucos passos para conseguir entrar, as portas se fecharam, não antes de Olivia olhar fundo nos olhos de Thomas e deixar a boca formar um sorriso falso. Ela poderia ter segurado o elevador pra ele. Mas preferiu não fazer isso. Assim ele poderia pegar um elevador todo pra ele, como de costume. A última coisa que ela viu fez o dia valer à pena, a enorme cara de tacho de Thomas Meraki.

Quando Você Me Toca (Degustação)Where stories live. Discover now