Chuva

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Era verão. Sol quente, suor escorrendo, roupa grudando. Odeio verão. Tudo fica ruim, tudo é ruim. O dia se torna mais longo e as noites mais curtas. Noites curtas mal dormidas. Mosquitos irritando a pele e pesadelos atordoando os pensamentos. Nada de bom tem no verão. Exceto a chuva. O dia começa com o sol chamuscando as calçadas, secando as roupas e clareando as casas. Logo se torna cinza, sem cor e com nuvens. E então la vem ela, densa como nunca vista, molhada e gelada. Chuva que cai na cabeça e escorre pelo corpo, trazendo toda a alegria que tinha ido embora. Roupa grudando na pele queimada pelo sol, cheia de furinhos vermelhos causados pelos mosquitos. Chuva que traz esperança e aconchego novamente, mostrando que nem tudo esta perdido. A famosa chuva de verão, que chega tão inesperada e que é recebida com tanto afeto. Vem e não vai mais embora. Escorre pelo corpo mas permanece. Faz a roupa grudar e não seca. A chuva que fica, a chuva que anima.

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