CAPÍTULO 19 - Alex

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Eu não podia acreditar no que eu tinha acabado de ouvir, ainda atordoado, ajoelhado aos pés de Chelsea, com um pequeno público reunido ao nosso redor esperando por um desfecho feliz naquela história, eu olhava para a mulher que eu amava, chorando, esperando por uma reação minha.
Mas o que ela queria que eu fizesse? Nossa, que louco! Eu despenco até Nova York pra pedir a mão dela em casamento, simplesmente isso! E de repente, isso não é nada! E ela me fala que está esperando um filho meu!
Porra! Eu amo essa mulher mais que tudo! E agora, ela tem um pedaço de mim dentro dela. Mas caramba! Eu não esperava por isso!
- Chechels - gaguejei. Me levantei segurando uma de suas mãos e olhei no fundo dos olhos dela. - Eu acho que to pirando - eu ri, sem humor algum - Mas eu pareci ter escutado você dizer que está grávida?!
- Não, Alex. - ela fungou - Você ouviu mais que bem. Será que nós podemos conversas em particular? - Chelsea estava séria, mas ainda continha uma forte emoção em seu olhar.
- Clclaro, vavamos sim. - fomos embora dali ouvindo um "aaaaah" triste das pessoas ao nosso redor. Eles estavam decepcionados, assim como eu, e alguns até tinham a audácia de murmurar um "Vai aceitar casar com o trouxa só porque tá grávida" ou "Ih, tá grávida. Mas aposto que o filho nem é dele". Olhei paras as caras daquela gente e mil coisas começaram a passar pela minha cabeça. Será que aquele filho era meu? Tipo, ela tinha lá seus 'relacionamentos' e ela esteve dois meses longe de mim. Ela podia muito bem ter engravidado de um filho da puta nova-iorquino qualquer..

Eu a segui até que estivéssemos dentro de um restaurante árabe, bem tranquilo. Chelsea pediu um prato, e eu pedi apenas bebida. Ela estava nervosa, assim como eu. Ambos encurralados; um criando coragem para ouvir as respostas que estavam por vir, e o outro tendo que encontrar coragem para pronunciar as palavras a serem respondidas.
- Alex.
- Chels. - dissemos em uníssono.
- Pode falar. - ela disse, cautelosa.
Nossa, minha cabeça tinha mil e uma perguntas a serem feitas, inúmeros questionamentos. Sobre a gravidez, sobre a paternidade da criança, mas acima de tudo, tinha uma questão pendente que mesmo depois de meses, ainda martelava na minha cabeça.
- Porque, Chelsea? - ela levantou seu olhar para mim, sem conseguir compreender o que eu estava dizendo - Porque você fugiu de mim naquela noite?
- Alex, eu nunca menti pra você. Sempre priorizei a verdade, e eu sempre gostei de deixar as coisas claras, principalmente entre nós dois. Você sabia que tínhamos um contrato a ser seguido, e qual seria o nosso tipo de relacionamento. Eu numca tive motivos para você duvidar disso, ou pensar que seríamos um casalzinho feliz. Pelo menos por minha parte eu tentei passar isso pra você. - ela me encarou - Mas Alex, os dias foram passando e eu fui percebendo que você estava tentando contornar a situação, você estava começando a gostar de mim, e aí eu fiquei louca. Pensei diversas vezes em quebrar o contrato, pensei em te dizer pra sumir da minha vida, pensei em te dar o emprego na segunda semana e desistir do que estávamos vivendo. Só que eu também fiquei mexida, pela primeira vez eu senti algo. Pela primeira vez meu coração tentou falar mais alto que a razão. Se fosse uma dominação qualquer, eu bateria toda vez que você falasse quando não era permitido, te puniria quando me beijasse, ou quando tentasse ser romântico comigo, me levando para almoçar sem minha permissão. Eu iria te calar e te humilhar. Fazer você virar a poeira do chão onde eu piso. Mas quem disse que eu consegui? - ela sorriu, triste - Eu olhava pra você e achava fofo você se preocupar comigo, gostava quando você me ouvia, quando você era meu amigo, e principalmente, quando você ficou ao meu lado ao saber a verdade sobre mim. Não suportaria te machucar, de propósito, claro que por prazer tudo bem, mas machucar você, sabendo que isso ia ferir alguém que eu de alguma maneira nutria sentimentos? De maneira nenhuma! - levantei uma de minhas mãos e pus sobre a mão dela, acariciando-a, confortando-a. - E aí, eu voltei a ser Chelsea White, a dominadora fria que comanda um império. Conversei com Suzie e expliquei a situação pra ela, e claro, ela quase me matou! - ela ria, acanhada. - Acho que ela gosta de você, garotão! Bom, eu disse a ela que o melhor a se fazer era eu vir pra cá, ficar longe de você. Tudo já estava planejado; eu te daria o cargo na empresa, e me afastaria pra sempre. Eu não queria que depois dos trinta dias você ficasse me rodeando, tentando se aproximar de mim; eu não suportaria olhar pra você e não poder te tocar. - as lágrimas voltaram a manchar seu rosto - Eu desisti de nós Alex..
- Não Chels.. shhhh! - Acariciei seu rosto. - Você pode ter desistido, mas eu não desisti de você! - Ela voltou a se concentrar em mim - Aquela noite quando eu fui até seu apartamento, eu também já tinha planejado tentar algo com você, eu queria poder te mostrar o quanto eu te amava, e quando você me deu aquela oportunidade, eu pensei que estaria tudo perfeito, e que finalmente eu tinha conseguido enfiar nessa sua cabecinha teimosa que eu te amava. - Sacudi sua cabeça delicadamente, fazendo-a sorrir - Agora, imagina o que se passou na minha cabeça quando eu acordei de manhã e não achei a mulher que eu tinha passado horas amando na noite anterior? Fiquei louco! Gritei seu nome diversas vezes, rodei o apartamento, revirei ele de todas as formas possíveis pensando que sei lá, você podia ter se escondido até na geladeira. Até que eu encontrei seu bilhete e meu mundo desmoronou. Fiquei uns três dias trancado no apartamento, desolado, chorando, inspirando seu cheiro, relembrando a sua presença, tentando te trazer de volta, pelo menos na minha cabeça. E aí a Suzie me ligou pedindo pra eu ir pra White, e eu fui correndo na mesma hora, pensando que te encontraria por lá. Entrei disparado na sua sala e mais um baque: estava tudo vazio, como se você nunca tivesse passado por ali. Consegui o emprego e assim começou minha nova rotina; como um zombie eu ia trabalhar, e quando eu tinha um tempo livre, me trancava na sala de xerox e chorava. E eu podia ver que a sua prima estava sofrendo com a minha dor, mas ela já tinha me avisado uma vez, não era pra eu me apaixonar por você, isso acabaria com nós dois. Mas era impossível; eu já estava amarrado a você Chelsea! Suzanne por fim, me disse que você estava aqui, e eu não perdi tempo, deixei tudo pra trás e vim encontrar minha vida. - seus olhos brilharam - Eu sabia o que eu tinha que fazer se te encontrasse, sabia que queria você comigo pelo resto da minha vida, seja me dominando, seja me amando..
- Você não liga para esse meu instinto dominador? - ela me interrompeu, assustada.
- No início eu fiquei espantado, - confessei - Mas eu gosto de você assim, do jeito que você é, e se for assim que eu vou te ter ao meu lado, eu não me importo. Bom, passei na joalheria e comprei um anel, decidido a te pedir em casamento, e graças aos céus, te encontrei, mas pra minha surpresa, foi você quem me surpreendeu. Grávida, Chels? Isso é sério?

DOMINADORA ( EM REVISÃO )Onde histórias criam vida. Descubra agora