30 de abril de 1944, Auschwitz

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— Me explique essa história direito soldado Bäumler, me as mostre fotos e suas características.

— Amélie Schaedler; 1,65 de altura; 21 anos; ruiva; olhos verdes; sua família é de grande porte; foi deportada pra Auschwitz pelo fato de ser contra o sistema, a sua família que é totalmente fiel ao führer, denunciou-a; aqui está a foto dela. Frederick Schultz; 24 anos; 1,85 de altura; oficial da S.S. e participou da H.J. quando mais jovem; uns dos melhores que já tivemos, matou uma faixa de 290 pessoas na linha de frente de batalha,  700 pessoas se contarmos com a câmara de gás e os fuzilamentos na parede da morte.

— Um oficial e tanto, não entendo como pôde se envolver com uma pessoa desse nível. Soldado Bäumler, tem a permissão de interferir nessa situação e me informar, se isso for comprovado não me resta alternativas...

— Sim senhor!

Algumas horas depois:

O céu em Auschwitz estava limpo, era raro o tempo assim, uma manhã com céu azul que dava a sensação de liberdade mesmo dentro dessa prisão.

Eu estava indo em direção ao local que sempre passava parte das manhãs, lembro que foi alí em que eu conheci o Frederick e passei vários momentos com ele.

Sinto um abraço por trás me apertando e um beijo depositado em meu pescoço. Com certeza era Frederick, porém, estranhei, era muito mais alto:

— Frederick você ficou louco!? E se alguém nos pega aqui!? – soltei-me e virei-me, porém, eu tive uma surpresa, não era meu amado Frederick.

— Ora, ora, então minha querida, não sou seu amado - me surpreendo - Frederick realmente está traindo o estado, é meio contraditório isso vir do melhor oficial que temos. Acho que o comandante vai adorar saber dessa informação, com certeza a reputação dele estará acabada, quem sabe ele poderá viver ao seu lado como um nada.

— Klaus Bäumler!? O que que você está fazendo aqui!? Frederick não teve nada a ver com isso, é melhor você não envolver ele na história.

— Lembrou o meu nome, que doçura. Hahahaha Amélie, sabe o que é mais engraçado? Que com certeza você caiu nos encantos do Frederick! Você realmente acha que ele te ama!? HAHAHAH tenha senso do ridículo pelo amor de Deus, você não passa de um rato, uma pessoa de quinta categoria, até sua família te jogou aqui para morrer, sua própria familia, e você ainda acredita no amor de Frederick??? HAHAHAHHAHA, chego até ter dó de uma coitadinha como você.

— Não! Frederick me ama, vamos passar o resto de nossas vidas juntos e não vai ser você nem ninguém que vai impedir, nem mesmo a temida morte. Você como os outros soldados não tem sentimentos, são desumanos, tenho certeza que nunca amou alguém de verdade soldado, alguém que mudasse seu jeito de ver o mundo. – ele passou um tempo pensando, ele me encarava profundamente, até que ele foi se aproximando e sua cara foi tomando uma expressão sádica.

— Ok, ok, vamos supôr que Frederick te ame do jeito que você é, pelo que eu conheço Frederick, ele é uma pessoa séria quando se trata de um relacionamento. O que aconteceria se ele soubesse que a querida Amélie traiu ele?

— EU NUNCA TRAIRIA ELE! Eu o amo demais para isso, e ele nunca acreditaria em você, eu prometi á ele que eu era somente dele, ele foi e será meu primeiro em tudo.

— Ora, ora querida Amélie, como você é tão ingênua, até que você é uma pessoa legal sabe, o tempo que passei observando você e ele valeu a pena. O teatrinho de Frederick não vai precisar continuar pois ele acaba aqui e agora. – Klaus se aproximou ainda mais e em um movimento rápido, me puxou, eu gritava pelo Frederick, ele pegou um pano para colocar na minha boca evitando que eu gritasse, mordi a mão dele e sair correndo, porém ele conseguiu me alcançar.

Ele me segurou pelos meus curtos cabelos e desferiu um tapa forte em meu rosto:

— Olha aqui, se você não quer que tudo isso piore, é melhor você ficar calada e quieta, seu "amado" não vai poder te ajudar, se é que ele faria isso... Vamos! Adiante! – pronto, agora que estou na mão desse desgraçado, não sei o que fazer.

Sinto que não poderei me despedir de Frederick adequadamente, desculpe meu amor:

— Entre logo aí. – olhei para onde estávamos, foi a casinha em que eu e Frederick nos beijamos pela a primeira vez e prometemos viver para sempre juntos... Um ótimo lugar para morrer.

— Você deve estar pensando que eu vou te matar, certo? Sua morte não será tão fácil assim, a pesar de ser um local bem romântico para você não é? Se fosse para você estar morta, eu já teria te matado, ou o Frederick quem sabe? Porém, antes eu quero me divertir com você, ver se é tão boa assim fazendo outras coisas, afinal posso ver que você não é de se dispensar, é uma menina tão corajosa, sem medo da morte, com certeza não é de se desperdiçar. – ele passava a mão pelo meu corpo, desespero tomava conta de mim, ele faria algo em que eu tinha prometido que o Frederick seria o primeiro. Eu tentava de todas as formas sair das mãos dele, porém eram todas inúteis...

O tempo se fechou, provavelmente uma tempestade estava próxima:

— Acho que você não está entendendo a sua situação, vou explicar pela última vez: OU VOCÊ COLABORA, OU O SEU AMADO MORRE!! E eu acho que você não quer isso não é mesmo? Então é melhor não resistir muito – parei de resistir, a ideia de ver Frederick morto tomou a minha mente, lágrimas caiam enquanto ele ia tirando as nossas roupas, a minha boca continuava tapada com aquele pedaço de tecido, gritar era completamente inútil, com certeza Frederick não está por perto. 

Bäumler distribuía vários beijos pelo meu corpo enquanto sua mão "passeava" pelo mesmo, ele tocava e apertava, a cada toque dele eu me odiava mais, não era para ser daquele jeito, e nem com esse maldito, eu me reservei para o homem que eu amo... Frederick nunca vai me perdoar, senti algo úmido em meu seio, ele "sugava-os" com a boca, enquanto segurava minhas mãos ao topo de minha cabeça. Eu me remexia, ainda não acreditava que eu estava sendo tocada por outro, as lágrimas se intensificavam cada vez mais, eu tentava gritar, mas não conseguia, estava nas mãos desse nazista desgraçado e não tinha nada que eu poderia fazer.

— Seria bom se você se comportasse, ambos sentiríamos prazer, não precisaríamos desse pano e nem desse drama todo... O que você acha? Ah é mesmo, não tem como você falar! Eu vou tirar e você vai cooperar ok? Não adianta gritar por socorro e se fazer de vítima, dei ordem para que ninguém viesse para essa área. – ele desamarrou a faixa. Eu estava com muito ódio dele, poderia tentar fugir, porém, ele estava encima de mim e apertando firmemente a minha mão.

— Soldado Bäumler, a única coisa que eu sinto com você fazendo tudo isso é nojo. – ao finalizar minha fala e cuspir na cara dele, ele olhou para mim com expressão de ódio e me deu um tapa bem forte.

—SUA VADIA!!! Eu estava indo com calma até agora, mas eu vou acabar com sua raça. – ele procurava a sua arma em seu sobretudo, eu gritava por socorro mas sabia que o único que poderia me salvar era Frederick, Bäumler levantou-se, encontrou a sua arma e desferiu chutes e mais chutes em mim, ele me xingava e gritava, a dor era muito forte, aquele gosto férrico espalhava-se pela minha boca, então tudo ficou escuro e eu apaguei.

See You In Another LifeWhere stories live. Discover now