Deaths and devastation

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Don't carry the world
Upon your shoulders.
...

15 horas antes do enterro.

Juli continua completamente apagada e caída no chão, Trubs está sentada ao meu lado, ela não consegue decidir se chora pelo irmão ou se fica preocupada com a cunhada.
Eu coloco minha cabeça no peito dela à procura de um batimento cardíaco. Sei que pode parecer estúpido, já que ela só está desmaiada, mas eu preciso escutar, preciso ser convencida de que aquele som continua dentro dela, de que ele não parou como já aconteceu com tantas pessoas ao meu redor.
Aí está ele!
Eu quase grito de felicidade quando o escuto.
Aí está. Você não está indo embora também.

A ambulância foi chamada à alguns minutos pela minha tia, ela agora está ajoelhada no chão abraçada com Ju, que parece não entender nada do que está acontecendo.
Rosalee mede os batimentos dela de minuto em minuto, ela não pode fazer muito, pois nós não à deixamos médica-la, ela não está bem o suficiente para isso.
Ela nós olha com um misto de medo e confusão.
- Eu não sei porque ela não acorda. - diz e se deixa desabar no chão.
O tempo parece ser cronometrado, assim que ela se senta, a casa é invadida pelo barulho da sirene e pelas luzes vermelhas da ambulância.
Tomamos um susto quando Juliette acorda em um pulo e já se senta. Ela olha em volta, e depois olha novamente para mim, procurando por uma afirmação. Eu balanço a minha cabeça positivamente.
Ela se levanta, mesmo Rosalee pedindo para que não o faça.
- A ambulância está aqui! - minha tia fala.
- Ambulância? Para que uma ambulância? - Juliette pergunta.
- Você desmaiou e não acordava. - Trubs fala ainda chorando.
- Não quero hospital, mandem ir embora. - ela fala, eu me aproximo dela.
- Tem certeza? Você ainda está meio pálida. - digo.
- Sim, por favor, não quero ir.
- Juli... pensa direito, você acabou se desmaiar e isso não é normal.
- Não quero ir. - diz. - Por favor, Katelyn.
- Ok... - falo e me viro para a minha tia. - Tia, já está tudo bem, peça para eles irem, por favor.
Ela me olha com um rosto desconfiado, mas faz o que eu peço. Assim que a ambulância vai embora, vejo todas as meninas, elas estão atordoadas e conversam agitadas e ao mesmo tempo desnorteadas sem saber ao certo o que fazer. Juliette está sentada no sofá eu me aproximo e me sento ao seu lado. Não sei direito o que dizer, eu acaricio suas costas, ela apenas encara o carpete no chão da sala.
- Juliette? - eu a chamo, ela pisca algumas vezes e me olha.
- Sim? - diz.
Eu penso antes de falar, não tenho certeza do que dizer.
- Como você está aguentando tudo? - pergunto.
- Não sei, eu simplesmente não faço a menor idéia. - ela fala e depois fecha os olhos. - Não sei o que estou sentindo.
- Eu sinto muito. - digo. - Você sabe que pode contar comigo, não é? Para qualquer coisa.
- Sei sim.- ela suspira e olha para frente, depois olha para mim novamente. - Quero ir até a delegacia, me ajuda?
- Claro. O que quer fazer?
- Falar com Sean Renard. - ela diz em um tom duro.
- Ok... Você quer que eu dirija ou só acompanhe?
- Eu dirijo, não tem problema.
- Então, só companhia?
- Por favor. Quero que me segure se eu for fazer uma besteira.
- Eu sou ótima nisso. - digo. - Só irei falar com a minha tia primeiro e podemos ir.
- Ok. - ela assente.

Deixo Juli esperando e vou falar com a tia Jess, com toda essa confusão eu nem lembrei de checar como ela está.
- Oi, Kat... - ela me olha. Ela está sentada em uma cadeira e parece pensativa.
- Juli me pediu para acompanha-la até a delegacia. - digo e me sento na ponta da cadeira à sua frente. - Queria te avisar e saber como você está.
Ela dá de ombros rapidamente.
- Se algo tivesse acontecido com ele, alguém já teria ligado, não é? - fala com uma voz ligeiramente contida, de quem está se segurando.
- Com certeza. - eu tento sorrir. - Eu tenho certeza de que alguém já teria ligado. O silêncio é bom... eu acho.
- É, deve ser.
- Eu tenho que ir lá, qualquer coisa me liga. - digo e me levanto, dando um beijo em sua testa.
- Tudo bem, amor. Tome cuidado.
- Sempre.
Eu me afasto dela com o coração apertado e ando até Juli.

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