Proibida pra mim - Camren

arrependimento

Depois que tudo acabou algumas pessoas do curso de música vieram elogiar Lauren pela voz e aos poucos todos foram ainda da quadra. Camila e Lauren caminhavam de mãos dadas com um sorriso no rosto e quando saíram da quadra deram de cara com Sinuhe segurando na mão de Sofia.

— mãe? — Camila disse ao vê-la ali

— precisamos conversar

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— se veio até aqui pra tentar me atingir na frente dos meus amigos e da minha namorada perdeu seu tempo, eu estou feliz demais para me deixar ser abalada

— eu não vim aqui pra isso, na verdade quando pensei em ter essa conversa contigo ia falar a mesma coisa de sempre, que não aceito esse tipo de relacionamento que escolheu

— eu não escolhi nada! parece que não entende, eu só amo a Lauren, aconteceu, não foi da nossa escolha

— calma! eu sei, não me expressei bem.. é difícil falar o que vou te falar agora, então apenas me ouça

— deixa ela falar Camz — Lauren disse pegando no ombro da namorada

— ok, estou escutando

— desde o que aconteceu contigo me senti extremamente mal, houve um dia lá no hospital que peguei carona com Michael, o pai da Lauren, tivemos uma conversa e eu perguntei como ele e Clara aceita tal situação, ele foi bem sincero comigo eu pude sentir, me disse umas coisas que de alguma forma mexeu com tudo aqui dentro '-apontou para o próprio peito -ele disse que nunca viraria as costas para a filha, não seria mais um no meio de tantos existentes no mundo que quer de alguma forma atingir Lauren com seu preconceito, falou que ver o brilho nos olhos da filha e o sorriso em seus lábios era o suficiente, era o mais importante, contou também como se sentiu fraco e mal quando sua filha apanhou de dois garotos apenas por ser diferente, disse que não há coisa pior para um pai ou pra uma mãe do que ver seu filho machucado e isso é verdade, Lauren foi parar no hospital, e o motivo foi apenas ser diferente.. foi dai que comecei a abrir meus olhos, eu estava sendo como esses garotos, machucando.. não diretamente, não causando danos externos mas eu causei danos internos em você Camila, não só em você mas também na Lauren quando a ameacei, eu juro que estava achando que fazia a coisa certa, eu queria te proteger disso, do mundo, do preconceito, eu tive medo que acontecesse o mesmo contigo, que alguém te batesse, porque tudo seria tão mais fácil se gostasse de um homem, não teria dedos apontados pra ti, não teria uma multidão falando mal e dizendo que é errado

— eu nunca liguei para as pessoas mãe, eu só tive medo de decepcionar você, eu já perdi meu pai e não queria perdê-la também, mas eu não pude evitar isso, não teve e nunca vai ter como controlar sentimentos, é impossível, quando fiz aquela besteira queria matar a dor que estava sentindo, pensei que a garota que amo tinha me traído e não enxerguei a minha mãe ao meu lado, eu só te via me julgando o tempo todo, não queria mais viver

— eu sei, eu sou a mais culpada, se tivesse morrido eu jamais ia me perdoar

— mas eu não morri, estou aqui mãe

— sim, você está e eu te devo muito Lauren — disse olhando para a garota e segurou na mão dela — eu te devo tudo! porque se não tivesse doado sangue Camila não estaria aqui agora, não estaria recuperada nem estaria sorrindo, eu estaria chorando e enterrando uma filha, estaria sofrendo a dor da perda pela segunda vez, é difícil ter que criar as duas filhas sozinha, eu sempre tive Alejandro como apoio e ele sempre me ajudou com tudo, quando notei que a minha garotinha era diferente fiquei apavorada, talvez tudo tivesse sido mais fácil se ele estivesse aqui ao meu lado pra me fazer enxergar as situações com clareza, eu não teria errado tanto, e eu peço desculpas a você Lauren, eu pedi a seu pai também porque no começo apontei meu dedo pra ele o chamando de culpado pela morte do meu marido e tudo foi provado, foi provado a sua inocência, depois eu errei de novo fazendo o que fiz com você e minha filha. eu chorei quando o garoto subiu no palco falando sobre ser gay, eu estava ali ouvindo tudo, eu chorei porque eu poderia ter agido como o pai dele, eu poderia pelo menos tentar entender e respeitá-las mesmo sem aceitar, mas fiquei cega, o preconceito cega, sufoca, ele mata também.. consome! eu machuquei você filha e eu sinto muito por isso, só agora eu consigo ver com clareza que o que mais importa é amar, é estar feliz, é fazer o bem e você sempre me deu orgulho, está na faculdade, sempre foi uma boa filha, e o mínimo que eu poderia fazer era estar a sua altura e te retribuir, por isso estou aqui para me desculpar com as duas, me perdoam pelo que fiz? não quero continuar sendo uma pedra no caminho para a felicidade de vocês, se querem estar juntas, não ficarei contra

Camila já estava chorando e puxou sua mãe para um abraço, Normani, Dinah e Lauren sorriram, finalmente ela tinha notado o mal que fez e se sentia verdadeiramente arrependida.

— mas é claro que eu te desculpo mama, eu te amo

— eu também te amo Kaki, não vou cometer o mesmo erro novamente, mas e você Lauren?

— está desculpada Sinu, na hora que assumiu seu erro eu te desculpei, está tudo bem

— e para provar que não atrapalharei mais as duas amanhã quero fazer um almoço lá em casa e convido os Jauregui's , se vocês duas agora possuem um relacionamento acho que está na hora dessas duas famílias se unirem um pouco

— direi aos meus pais, pode contar com a nossa presença

— virá pra casa conosco Kaki? — Sofia perguntou a irmã

— irei sim meu amor, eu só preciso ir pegar minhas coisas na casa da Lauren

— eu levo amanhã amor, pode ir com a sua mãe, acho que precisam passar um tempinho juntas agora

— obrigada

— vamos então?

— vamos querida

Sinuhe abraçou a filha novamente e saíram as três, Sinu, Camila e Sofia.

— ainda estou passada aqui, nunca achei que presenciaria isso, a Sinu falando aquilo tudo

— pra você vê né Dinah, o amor pode mudar as pessoas, ela viu o quanto amo a filha dela e sabe que nada do que ela faça vai mudar isso, estou feliz por ter dado tudo certo, finalmente!

— estaremos sempre em uma luta constante contra o preconceito, mas no final o amor ele sempre vence

— sempre Mani!

As três garotas se abraçaram, Normani e Dinah logo foram embora e Lauren foi pra casa também contar aos pais tudo que aconteceu e informar sobre o almoço, finalmente a maré tinha se acalmado, agora depois de toda a tempestade apareceria o arco-iris para enfeitar e agraciar tudo, tempos de paz estavam por vim.