Uma Série de Eventos Inexplicáveis

Terça-Feira

Uma noite em branco tinha passado desde a misteriosa descoberta de James. Qual seria o significado daquela mensagem? Quem a enviou? Será que ele era o destinatário correcto? Todas estas foram perguntas que passaram pela mente de James enquanto tentava, em vão, adormecer. Tudo isso não importava agora pois estava na hora de ir trabalhar.
Chegado ao seu posto, James começa o seu trabalho, desta vez tinha chegado a horas e não tinha sequer visto o seu chefe ao entrar no edifício. Mais um dia monótono a lamber selos passou, a única coisa interessante que aconteceu a James foi ter visto um gato com três patas fazer um mortal invertido à retaguarda, de olhos fechados, equilibrando-se apenas numa pata aquando a aterragem. Ao arrumar as suas coisas, um colega convidou-o para irem beber uma cerveja; James aceitou.
O local de bebida era o bar Xeudstislo, conhecido por ser o bar mais badalado de Kathmandu na altura. Toda a gente lá ia, desde o simples "homem-aranha" ao mais ilustre bilionário. Mas, naquela noite, o bar estava estranhamente deserto: apenas haviam umas dúzias de pessoas sentadas em mesas a conversar, não se fazendo notar o reconhecido movimento avassalador de entradas e saídas constantes,a um ritmo sobre-humano que fazia qualquer "bouncer" perder a cabeça e cair de exaustão no final do turno (muitos chegavam a ser levados para o hospital).
James e o seu amigo, Bruce, sentaram-se ao balcão e lá foram falado das suas experiências:
-Ontem tive o dia mais estranho da minha vida. - disse James a certa altura.
-Então porquê? -pergunta Bruce.
-Primeiro recebo uma mensagem bizarra cujo significado ainda estou a tentar desvendar, no trabalho um miúdo, que não me conhecia de lado nenhum trata-me pelo meu nome... não sei... mas acho que estou a enlouquecer.
- Ya, sem sombra de dúvida que isso é estranho. Mas tens que manter a calma, pode ter sido tudo coincidência. Se calhar o Asdrúbal disse o teu nome aos miúdos e essa mensagem pode nem ser para ti.
- Pode ser, pode ser... acho que é melhor ir dormir, a minha noite foi passada em claro.
- Claro, também já estou a ficar cansado. - Responde Bruce enquanto olha para o relógio e se percebe que já são 3 horas da manhã e cinco minutos.
James chama o bartender e pede-lhe a conta. Este dá-lhe uma factura e diz:
- Hoje estamos a oferecer uma edição limitada de um artigo aleatório a cada 100 clientes. Deseja concorrer para ver se é um dos felizardos?
- Claro! - Exclama James, super entusiasmado por saber que os artigos de edição limitada daquele bar se venderem por valores astronómicos na internet. Talvez fosse desta que ele, finalmente, se podia mudar para o tão desejado contentor que se situava a apenas três minutos do seu local de emprego.
- Óptimas notícias! O senhor é o cliente 200 desta noite, o seu prémio aleatório é uma caixa de fósforos autografada pelo dono do Xeudstislo.
- Boa, até uma próxima. - Agradece James com um ar derrotado por saber que ninguém vai comprar uma miséria caixa de fósforos.
Os dois amigos despedem-se e cada um vai para o seu lar. Durante a sua caminhada, James, não consegue parar de pensar na mensagem.
Quase a chegar a casa, é abordado por uma mulher muito atraente que lhe pergunta se tem um isqueiro. James não fumava e disse que não, resumiu o seu caminho até que se lembrou que tinha ganho uns fósforos. Imediatamente foi ter com a moça e corrigiu o seu erro. Esta pergunta-lhe se não lhe quer fazer companhia e fumar um cigarro:
- É claro que te faço companhia. - diz James.
- Obrigada, esta noite a cidade está deserta. - afirma a estranha enquanto olha ao seu redor, observando os milhares de pessoas que circulam à sua volta. - Não tenho ninguém com quem falar.
- Agora já tens. - disse James piscando o olho, um gesto mundialmente conhecido pela sua tremenda eficácia em provocar uma gargalhada (mesmo que sarcástica às vezes).
- EDANNEDAND! - diz a mulher - desculpa, engasguei-me.
- Engraçado, pareceu que tinhas dito qualquer coisa familiar... - James, com um ar pensativo observava a estranha que tinha acabado de conhecer.
- Provavelmente foi impressão tua.
- Provavelmente...
A conversa continua até que James finalmente se lembra de onde conhecia aquele som, era das imensas vezes que tentou prenunciar o que estava escrito na misteriosa mensagem!
James mostra o enigmático texto à sua nova amiga, Rachel, que o observa com um ar surpreendido:
- Não, não sei o que pode significar. - conclui.
- Começo a achar que nunca vou saber o que isto significa. - responde James, despedindo-se assim da sua nova conhecida.
Já em casa, pronto para se ir deitar, James coloca os seus pertences em cima do balde que servia como sua mesa de apoio e eis que cai um fósforo. James, sabendo que o seu senhorio não gosta de desarrumação, apanha o fósforo e nota que este não era um fósforo normal, tinha qualquer coisa gravada... era uma hora: 03:05.