Capítulo 39 - Sangue Frio

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MASON GRIFFIN acordou numa cama de hospital.

Não se lembrava de muita coisa. Tudo o que conseguia recordar era de que fora sequestrado e que seus amigos se colocaram em perigo por ele. Só esperava que nenhum deles tivesse se ferido tentando encontrá-lo. A claridade do quarto machucava seus olhos.

Olhando para os lados viu que não estava sozinho ali. Estava em um quarto duplo e com isso tinha um colega de quarto. Esse era Drew Campbell. Ele tinha uma aparência deplorável, tanto quanto ele. Tinha aparência apática, a palidez tinha tomado conta de seu rosto, Mason percebeu que ele respirava com dificuldade e por isso tinha um aparelho de oxigênio grudado ao rosto.

Mason ainda estava tentando entender os acontecimentos a voz conhecida de Drew ecoou.

- É bom ver que acordou, camarada - disse ele com dificuldade, retirando o aparelho do rosto. - Eles insistem que eu preciso desse aparelho - apontou para aquele negócio com um sorriso fraco no rosto geralmente alegre.

- Drew Campbell! - exclamou uma voz que Mason conhecia bastante, desde pequeno. A mãe de Drew entrava agora trazendo uma bandeja com sopa e frutas amassadas. - Coloque esse aparelho de volta, agora!

- Mas, mãe! Eu já disse que não preciso disso. Eu consigo respirar muito bem! - disse ele fazendo careta ao se mexer na cama.

- Se o médico disse que precisa, você vai usar sem reclamar - disse Alyson Campbell, pousando um prato com sopa ao lado da cama de Drew. - Que bom que você acordou, Mason. Seus pais foram ao refeitório pegar algo para comer. Tomei a liberdade de lhe trazer uma sopa.

Mason ficou espantado. Não sabia por quanto tempo tinha ficado fora do ar, mas lembrava muito bem de não ter acordado antes. Como Alyson sabia que ele acordaria? Mason olhou para Drew.

- Nem pergunta. Ela sempre faz isso, deve ser coisa de mãe - disse Drew aos sussurros. Alyson olhou para o filho, apontou para o aparelho nas mãos dele e em seguida para o rosto.

Resmungando, Drew colocou o aparelho de respiração de volta ao rosto, revirando os olhos para o amigo.

- Obrigado pela sopa, sra. Campbell - disse Mason, corando de leve, alcançou o prato de sopa e, faminto, o devorou.

Assim que terminou de comer uma senhora e um homem entraram pela porta. Eram jovens, assim como Alyson. O nome da mulher era Sasha e o do homem, Elliot. Pais de Mason. A mulher se vestia como uma daquelas socialites de revistas de moda e o homem como um daqueles super advogados, mas não eram nem metade do que aparentavam ser. Mason nem ao menos sabia do porquê tinham se importado em vir em seu socorro! Preferia que Zoey estivesse ali.

E como em um passe de mágica ela entrou pela porta, os olhos estavam úmidos e os cabelos, amarrados em um rabo de cavalo. Ela olhou para a cama onde ele estava deitado e abriu o mais lindo sorriso que Mason já viu. Zoey abriu caminho entre os pais, os olhos brilhando com lágrimas.

- Ah, meu Deus! - ela exclamou segurando uma das mãos dele. - Você acordou!

- Sim, e estou me sentindo um lixo - respondeu Mason, levando a mão dela aos lábios.

- Zoey, pode contar o quê aconteceu depois que... bem... eu apaguei? - perguntou Drew, sua voz soando abafada pelo inalador em sua cabeça.

- Você não se lembra de nada? - disse Zoey alternando o olhar entre Drew e Mason. Ela parecia mais transtornada que o normal.

- Não muito, as lembranças vêm em partes desconexas - disse Drew, olhando para o teto, parecia divagar sobre algo quando acrescentou. - Olívia está bem?

- Foi difícil para ela ver o quê te aconteceu, Drew. Mas, ela vai superar. É uma garota muito forte - Zoey sorriu e, então, olhou para os pais. - Bom, vocês se importam em esperar do lado de fora enquanto converso com eles? Não vai levar nem vinte minutos.

Penumbra - Livro 1 - Trilogia do AssassinoOnde histórias criam vida. Descubra agora