Unico

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Par elle
Holland narrando

Quem sabe ele não tá por aí, andando por essas avenidas movimentadas e querendo se esconder nessas esquinas sem graça, cheio de feridas e de tentativas de romances mal sucedidos, igualzinho você, só esperando por mais uma chance de tentar ser feliz. Quem sabe vocês não viram numa dessas esquinas ao mesmo tempo e se acham. Pode ser amanhã ou depois ou no mês que vem. Pode ser que seja no meio de uma festa lotada ou em um corredor vazio. Pode ser que já seja, vocês só não saibam ainda. Mas vai ter alguma coisa ali, no modo como tudo parece se encaixar quando vocês tão juntos e na maneira como o beijo de vocês combinam. Vai ter alguma coisa que vai fazer você entender o porquê dele ter demorado tanto. E talvez demore um pouco mais, ainda, mas não importa, ele vem, pode deixar, dia desses ele chega, muda tudo do lugar, ajeitar sua vida na dele e faz o resto todo fazer sentido.

(Flashback - 3 anos atrás)
Naquela noite de sexta feira, depois do meu primeiro desfile fui convidada pra ir pra uma boate muito conhecida e bem frequentada. Eu deixei meu controle isolado na mesinha central, praguejando o fato de não conseguir assistir a final do campeonato. Eu tinha todas minhas fichas apostadas no Chelsea, mas graças aos sonhos da minha mãe eu tinha que ir na chance indispensável que ela havia me arrumado. Entrei na boate ainda com um vestido preto colado, meus cabelos ruivos jogados em ondas de baby liss e a maquagem destacava o olho esfumado e o batom vermelho. Naquela noite em especial as garotas já acostumadas com tudo aquilo. Cercada de famosos e até conversando com alguns se espalharam por arredores do local em meio às luzes brilhantes. Caminhei até o bar pedindo um Martini e me sentei ali. Precisava de ao menos boas doses de álcool no sangue pra conseguir alguma animação a noite toda.

(...)

Uma dose
Duas doses
Três doses de uma bebida com nome francês desconhecido

- Pelo visto alguém não tem limite em bebida. - Poderia jurar ter visto Eden Hazard em minha frente, mas como eu já tinha bebido demais, coisas demais. apenas sorri.

- Eu ate tenho, mas sozinha em uma boate com desconhecidos não é algo que me impeça de beber ate amanhã.

- Nem tao desconhecidos assim, Rousse.

- Me chamou do quê?

- Rousse.

- Esta tentando chamar minha atenção falando em francês?

- Está dando certo?

- Talvez.

- Sou Eden. - Meu sorriso abriu se em uma gargalhada e ele me olhou confusa.

- Sabia que não estava tão louca.

- E você como se chama?

- Prefiro você me chamando de Rousse. Ficou sexy.. - Sorri novamente e ele me acompanhou chegando mais perto do meu ouvido devido a música.

- Son sourire est beau, Rousse. - Eden Hazard estava flertando comigo e eu só conseguia pensar em tudo que poderia fazer com aquele 1,73 de altura citado pelo narrador dos jogos. E o físico maravilhoso ali ao meu mercê. E eu sabia que meu horóscopo estava certo sobre dia 12 ser um dia favorável.

Depois daquilo nós bebemos algumas doses e algumas paqueras a mais. O desejo crescendo, a distância diminuindo. O limite chegou e a solução foi sair dali com a típica resposta: vamos para algum lugar mais reservado.

(...)

O frio se esticou no dia seguinte e eu acordei com o celular tocando e a mensagem do despertador aparecendo.

Merda.

Eu tinha ido pra um hotel desconhecido com um homem desconhecido, na verdade nem tao desconhecido. Eu tinha transado com Eden hazard. O camisa dez do Chelsea e eu mal tinha entrado na vida de modelo. Aquela literalmente não era eu.

{La Rousse} A ruivaWhere stories live. Discover now