Dezoito

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Olá, meu povo lindo! Capítulo fresquinho :) Vamos agitar que hoje eu estou no clima de Stromae haha Boa leitura! :*


- Será que você não entende? Isso não vai funcionar! – Falei exasperado e Lita começou a chorar.

- Ótimo, agora o que a gente faz? – Questionou Aaron.

Há um dia, assim que cheguei em casa e minha mãe me pôs contra parede, liguei para o meu melhor amigo pois precisa de ajuda. Claro que Aaron não ficou feliz, ele havia acabado de chegar em Paris. Porém, aqui está ele, com toda a família.

- Tenta cantar, ora! Você é um cantor premiado.

- Qui dit fatigue dit réveille encore sourd de la veille... – AA começou, porém eu interrompi.

- Fala sério?

- Foi a primeira música que veio na minha cabeça. – Respondeu com um encolher de ombros. Ele olhou para a minha filha, que estava na cadeira alta do seu quarto e continuou. - Alors on sort pour oublier tous les problèmes.

- Isso não está acontecendo. – Murmurei e revirei os olhos. Ao menos, Lita parou de chorar e olhava para Aaron com curiosidade. – Isso não é música para criança!

- Cala a droga da boca! – Olhou feio para mim e se virou novamente para a morango. - Alors on danse.

Então o francês começou a dançar da forma mais cômica que eu já vi, não consegui segurar o riso e a minha bebê também não. A risadinha dela enchia o quarto, enquanto Aaron dançava ao ritmo que fazia com boca e as palmas da mão.

- Viu? – O vocalista da GB questionou quando acabou o seu show particular. – Nunca questione os meus métodos.

- Irei me lembrar disso. – Meditei, olhando para uma Lita muito agitada.

- Então, vai seguir a minha ideia?

- Acho que sim. – Respondi. – Não suporto fingir ser o que não sou, para tentar agradar a minha mãe. Quero dormir junto com a Mari, quero falar palavrões, ficar confortável...

- Nem inventa de ficar pelado, pode por limites aí nesses seus sonhos de liberdade.

- Pode deixar. – Sorri. – Não queria que a minha mãe tocasse no lance do casamento, pois não quero pedir a mão da Marina aqui.

- Deixa o seu passado para lá. – Aaron argumentou. – Vai por mim, isso só faz prejudicar o presente.

- Isso não muda o que eu penso, odeio tudo nessa casa. – Resmunguei.

Me lembrei das inúmeras vezes que brinquei com o meu irmão. Das surras que levei do meu pai, por ter feito besteiras como sujar a tapeçaria da casa. Das vezes em que encontrei a minha mãe chorando, encolhida em seu quarto. Dos olhos tristes da minha irmã quando fitava o quarto silencioso do nosso irmão, logo após o acidente. Definitivamente, aquele não era o lugar perfeito para pedir a mãe da ruiva.

- Tem razão, essa casa é igual à da minha família. – Aaron olhou em volta. – A qualquer momento penso que Ewen e o cavalo espectral vai aparecer no meio desses jardins, ou até mesmo dentro da casa.

- A Escócia é perto, mas não tanto. – Ri.

- Tanto faz, mas isso aqui é assustador a noite. Na minha casa eu escutava sons estranhos de noite.

- Aaron. – Repreendi.

- São casas velhas, Luke! Coisas assim acontece em mansões seculares.

- Vamos esquecer o tema sombrio, Tim Burton? – Questionei.

- É melhor mesmo. – Aaron pegou a mamadeira de Lita que estava na cômoda e bebeu um gole. Olhei para ele com as sobrancelhas arqueadas, o que foi ignorado. – Eu acho que você deveria usar Lita no pedido de casamento, mulheres costumam achar fofo essa coisa de bebê carregar alianças. – Mais um gole do leite da minha filha. – Isso aqui não é leite do peito da sua garota, né?

LukeWhere stories live. Discover now