Capítulo 5 - parte 2 (não revisado)

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Enquanto o grupo estava sentado na caverna aguardando o ultimato, um rebelde que ficava de guarda em um platô cem metros acima do nível deles entrou aos gritos.

– Há um contingente gigantesco de lagartixas vindo para cá, são uns cem planadores e cerca de cinco mil soldados que marcham por terra.

– Rápido – disse Daniel, levantando-se. – Chien, organize um grupo de homens armados escondidos na boca da caverna e atirem nos planadores assim que estiverem ao alcance. Desta vez é para valer, não os poupem. Mestre Lee, ponha uma mochila e o traje de ninja que trouxe da nave. Leve apenas uma espada energética.

Enquanto falava, Daniel também punha uma mochila nas costas.

– O senhor vai acompanhar-me e vamos enfrentá-los sozinhos. Dani, tu pegas em todos os outros homens que não tiverem armas e limpem tudo, preparando uma evacuação. Não podemos deixar provas de que as pessoas que aqui estavam são perfeitamente normais.

– Claro, amor, toma cuidado, tá? – Ela beijou-o e começou a distribuir as tarefas, ajudada pelos pais.

– Chien, ataquem os planadores quando estiverem a uns quinhentos metros da caverna. Eu e o mestre Lee vamos caminhar em direção a eles.

– Estou pronto, filho. – Lee apareceu vestido de preto com a máscara que cobria o rosto. A mochila estava embaixo das roupas. Para um homem normal, ele seria até assustador, pois com os seus dois metros e quatro, parecia imponente. Mas, para os invasores, era apenas um humano de preto. O jovem calculava que o confronto seria filmado para o comandante ver e o fato dele ter dado um susto mortal na frota usando essa roupa deveria provocar algum medo neles. O jovem, além do ataque físico, preparava sempre uma guerra de nervos, tentando minar a confiança dos tantorianos, coisa com que vinha tendo um ótimo sucesso.

Tranquilo, o par começou a descer as rochas que estavam a cerca de trinta metros da planície e caminhou em direção ao inimigo, que escolheu a pior hora do dia para aparecer: o meio dia. Não era tanto pelo calor e sim pela forte luminosidade do sol de Canopus.

Os soldados alienígenas observaram à distância dois humanos descendo das cavernas, ainda apenas dois pontinhos, e descobriram que foram enganados todo esse tempo, mas, graças ao novo comandante, iam pegar os rebeldes. Após mais alguns minutos de caminhada, quando se aproximaram o suficiente para alguma identificação, atinaram-se que se tratava do demônio de preto com o homem da Terra e a sua confiança foi abalada, mas não recuaram.

Mal andaram cem metros, os tantorianos apareceram ao alcance das armas dos rebeldes. Os dois pararam e aguardam a aproximação.

Quando as naves estavam perto da distância ordenada, Chien gritou:

– AGORA, HOMENS.

Com um forte crepitar, vinte raios energéticos apareceram do nada e destruíram a primeira leva de planadores. Uma pausa curta e mais vinte planadores foram derrubados. O inimigo acelerou e as naves começaram a voar em alta velocidade, fazendo círculos para dificultar o alvo, com algum sucesso.

Entretanto, Chien e os outros três caçadores seus amigos não erravam nunca por mais piruetas idiotas que eles fizessem. Quase que nasceram atirando e estavam com muita fome de vingança pelo seu mundo. De longe, Daniel observava.

– Veja, mestre, Chien e os seus três amigos são fenomenais. Jamais erram, mesmo com aquelas manobras idiotas... cuidado, mestre. – Ele pegou o braço do Lee e teleportou vinte metros para o lado. Um planador espatifou-se no solo bem onde estavam antes.

– Caramba, filho, obrigado.

– Isto está ficando complicado. – Daniel olhou em volta e já contou cinquenta naves abatidas. – Olhe, um deles tenta mergulhar contra a caverna. Esses caras são como os japoneses da segunda grande guerra: fundamentalistas baseados num conceito moral que não entendemos. Mas o pior é que eles estão errados e não nós.

DB II - Ep 04 - Socorro para Terra-NovaOnde histórias criam vida. Descubra agora