XXV

253 41 22
                                    

Estava trabalhando feito um condenado. Gad. Com certeza meu sogro me odeia. Eu estava acabado, me sentia quebrado e o dia ainda nem estava no fim.

Para um primeiro dia de trabalho eu estava parecendo um escravo na sanzala... Desde manhã eu estava feito um burro de carga indo de um lado para o outro recebendo ordens.

"Leve os sacos de areia até o bloco D"
"Carregue os blocos mais de pressa"
"Traga a mangueira logo"
"Até girar a máquina com a massa não consegui?"
"Parta as pedras"
"Esse bloco está mal colocado"
"Tire esse entulho dai... Varra o chão"
"Leve os tijolos no andar de cima"
"Traga os mosaicos para baixo"
"Traga água para os trabalhadores"
"Ajude a tirar o portão "
"Traga as tintas para o bloco A"
"Traga as madeiras... Achas que isso é madeira?"
"Você não sabe fazer nada?"
"És mesmo um Inutil"

Fodas.
Eu estava estressado, com raiva, com fome e odiando meu sogro assim como todos trabalhadores dessa obra, esse velho era um bruxo, chegamos na obra as cinco horas eu sai de casa sem comer as 5 e não tinha merda de trabalhador nenhum e ele me meteu a trabalhar antes do expediente começar, com certeza ele estava abusando do poder que tinha, os trabalhadores só chegaram às oito horas e nesse horário eu já estava cansado de fazer várias merdas inúteis e ouvir a porra que saia da boca de Sr. Fernando. O uniforme da obra era um macacão azul ridículo e uma camisa branca um par de botas pesadas para cacete e luvas e os outros trabalhadores me olhavam esquisito.

O caralho que o meu dia estava bom.

Conheci José e Paulo dois trabalhadores que com certeza não tinham estudo e viviam na favela, José era o mais irritante ficando toda hora me atormentando com seu inglês ridículo que ele se acha que está mesmo bom e que esta falando perfeitamente bem, ele chegou até mim com um sorriso idiota e ar de quem sabe o que está a falar.

"Hey. My nome it José and tu pula"

O cara era um mala não saia do meu pé com suas gírias (calão) angolano que eu não entendia nada, só sei que ele me fazia várias perguntas. Ele era o ser mais irritante que já conheci até hoje.

Paulo era outro estava sempre de sorrisinho por toda parte me chamando de branquelo torrada, porque estava torrando no sol, na obra tinha também alguns chineses mais, esses mesmo sendo brancos já estavam acostumados com o sol terrível que fazia em Angola e parecia que o calor já não os incomodava, mais e eu?

Oh, para mim estava sendo uma tortura eu estava a torrar no sol, e estava trabalhando feito um escravo. Ouvindo o inglês ridículo do José e ouvindo as risadas alta e escandalosa de Paulo que se diziam já ser meus amigos. Amigos o cacete.

Eu já estava de saco cheio, estava todo queimado através do sol, esse uniforme aquecia e o calor é insuportável eu estava ficando maluco, nunca pensei que trabalhar como pedreiro seria tão difícil.

Bolas.

No período das dez horas Sr.Fernando largo do meu pé, saindo da obra eu deveria me sentir bem  aliviado mais não, como eu disse o velho era um bruxo que me odiava o, arquiteto João que o deixaram para me vigiar parecia aqueles guardas prisionais desgraçado me seguia por todo lado me dando vários serviços desnecessário, eu estava acabado meus braços costas todo meu corpo doía. E não eu não era um franguinha, riquinho Payboy que tinha medo de trabalho e que estava fazendo birra nem era isso, só que eu via que eu estava fazendo mais trabalho nessa merda enquanto os outros trabalhadores trabalhavam normalmente sem ter alguém gritando no seu ouvido e com certeza eles antes de sair de casa comeram.

Obsessão pelo Príncipe (Completo) #Wattys2018Onde histórias criam vida. Descubra agora