CSI: BRASIL - CASO: OLHO DE DIAMANTE

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O dia amanheceu ensolarado. As nuvens que ameaçavam a cidade na noite anterior com precipitações, eram passageiras. Fui para casa depois de voltarmos do Leblon e aproveitei o resto da noite para descansar bem. Tínhamos colhido evidências que nos levaria a uma instigante investigação.

Barra da Tijuca, novamente na sala da permanência. Cheguei cedo com Larissa. Esperava Guto para reunir todas informações e combinei de me encontrar com Dr. Waldock no Afrânio Peixoto. Entrei em contato com Fernando Lessa, promotor do Ministério Público, e dei início ao inquérito. Começava a nova etapa do processo. Abri meu editor de texto para começar o relatório quando Guto adentrou na sala com seu telemóvel na mão.

— Bom dia. Já viu? — Deixou a mochila que trazia nas costas cair na cadeira da mesa à minha frente.

— Vi o quê?

— Entra no rionews.com.

Abri uma nova aba no navegador e acessei o endereço. Na página, a notícia do nosso caso de ontem com uma foto da fachada isolada da joalheria. O telefone toca na sala ao lado.

— Alguém deu entrevista ontem? — perguntei.

— Não, mas tem uma repórter na linha querendo uma. — disse Larissa me apontando o telefone.

— Transfere a ligação.

Levei minha mão ao telefone de minha mesa.

— Alô. Oi Emily. Sou sim. Pois não. O que por enquanto posso dizer é que uma cliente foi encontrada morta na joalheria. Não. Essa página no Rionews é sua? Pois então, temos o que a senhorita já postou. Não. Essa informação é extraoficial, não posso confirmá-la. Vamos fazer o seguinte: espere até as 14 horas. Darei uma entrevista à imprensa aqui na D.H., está bom? Tenhamos um bom dia.

— Guto, o que você descobriu ontem sobre as câmeras de segurança? — Levantei e sai da sala, a ser seguido por ele logo depois.

— Então, apesar do nome, esse dispositivo de monitoramento não é tão seguro como se pensam. Alguns sistemas são conectados à internet, o que possibilita o acesso remoto. Ponto positivo à tecnologia. Porém, possibilita qualquer um que tenha posse do IP controlar todas as suas funcionalidades. É o caso da joalheria. Analisando, constatei uma falha de compreensão de software no DVR; um defeito na entrada por causa de desatualização do firmware; o que causou o congelamento de todos os últimos frames. O sistema foi reiniciado com uma desatualização por alguém que conseguiu entrar na rede.

No corredor, parei em frente à cafeteira e esguichei no copo descartável um café forte, que me fez acrescentar quatro colheres de açúcar.

— Ah — exclamou Guto enquanto enchia o seu copo. — O Dr. Waldock deixou comigo um celular que ele encontrou numa das caçambas de lixo nos fundos da joalheria. Já solicitei à operadora o titular da conta. Ainda hoje saberemos sua identidade.

Dei o último gole no café que desceu queimando minhas papilas e continuei a andar até o final do corredor.

— Certo. Aproveite e também analise o celular da vítima. A bolsa dela está na minha sala. Últimos torpedos, ligações e etc.

Abri a porta de vidro e sai da D.H. Fui no meu Grand Cherokee 98. Com um carro desse você faz questão de poupar viatura. Fiquei parado um tempo no transito típico na região central da cidade, mas em 30 minutos já estava dividindo a mesma sala com o Dr. Waldock e o legista Osmar. Era muita experiência num metro quadrado. O Dr. Waldock preenchia a sala com ar pensativo, parecia mesmo que conversava com o corpo por pensamento. Um cara inconfundível. Alto; o nariz volumoso; as sobrancelhas pesando sobre os olhos arredondados envoltos por pálpebras enrugadas; os cabelos castanho-escuros, grisalhos nas têmporas, diminuía seu volume na parte frontal da cabeça, o que aumentava o tamanho da testa carregada por marcas horizontais de expressões que já eram permanentes. Vestia sua jaqueta preta por cima de uma camiseta branca, calças jeans e sapatos de coro preto. Osmar: Gordo, um metro e setenta, de faces arredondadas com as maçãs do rosto altas e largas, vestido do jaleco branco tendo na boca seu peculiar sorriso, nunca o vi sem ele.