Capítulo 6 - O encapuzado

269 26 2
                                    

Fico quieta o período de aula inteiro. Não quero que saibam de nada e para isso iria ficar quieta, é melhor para que eu não vale nada, se não terei a tentação.

Assim que saio do recreio, estou tão avoada que nem percebo que sou a primeira a chegar na sala. Não há nenhum aluno na porta esperando para a professora abrir, então resolvo entrar sozinha mesmo.

Giro a maçaneta e tenho um hediondo susto ao notar uma pessoa ali dentro. Não só uma pessoa, uma pessoa encapuzada de preto virado de costas.

Ele parece ficar tenso com a minha chegada e está justamente ao lado da minha mesa.

Não consigo dizer nada e tenho que me segurar na porta para não cair.

O encapuzado se vira com a cabeça baixa não me permitindo ver seu rosto e eu fecho os olhos e me abaixo ao lado da porta.

— Não. Por favor. Não me mate — Começo a implorar baixinho sem saber direito por que e quando abro os olhos o encapuzado não está mais ali.

Fecho a porta da sala com certa violência e a tranco para ter certeza que ninguém irá entrar.

Com o coração acelerado vou até a minha mesa, lugar onde o encapuzado Desconhecido estava.

Em cima há um bilhete grudado com adesivo que facilmente tiro e me ponho a ler.

Seu celular e Steven de volta numa oferta única!
Você sozinha no jardim as duas dá manhã. Esteja lá :)

Mordo os lábios e guardo na bolsa o bilhete com as mãos trêmulas e assim que levando a cabeça vejo na lousa escrito em fiz algo que me desestabiliza por inteiro:

O TEMPO DE FANTINE NÃO É ASSIM TÃO GRANDE.

DesconhecidoWhere stories live. Discover now