Cap.8- Uma Visita Inesperada.

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Camille.

  A viagem tinha sido maravilhosa. As crianças entraram em casa com um sorriso lindo no rosto. Caleb carregava um sabre de luz na mão e Audrey usava a sua fantasia de princesa. Alec me ajudou a pôr as malas no chão e me olhou confuso. Eu também sentia um cheiro de perfume francês, mas eu não usava esses perfumes. Ele se virou devagar e seus olhos se encheram de lágrimas. Eu fiquei incrédula com o que eu via. Uma mulher magra, branca, linda, olhos verdes e cabelos loiros estava olhando para as crianças. Ela era igual a Audrey e Caleb. Alec se negava a acreditar e tudo o que a mulher parecia ver era Audrey e Caleb. Lágrimas escorriam de seus olhos verdes e ela colocou a mão na boca.
– Quem é ela papai? – Caleb perguntou chorando. Ele sabia a resposta.
– Os dois, pro quarto. – Alec disse.
– Papai...
– Os dois, pro quarto! – Alec gritou.
  Fui com eles mas Alec segurou meu braço e me colocou perto dele.
– Alec... – Ela começou.
– Você não vai levar as crianças.
– Alec, eles são meus filhos também.
– Não me interessa. Durante 5 anos você nem ligou para saber deles e agora você está aqui? Quem se virou e trabalhou como um louco pra sustentar os dois? Eu. E você? Onde estava? Velejando em um barquinho?
– Não me orgulho do que fiz. Mas... Você não pode obrigá-los a ficar com você.
– Sou o pai deles, Katie. Eu os assumi. Eu mando neles até o dia em que eles forem donos do próprio nariz. Se eu disser que eles não vão, eles não vão. Mas, não sou tão ruim como você.
  Ela olhou pra mim.
– Quem é ela?
– Ah... Você quer levá-la também?
– Sou Camille. Cuido de Audrey e Caleb.
– Alec... Por favor, me deixe vê-los. – Ela disse, aos prantos.
  Alec me olhou.
– Traga Andrey e Caleb. – Ele disse.
  Assenti com a cabeça e fui até o quarto deles. Bati na porta do quarto e entrei. Caleb estava sentado na cama e Audrey abraçava os joelhos enquanto chorava.
– Seu pai está chamando vocês. – Eu disse.
  Audrey se levantou e foi até a sala. Caleb segurou minha mão como se fosse um bebê querendo chegar perto de um cachorro.
  Quando cheguei na sala, Katie olhou para os dois. Ela começou a chorar novamente e as crianças correram para abraçá-la. Eles sabiam quem ela era.
– Oh meu Deus... Vocês estão tão grandes.
Olhei para Alec, ele estava arrasado.
– Você é a mamãe? – Caleb perguntou.
  Katie assentiu com a cabeça e sorriu, voltando à abraçá-los.
– Me perdoem... – Katie dizia.
Quando as crianças olharam pra Alec, ele foi em direção à elas e se ajoelhou.
– Vocês querem ir com ela? – Ele perguntou.
  As crianças se entreolharam e começaram a chorar.
– Como assim? – Katie perguntou.
– Eles vão ter que ficar com um de nós.
– Você não pode ir? – Audrey perguntou.
  Alec balançou a cabeça.
– Infelizmente, não. – Ele disse. – Não vou deixar de amar vocês. Façam uma escolha.
  As crianças ficaram em silêncio e Alec percebeu que foi respondido. Ele levantou e olhou para Katie.
– Cuida deles.
  Meu coração apertou. Eles iam embora. Talvez eu nunca mais os visse. Alec começou a andar até o escritório.
– Papai, deixa ela ficar. – Audrey disse.
  Alec parou, se virou e se ajoelhou denovo na frente dela. Ele ia falar alguma coisa, mas Audrey o interrompeu.
– Papai, por favor!
– Não queremos ficar longe de você! – Caleb disse.
  Ele olhou para Katie, mas ela não disse nada. Um silêncio se fez por um longo tempo. Ele fez que sim com a cabeça baixa. Um sorriso se abriu no rosto das crianças e os dois abraçaram o pai.
– Você vai ficar... Mas eu não estou fazendo isso por você, e sim por eles. – Alec falou para Katie.
  Senti como se eu não estivesse ali. As crianças abraçavam Katie e nem sequer olhavam pra mim. Não era ciúme, mas... Acho que era medo, de perdê-los, de eles não precisarem mais de mim. Fui até o quarto de Audrey e Caleb e desfiz as malas. Alguém bateu na porta. Era Alec.
– Está tudo bem? – Ele perguntou.
  Fiz que sim com a cabeça.
– Tem problema se... Ela ficar aqui?
– Não cabe a mim decidir isso. Só cuido das crianças, a casa é sua. – Eu disse sem olhar pra ele.
  Ele ficou em silêncio por um momento, depois veio até mim e segurou meu braço, fazendo com que eu olhasse pra ele.
– Pare de achar que você é só uma babá. Por muito tempo você fez mais do que eu fazia aqui. – Ele disse. – Por favor, não fique chateada. É a única chance de mantê-los perto de mim.
  Acariciei o rosto dele.
– Isso não me chateia.
  Ele pegou a minha mão e deu um beijo. Ele me disse que eu podia ir embora e eu fui pra casa.
 
  Quando cheguei, meus pais e Anna vieram me abraçar e perguntar da viagem. Contei tudo pra eles, inclusive sobre Katie.
– Que mulher ridícula! – Minha mãe disse.
– O que você fez? – Anna perguntou.
– Nada. Anna, eu não sou casada com Alec. Não tenho o direito de impedir ninguém de morar lá. Eu estou lá pra trabalhar.
– Vírgula beijar, né?
  Eu não ri. Fiz um bico para tentar impedir o choro mas meus olhos ficaram cheios de lágrimas.
– Vai começar... – Anna falou.
– Deixem-me falar com ela. – Meu pai disse.
  Minha mãe e Anna saíram da sala. Fui até o sofá, passei as costas da mão em meus olhos e deitei a cabeça no colo de meu pai. Ele acariciou meu cabelo quando eu comecei a chorar.
– E se... E se ele se apaixonar por ela outra vez? – Perguntei.
– Você é uma mulher linda, com potencial, destemida,... A fila anda... – Meu pai me disse, rindo.
– Pai... E se Katie atrapalhar tudo?
– Vocês vão dar um jeito. Pelo que vi, Alec é um cara fiel, ele não vai te deixar. Ele não é nem doido.
  Meu pai riu. Só ele para arrancar um sorriso do meu rosto naquelas horas. Passei a noite pensando nisso.

  Na manhã seguinte, quando cheguei, a sala estava vazia. Coloquei as chaves sobre o balcão, pendurei meu casaco e minha bolsa e fui até a cozinha. Katie estava tomando café. Ela estava usando uma camisola rosa e o cabelo estava preso em um rabo de cavalo.
– Bom dia. – Ela disse.
– Bom dia.
– Alec está acordado? – Perguntei.
– Sim. Ele está no escritório.
  Estranhei e fui até o escritório dele. Bati na porta.
– Entre.
– Bom dia.
  Ele se levantou e me deu um beijo breve. Notei as olheiras em seus olhos. Ele estava com o terno, mas sua gravata estava torta.
– Está tudo bem? – Eu perguntei, botando a mão em seu rosto.
  Ajeitei a gravata dele. Ele assentiu com a cabeça e se sentou novamente. Ele colocou a mão na cabeça e gemeu baixinho.
– Alec?
  Ele olhou pra mim.
– Está tudo bem, Camille.
– Qualquer coisa, me chame. – Falei, fechando a porta.
  Fui até a cozinha novamente pra tomar meu café. Katie estava no mesmo lugar.
– As crianças falaram muito bem de você. – Ela disse.
  Eu ri.
– Como foi a Disney?
– Bem. Audrey e Caleb se divertiram bastante.
– Obrigada, Camille. Por cuidar deles.
  Eu sorri pra ela.
– Bom dia, mamãe. – As crianças disseram juntas e se sentaram na mesa. – Oi, Camille.
– Oi. – Falei.
  Katie os beijou e eu preparei o café da manhã dos dois.
  Um tempo depois, quando Katie foi para a sala com as crianças, Alec saiu do escritório. Ele esfregava os olhos. Ele afrouxou a gravata, desesperadamente, e se sentou em um banquinho.
– Camille, pode me dar um copo de água? – Ele perguntou, pálido.
  Corri e dei um copo de água pra ele. Quando ele segurou o copo, quase o deixou cair. Ele quase desmaiou.
– Não. Alec, olha pra mim. – Falei, segurando seu rosto.
  Ele estava um pouco tonto.
– Ei! Por favor, bebe a água, fica acordado.
Ele bebeu a água.
– Algo está te incomodando... Me diga.
– Não estou me sentindo confortável com... Katie aqui.
– Eu sei. Você não dormiu?
– Não. – Ele disse, fraco.
– É por isso que você está assim.
  Eu segurei suas mãos e ele ficou me olhando. Ele esfregou os olhos, novamente.
– Durma um pouco. – Eu disse.
  Ele concordou e eu o levei até o quarto. Ele retirou o paletó e se deitou. Levei as cobertas até ele.
– Assim está bom? – Perguntei.
– Está faltando uma coisa.
  Eu ri e lhe dei um beijo.
– Melhor?
– Melhor.
  Fechei a porta com cuidado e fui até a sala. Katie estava lendo uma revista e Audrey e Caleb estavam brincando.
– Camille, venha brincar conosco. – Audrey disse.
  Fui até eles e brinquei um pouco.
– Onde está o papai? – Caleb perguntou.
– Ele está dormindo um pouco.
  Ficamos brincando por um bom tempo. Minhas costas estavam doendo por estar sentada naquela posição. Katie ficou lendo uma revista e eu continuei brincando com Audrey e Caleb. Depois de um tempo, Simon entrou correndo na sala.
– Srta. Camille! O Sr. Tompson está ardendo em febre!
  Saí correndo. Um aperto se formou em meu peito. Denovo não. Katie e as crianças estavam atrás de mim. Abri a porta com força e vi ele ensopado de suor. Eu o chamei várias vezes mas tudo o que ele fez foi piscar os olhos algumas vezes e depois não abri-los mais. Retirei sua blusa e chamamos um médico, pois a ambulância ia demorar e nós não sabíamos se ele precisava ser atendido logo.
  Um médico de cabelos grisalhos, com a aparência de uns 60 anos, olhos castanhos e pele bem branca chegou na casa. Eu o levei até o quarto de Alec e depois saí.
  Audrey e Caleb estavam sentados no sofá, ao lado de Katie. Me sentei em uma poltrona e lancei olhares para as crianças, fazendo-as ficarem mais tranquilas.
  Depois de uns 10 minutos, o médico saiu do quarto.
– Ele estava assim à muito tempo? – O médico perguntou.
– Hoje, pela manhã, ele estava no escritório, mas não estava muito bem. Ele me pediu um copo de água e notei seu rosto pálido e suas olheiras.
– Ele trabalha demais. Precisa ficar umas semanas de repouso.
  Ele me entregou um papel com o nome de alguns remédios para dar à Alec.
– Obrigada. – Falei.
– Disponha.
  Quando o médico foi embora, fui até o quarto de Alec. Sentei na cama, devagar, e acariciei seus cabelos. Ele abriu os olhos.
– Oi. – Sussurrei.
– Oi.
– Que susto...
– Me desculpe. Vou ter que ficar sem trabalhar, não é?
  Fiz que sim com a cabeça. Seu rosto ainda estava suado e pálido.
– Não se preocupe, estou bem. – Ele disse, acariciando meu rosto.
– Você sabe que essa não foi a primeira vez, não sabe?
– Sei.
– O que você está sentindo?
– Cansaço.
– Não vou pra casa hoje. Não vou conseguir dormir.
– Já te falei para não se preocupar. Mas... Ainda sobra um espaço pra você aqui na cama. – Ele disse, rindo.
  Eu não conseguia rir.
– Fique tranquila, Camille. Foi só uma forte dor de cabeça. – Ele acrescentou.
  Sua voz estava rouca e ele forçava a vista. Seus cabelos estavam molhados de suor e sua temperatura estava voltando ao normal. Eu ri e o abracei.
  Depois, Audrey e Caleb entraram no quarto. Eles tentaram animar o pai, falaram sobre um filme que eles tinham acabado de assistir, sobre coisas que fizeram durante o dia,... Coisas bobas.
  Alec disse que não queria jantar, então eu lhe trouxe algumas frutas. Depois, lhe dei os remédios e ele disse que estava cansado. Me sentei numa poltrona ao lado e fiquei lendo um livro. De repente a porta abriu.
– Alguém precisa nos colocar pra dormir. – Audrey disse.
  Coloquei o livro sobre a poltrona, levantei e fui até o quarto deles. Eles já estavam de pijamas. Coloquei Audrey e Caleb na cama.
– Você vai cuidar do papai, não vai? – Audrey perguntou.
– Vou.
– Então o papai é um bebezão. – Caleb disse, rindo.
  Eu e Audrey rimos..
– Tratem de dormir. – Eu disse.
– Amanhã o papai vai estar melhor? – Eles perguntaram.
– Vai. – Respondi.
  Os dois assentiram com a cabeça e depois dormiram.
  Quando saí, Katie estava na sala lendo um livro. Uma chuva forte caía lá fora.
– Boa noite. – Eu disse.
– Boa noite.
  Abri a porta do quarto de Alec, devagar, subi em sua cama e coloquei a mão em sua testa pra ver se ele estava com febre. Sorri, aliviada, quando vi que ele estava dormindo tranquilo. Voltei a ler meu livro.
  Às 3:00 da manhã, parei de ler o livro e Alec acordou. Fui até a cama dele.
– Ainda acordada?
– Como se eu conseguisse dormir.
– Deite-se aqui. – Ele disse, apalpando um espaço que tinha na cama para que eu me deitasse.
  Me deitei e ele me aninhou de encontro ao seu peito. A chuva virou só som de fundo, as batidas do coração dele formaram a música que me fez dormir.
  De manhã, Alec ainda estava dormindo, mas seus cabelos estavam molhados de suor. Vi que sua temperatura estava voltando ao normal. Fiquei observando-o dormir e percebi que era a hora de lhe entregar o remédio. Acariciei seu peitoral e beijei seu rosto. Ele abriu os olhos e gemeu baixinho quando se mexeu um pouco.
– Desculpe, preciso te dar o remédio.
  Ele concordou com a cabeça e eu lhe dei os comprimidos.
– Como está se sentindo?
– Bem. – Ele respondeu. – Vou tomar um banho.
– Está bem.
  Eu o ajudei a levantar e ele foi para o banheiro.
  Fui até a cozinha preparar o café e encontrei com Simon.
– Bom dia. Como ele está? – Ele perguntou.
– Bem melhor. A febre passou e ele está no banho.
  Ele me entregou café e ficou me olhando estranho.
– O que foi?
– A senhorita... Dormiu aqui?
  Eu engoli em seco.
– Por que?
– Suas roupas estão cheirando ao perfume do Sr. Tompson.
  Eu me calei e corei.
– Não aconteceu nada demais. Isso pode ficar...
– Só entre nós dois. Fique tranquila.
  Eu sorri e fui preparar o café da manhã deles. Fiz panquecas e um suco de laranja bem gelado. Acordei Audrey e Caleb e todos tomamos café. Notei que Alec ainda não tinha saído do banho. Fui até o banheiro e bati na porta.
– Alec?
– O-oi. Já estou saindo.
  Sua voz era trêmula e eu fingi passos para fora do corredor, mas me escondi perto da porta. Alec saiu com uma toalha amarrada na cintura e com outra, ele secava o cabelo. Fui em direção à ele como se eu fosse chamá-lo novamente.
– Está tudo bem? – Perguntei.
– Sim. Estou com fome.
– Troque de roupa, seu café está na mesa.
– Está bem.
  Ele foi para o quarto e eu fui até o banheiro. Não tinha nada de diferente, apesar da roupa que ele deixou no chão. Dei uma risadinha e peguei a roupa. Olhei para a pia e encontrei algo brilhando, retirei o que estava em cima e encontrei um anel de diamantes. Era lindo. Coloquei no lugar e saí do banheiro.
  Quando Alec estava tomando café, ele me olhava estranho. Eu estava pensando no anel. De quem era?
– Camille.
– Oi. Desculpe eu estava distraída.
– Está tudo bem?
– Sim.
  Ele se calou por uns segundos, segurou minhas mãos e ficou olhando pra elas.
– Você... Viu o anel, não foi?
  Fiz que sim com a cabeça.
– O anel era de Katie. Dei pra ela quando viemos morar aqui. Ela, provavelmente, quer me irritar e... Está usando-o. Você ficou chateada?
– Não. Estou bem.
  Por dentro eu estava furiosa. Eu não entendi o porquê. Alec não falava mais com ela e... Eles não eram casados... Ou eram?
– Vocês casaram? – Perguntei.
  Que idiota Camille! Pare de fazer essas perguntas! Tentei rir diante dessa pergunta, mas ele não riu.
– Íamos nos casar 1 ano depois.
  Fiquei muda e vi que ele não gostou de relembrar aquilo. Fui até ele e segurei seu rosto.
– Desculpe.
  Ele me abraçou e eu me senti uma idiota. Será que eu estava com ciúmes? Não éramos namorados. Katie ainda gostava dele? Ela nos viu na cozinha e pigarreou.
– Desculpe, só vim tomar uma água. – Ela disse.
  Concordamos e Alec me levou para a sala. As crianças estavam brincando e nos chamaram. Depois de um tempão brincando, minhas costas já estavam doendo.
– Mamãe! – Audrey berrou.
  Eu e Alec rimos.
– Sim?
  Katie apareceu. Ela estava com uma calça jeans, uma blusa verde, sua jaqueta cor de vinho estava em seu braço, ela estava maquiada, seus cabelos soltos e ela estava colocando um brinco.
– Vem brincar conosco.
– Volto mais tarde, meus amores. Não vou demorar...
– Onde você vai?
– Preciso passar na... Na casa de um amigo.
  Ela parecia tensa.
– Tá legal... – Caleb falou.
  Os olhos de Audrey se encheram de lágrimas.
– Audrey... Filha...
– Se quiser passe mais 5 anos na casa do seu amigo. – Audrey falou.
  Ela se levantou e foi correndo para o quarto, batendo a porta.
– Parabéns, Katie. – Alec falou.
  Ele foi até o quarto de Audrey e Katie saiu.
– Caleb, espere só um minuto. – Eu disse.
  Fui até o quarto de Audrey e bati na porta.
– Posso entrar?
  Ela assentiu com a cabeça. Seus olhos estavam vermelhos, lágrimas rolavam em seu rosto e o pai acariciava seus lindos cabelos loiros, como os da mãe.
– Ela nunca tem tempo pra mim.
  Eu me sentei ao lado dela e enxuguei as lágrimas de seu rosto. Alec parecia furioso.
– A mamãe não é quem eu pensava.
– Eu sei. – Alec falou.
  Ela abraçou o pai e ele olhou pra mim. Seu olhar era de culpa, culpa de ter escolhido a mãe errada.

  Mais tarde, quando fui embora, eu e Anna estávamos vendo um programa de TV enquanto comíamos pipoca.
– Você dorme na cama dele?
– Eu apenas durmo, Anna. Não é nada demais.
– Admita: vocês estão namorando...
– Não, não estamos. Ele não pediu.
– Qual é... Vocês vivem se beijando.
– Isso não significa nada.
  Ela riu e debochou.
  Para Alec, talvez nós poderíamos estar namorando mas... Pra mim, eu não queria apressar as coisas. Ele não pediu e... Estávamos nos dando bem. Acho que era apenas isso.

 











 
 

À Procura do Amor (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora