Presos no elevador

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-Eu não aguento mais!!- falei sem paciência

-Já é 5° vez que você diz isso- Gui fala sem dar muita importância

-A quanto tempo a gente tá aqui?- ele retira o celular do bolso e analisá o visor

-15 minutos!

-Tá de sacanagem!?- bufei e passei as mãos no cabelo frustada

-Pensa pelo lado bom...

-Que lado bom Guilherme??

-Bom... Eu não sei, nessas situações sempre tem um lado bom não é?

-Então quando você descobrir qual for você me avisa!- suspirei e me sentei no chão me encostando na parede. Ele ficou quieto, e eu estranhando o silêncio, olhei para o mesmo que me encarava fixamente- O que? Por que tá me olhando assim?

-Sabe que...- se sentou de frente pra mim-...até que tem um ponto positivo nisso

-Ah tem?- ri sem humor- Então, divida comigo

-Pelo menos assim você não vai poder fugir de mim- olhei pra ele por um instante

-E me diz; em que parte isso é positivo?- joguei minha cabeça para trás a encostando na parede e fechando os olhos logo em seguida

-Achei que você não fugisse das coisas, e sim que as enfrentasse

-Não estou fugindo de você, eu só evito manter contato com gente estúpida

-Sempre na defensiva...- suspirei e olhei pra baixo

-Tenho que estar...! Se eu baixar a guarda por um segundo sequer...as pessoas se aproveitam

-É tão difícil assim pra você confiar em alguém?

-Meu nível de desconfiança é o máximo possível, e a minha confiança tá mais pra uma dádiva para as pessoas

-Deveria diminuir seu teor de frieza

-Não é frieza, é medo de ser pisoteada, por que se não, aposto que você mesmo teria feito na primeira oportunidade

-Nunca pisei em você!- me olhou incrédulo

-Porque eu não deixei! Porquê se eu bobeasse, estaria bem aí- apontei com o queixo- na sola do seu sapato

-O que te faz pensar que eu faria isso com você?

-Seu histórico talvez?!

-Não pode me julgar pelo que eu era!

-E você não pode exigir minha confiança de uma hora pra outra!

Ficamos em silêncio por minutos, ele me olhava e eu evitava a todo custo retribuir o olhar

-Por que fugiu?- ele perguntou derrepente. Olhei pra ele como se me fazendo de desentendida- Depois do que aconteceu... Por que você foi embora?- parei pra pensar um pouco e suspirei

-Eu não sei

-Eu fiquei naquele jardim com cara de taxo, tive que agüentar o Jace e meu irmão me atolando de perguntas, e também já levei um tapão seu e não revidei- levou bem merecido- Eu quero uma resposta melhor do que "Eu não sei"!- falou exigente. Fiquei quieta encarando o nada por algum tempo, pensando no que falar

-Conhece a famosa guerra entre a razão e a emoção?

-E como! Tô sofrendo uma agora aliás- falou olhando nos meus olhos mas eu desviei

-Digamos que, a razão falou mais alto, mas a emoção...- dei uma pausa e neguei com a cabeça- A emoção tá acabando comigo! Eu faço de tudo, o possível e o impossível, mas não importa o que eu faça, aquele maldito beijo sempre volta!- cravei as unhas por entre meus cabelos e suspirei pesadamente

Garota mais que complicadaOnde histórias criam vida. Descubra agora