QUATRO

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Espreguiço-me antes de levantar. Abro as cortinas da janela e deixo que o sol entre e ilumine meu quarto. Após tomar um rápido banho, desço as escadas e vou em direção à cozinha. Minha mãe prepara o café da manhã usando apenas uma camisola de seda, com os cabelos castanhos claros soltos, caídos à altura dos ombros.

— Bom dia, querida.

— Bom dia, mamãe.

Antes de me aprumar no balcão, lhe beijo o rosto.

— Acho que alguém caiu da cama hoje — meu pai diz ao entrar na cozinha.

— Bom dia para você também.

Ele vem até mim, beija-me a testa e senta-se à minha frente.

Tomamos o nosso café e conversamos um pouco.

O dia começa bem. E pela primeira vez na semana estou ansiosa para ir à escola.

Me despeço da minha mãe e o meu pai faz o mesmo.

Meu pai trabalha como arquiteto em uma empresa que fica perto da escola. Não do tipo perto, que dá para ir caminhando, mas um perto que leva de 10 a 15 minutos de carro, dependendo do trânsito de Dover. Como eu não tenho carro e nem carteira de motorista, e ir de bicicleta levaria muito tempo, ele me dá carona todos os dias de manhã.

— Te vejo em casa — meu pai fala ao estacionar a BMW em frente à entrada principal da escola.

— Ok.

Beijo o seu rosto e desço do carro. Antes que eu possa fechar a porta, Paige aparece à minha frente e me cumprimenta.

— Bom Dia, Sam.

— Bom dia, Paige — digo, mas ela não dá bola para o meu bom dia, e olha para o meu pai, com os olhos brilhando.

— Bom dia, Sr. Ryan — ela fala com uma voz lânguida.

Olho para o meu pai e percebo o quanto está constrangido.

Menos mal.

— Bom dia, Paige. Tenham um ótimo dia meninas — ele diz e sai com o carro em disparada.

— Você deu em cima do meu pai? De novo?! Assim, na caradura? Na minha frente?

— Não, claro que não.

— Você deu sim!

— Pode se dizer que eu estava sendo apenas uma boa pessoa.

— Engraçadinha! Meu pai é casado. E caso não lembre, a esposa dele é minha mãe.

— Pera aí, Samantha. Eu sei muito bem que o seu pai é casado, ok? Eu só fui educada. Eu nunca dei em cima do Sr. Ryan.

— Sério? — questiono irônica.

— Não tenho culpa se o Sr. Ryan é um gato.

— Por Deus, Paige. Você é doente. Você sabe quantos anos meu pai tem? Você lembra quantos anos você tem?

— Bom. Eu tenho dezesseis e o seu pai... — Ela finge contar nos dedos. — O seu deve ter uns quarenta e três. — E ri.

— Não importa. Só pare com isso. Ou então, você vai sofrer as consequências.

— Tudo bem, calma. Eu jamais ficaria com o seu pai.

Coloca o braço no meu ombro.

— Meu pai jamais ficaria com você — sussurro, e a faço rir, como se tivesse contado uma piada muito engraçada.

Erros... nas entrelinhasNơi câu chuyện tồn tại. Hãy khám phá bây giờ