CAPÍTULO #10

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De todos os defeitos que eu imaginei que o Bernardo teria, não ter modo de dormir não estava na minha lista.

- O que você estar fazendo no chão? - Perguntou ele ainda esfregando os olhos.

- Eu cai dá cama.

- Então levantar e volta dormir. - Falou ele é imediatamente.

- Mais você não era pra dormir no quarto ao lado? Por que está aqui?

- E uma longa história, deita e dormir. - Falou ele se cobrindo e deitando novamente na cama.

- A queda me deixou sem sono, posso ouvir toda a história.

Ele levantou e depois de me encara com aqueles olhos miúdos ele levantou e eu imediatamente o seguir.

Antes de abrir a porta ele segurou a maçaneta e por alguns minutos ele parecia nervoso e disse algumas palavras.

- O que você vai ver, Apenas o Vinícius já viu.

- Eu sei guardar segredo.

No início parecia ser apenas um quarto, mais quando as luzes se acenderam, vir um quarto cujo as paredes eram pitadas em rosa e branco, o quarto brilhava como se ouvesse sido limpo a alguns minutos atrás.

Uma cama bagunçada, com vestimentas feminina é um guarda roupa aberto com mais roupas femininas, vários quadros de pintura, e latas de tinta espalhada pelo quarto, e sem falar nos enumeros tipos de pincéis é uma instante com livros, conhece reconhecer alguns do Nicholas Sparks.

Eu não entendia o que de errado tinha das pessoas conhecer aquele quarto,  até ver um enorme quadro pintado onde havia dois homens e uma mulher e a legenda família feliz, mais o feliz estava com um x enorme.

- Esse e o quarto dá. - iria falar mais ele continuou.

- E o quarto de lazer dá minha mãe, passo maior parte do meu tempo aqui.

- Ela se foi a quanto tempo? - pergunto com a voz falha.

- Há quatro anos. Um maluco bateu no nosso carro e ela foi arremessada pela janela e não resistiu ao ferimentos. - Doía muito em me ver ele daquela forma, vulnerável e triste eu queria me aproximar e o abraçar, mais não sei se era coisa certa a se fazer.

- Quem ver você assim amigo, estudioso, brincalhão, nem imagina que. - Eu nunca fui bom com as palavras então desisto de falar antes que eu fale algo errado, mais ele deu seguimento.

- Nem imagina que perdeu a mamãe a pouco tempo e que não aceita a morte dela?

- Eu não quis dizer isso.

- Tudo bem, mais é assim mesmo, o problema é que as pessoas tem mania de querer ler o conteúdo de um livro pelo lado de fora, julgando apenas pela capa.

Eu não tinha mais nada o que dizer eu estava envergonhado de me mesmo, as vezes agente sorrir para não chorar, mais não percebi que os outros podem tá passando pela mesma situação.

- Vamos dormi, amanhã tem aula.

Caminho de volta a porta e avisto uma placa de carro jogada no chão cujo a placa EAJ 5991, eu pego a placa na mão e como seu conhecesse ou tivesse visto essa placa alguma vez.

- Essa era a placa do carro dela? - Pergunto e recebo um aceno positivo de cabeça.

Voltamos para o quarto em silêncio e assim deitamos. Eu não conseguia pregar os olhos, eu não conseguia imaginar o quanto ele estava triste por dentro, o quanto ele tem se esforçado para sorrir e ninguém percebe a verdade.

Lembro de quatro anos atrás ele faltou mais de um mês de aula, mais boatos que havia no corredor era que a família tinha tirado um mês de férias.

Um suco de manga foi a única coisa que tomei antes de ir para aula, primeiro tive que enfrentar a ida com o Bernardo e seu pai no volante. Ele não parava de me olhar pelo retrovisor, enquanto o Bernardo estava entretido no seu celular, nem parecia o Bernardo triste de horas atrás.

Na entrada dá escola o Carlos estava sentado na calçada me esperando.

- Licença você pode me devolver meu amigo. - Falou ele encarando o Bernardo e me puxando pelo braço.

- Pode levar, mais saiba que é na minha cama que ele dormi a noite. - Gritou ele e vejo as pessoas nos corredores olhar para ele e uma parte de me se excito com essa mentira, por que com aqueles péssimo modo de dormir que ele tem, e impossível dormir.

- E verdade que ele falou? Ele é gay? Vocês estão namorado? Como você pode me deixar de fora dessas notícias?

- Calma Carlos uma pergunta de cada vez. - Respondo sorrindo a caminho dá sala.

- Mais ele é Gay? Vocês tão namorado?

- Não Carlos. Eu vou ficar na casa dele por um tempo, mais somos só amigos e ele não é gay.

- Pena, eu ia pedir para você e ele me ajudar com o Vinícius. - Sentir um leve desânimo em sua voz.

- Mais o Vinícius não é Gay. - Rebato.

- Tem um garoto no Grinder e eu tenho certeza que é ele.

- Você não cansar de ficar nesses aplicativo de pegação não? - Pergunto revirando os olhos.

- Cansar eu até canso, mais estou sempre aberto para o que a vida tem para me oferecer inclusive os boys.

A pior parte do dia eras aula, só nessas horas eu sentia falta do meu celular. Sento como de costume no final dá sala e vejo o Bernardo e seus amigos entrarem, ao contrário das outras vezes ele sorriu para me e eu praticamente me sentir uma geleia tão mole de felicidade.

- Ele tá caidinho na sua. - Falou Carlos me dando uma cotovelada.

- Não está não. - Respondo devolvendo a cotovelada.

- Tá sim é você está perdendo tempo deveria se declarar. - Falou ele me dando outra cotovelada.

- O que é que você quer que eu diga? Sou péssimo em me declarar, sou péssimo em cantada.

- Tenho uma infalível vir hoje na internet. - Falou ele é logo vir sua afeição mudar, que até me deu medo  de perguntar.

- Diga logo, sei que você está doido pra falar.

- Já que vocês estão com certa intimidade você vai e pedir o Instagram dele e se ele perguntar para que, você diz que  seus pais sempre o aconselhou a você seguir seu sonho. - Carlos ele colocou a mão na boca controlando o riso, mais eu apenas o encarava como se ele fosse uma equação do terceiro grau.

- Se é para isso que você pagar sua internet eu acho melhor você cortar. - Digo abrindo o caderno e começando a fazer a tarefa que eu estava ganhando mais.

Em Busca De Abrigo (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora