Capítulo Quatro

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— Eu vou pedir um frappé — falo enquanto olho o cardápio de bebidas na cafeteria Precious Coffee, localizada dentro do Cassino Lumière, Deck 6.

— Calma aí, eu ainda não entendi muito bem como funcionam as coisas por aqui. Alguém pode me explicar, por favor?! — Bárbara tira os olhos do cardápio e me encara, em seguida olha para Roberta e começa a tagarelar sem parar — Cadê o preço das coisas? Como eu vou pedir uma bebida que não tem preço? Vocês só podem estar malucas das ideias! Eu sou assalariada, não posso gastar fortunas aqui...

Tudo para Babi é motivo de muitas dúvidas e eternos exageros, até agora não entendo como ela aceitou fazer essa viagem se aparentemente ainda não assimilou nada de como tudo funcionará durante esses dias que estivermos no cruzeiro.

Peço com gentileza para que a garçonete volte em outro momento, já que será praticamente impossível entrarmos em um consenso quanto ao pedido agora. Certamente levará um tempo para explicarmos com calma à nossa amiga que essa Companhia trabalha com sistema all inclusive, ou seja, tudo incluído, ou quase.

— Bárbara, não me subestima. Criatura, você acha mesmo que a gente faria uma viagem pra gastar mundos e fundos? — Roberta pergunta seriamente.

— Olha... Na verdade eu espero encarecidamente que não. Porque eu não tenho mais mundo nenhum para gastar, só me restou o fundo! — responde a outra divertida e pouco se importando com a seriedade da pergunta feita para si.

—Babi, é o seguinte: o sistema all inclusive nos dá algumas vantagens aqui dentro — digo sem muitos rodeios —Algumas bebidas e todas as refeições estão incluídas no pacote, entende?

—Dã... Eu não sou burra! Eu sei que as comidas estavam inclusas e que as bebidas durante as refeições também, mas eu pensei que as coisas nos bares do navio fossem cobradas à parte. ­— Ela me explica.

— Ahhhh... Menos ruim que pensou assim — afirmo. —Faz sentido o seu questionamento. Mas então, apenas as coisas que estão com o nome Premium são cobradas à parte. Tá certo?!

—Tá certo não, ta ótimo! Chama a moça ali de volta que eu quero fazer meu pedido. Tô morrendo de fome e vocês me chamam para um bar... —diz Babi — Vocês vão de café mesmo? Eu quero é uma caipirinha!

Faço nossos pedidos e à medida que a garçonete se afasta, começo a reparar melhor as peculiaridades do local. O ambiente é lindo, cheio de sofás e poltronas em couro caramelo e almofadas finas na cor chocolate. Tudo combinando perfeitamente com o carpete escuro de desenhos como um tapete persa, cortinas pesadas em tons que vão do bege ao marrom e com a mesinha de centro que serve de apoio para as bebidas.

Vejo a moça loira a qual fiz o pedido falar com um senhor baixinho dentro do bar, que balança a cabeça como quem entendeu o que foi solicitado enquanto sacode uma coqueteleira com toda a força no ar. O balcão em madeira polida, que fica à sua frente, reflete todo o brilho das luzes que iluminam as prateleiras com copos em desenhos mais variados. Custo a acreditar que é tudo real, é tanta riqueza de detalhes que vislumbra até os olhos menos interessados. 

Os Melhores Dias de Nossas VidasWhere stories live. Discover now