Meu outro eu

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Era uma manhã de Sábado cinzenta, fazia muito frio e a chuva caia lá fora, o vento susurrava na janela do meu quarto, parecia que ele tinha algo a me falar, talvez ele fosse o único que pudesse me ouvir naquele momento, mas eu continuava na cama sem disposição alguma, a tristeza e a dor tomavam conta da minha alma, viver já era um tanto faz, então eu comecei a pedir a Deus pra me levar todos os dias, eu não tinha mais forças pra suportar tudo aquilo sozinha.

Então, eu me levantei da cama e coloquei umas meias nos meus pés e fui na direção da cozinha; minha boca estava seca e eu sentia muita falta de ar, chegando à cozinha eu bebi apenas a metade da água que coloquei no copo. Saí da cozinha e comecei a subir as escadas sentindo minhas pernas travarem a cada passo que eu dava, eu estava abatida e fraca e os degraus pareciam não terem fim. A casa fazia barulhos esquisitos a cada degrau que eu pisava.

Assim que eu estava subindo as escadas eu tive a impressão de ver um homem parado na sala me olhando lá embaixo, mas ele sumiu assim que olhei novamente...

Mesmo fraca eu corri me arrastando pelo corredor e me apoiando na parede até chegar ao banheiro, e lá eu me tranquei, minha asma estava atacada e eu não conseguia respirar direito, me agachei proxímo ao vaso e acabei vomitando ali mesmo e um pouco do meu vômito caiu em meus pés. Eu estava fedendo a podre e precisava de um banho urgente. Então eu me apoiei no vaso na tentativa de me levantar daquele chão sujo e frio.

Eu fui até a pia lavar as mãos e ao molhar o rosto e fitar o espelho, vi uma imagem distorcida se aproximando de mim, olhei pra trás e não havia nada, comecei a ficar com medo novamente, então eu toquei meu rosto desesperadamente e não senti minhas mãos e do nada o meu reflexo no espelho mudou de forma e se transformou numa mulher de cabelos longos com aspecto molhado pingando um líquido escuro em seu rosto e em seu vestido branco encardido, sumindo e dando espaço a mais uma moça naquele mundo paralelo e obscuro, presa a uma corda em seu pescoço. A suicida dependurada em uma barra de ferro no banheiro era eu e ao me ver ali senti um terrível sufocamento e a minha imagem comecou a girar a cabeça num ângulo de 360° parando em instantes, quando isso aconteceu ela olhou em meus olhos e sorriu mostrando seus dentes quebrados, mas eu fechei os olhos e desejei que eu acordasse daquele pesadelo horroroso.

Tentei correr até a porta, mas alguma força me prendia ali, as luzes começaram a piscar e se apagaram em seguida, eu me abaixei rápido sentindo a rigidez dos meus ossos, colocando a minha cabeça entre as pernas e fechando os olhos com força, naquele momento eu senti o lugar ficar gelado e úmido mas eu não tirei minha cabeça de entre as pernas pra olhar a escuridão que me rodiava.

Comecei a ouvir passos vindo em minha direção que dizia o meu nome em voz alta e rouca:
- Emily.

Comecei a ouvir passos vindo em minha direção que dizia o meu nome em voz alta e rouca:- Emily

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⏰ Last updated: Mar 23, 2017 ⏰

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