- O seu papai Bader...
Emocionada, a Millena tentava explicar ao Rodrigo.
- Ele... Precisou fazer uma viagem...
- E quando ele volta?... To com saudade...
- O papai Bader não vai voltar...
O que parecia ser um simples entendimento, acabou se tornando triste quando o
Rodrigo começou a chorar:
- Por quê?... Eu quero meu pai... Eu quero...
- O ... O papai Bader foi pro céu...
- Eu quero meu papai Bader... Tia Ro... Liga pra ele... Fala que eu tô com saudade...
Diz que eu amo ele...
- Ah meu anjo... Lá não tem telefone...
- Eu quero meu pai...
Ele saiu correndo pro quarto e deitou em sua caminha chorando, talvez ele nem
estava entendendo muito bem o que acontecia, mas saber que nunca mais voltaria a ver o "papai Bader" já foi o suficiente para entristecê-lo.
No começo da madrugada levaram meu corpo para velar, toda minha família já
estava no local aguardando minha chegada, sob efeito de calmantes o Daniel descansava
deitado no colo da minha mãe, aquele mesmo colo que servia de consolo para meus
momentos de tristezas, medos e carência.
Quando o carro funerário chegou ao local começou uma movimentação fazendo
com que o Daniel acordasse:
- O quê está acontecendo?
- O corpo chegou?
Bastou o zelador do local dizer "o corpo" que o Daniel entrou em pânico, a Milena
já começou a chorar, minha mãe abraçou o Daniel para tentar conforta-lo, embora ela
também estivesse chorando muito, já meu pai foi forte, conteve a emoção de ver seu filho chegando dentro de um caixão carregado por pessoas nunca vistas na vida:
- Dona Vivian... Não é verdade...
- Calma, filho.
- Você não quer ir pra casa, Daniel?
- Não seu Felipe, não posso deixar meu petit aqui sozinho.
O Daniel passou a madrugada inteira sem dormir, perto de mim. Às vezes ele ia
tomar uma água e voltava, só deixava a sala do velório para ir ao banheiro, de hora em hora ele se aproximava do caixão e conversava comigo, mas impedido de me tocar, pois o caixão foi lacrado, sendo assim, ele só conseguia me ver através de um pequeno vidro que só mostrava meu rosto, impedido de me tocar, para sempre.
- Amor... Por que você me deixou? Você tinha me prometido que nunca me
deixaria... O que vai ser da minha vida sem você?
- Vem tomar um café para se acalmar...
- Eu não quero café nenhum, eu quero o meu petit de volta... Petit... Volta pra casa...
"-Namorado?
- É. Por que o espanto?
- Nada não, é estranho ver um cara chamando outro cara de namorado..."
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Meu petit ( romance gay )
RomanceBaseado em fatos reis, uma historia que fala de amor, arrependimento, decepção, brigas ciumes, mas alem de tudo isso, o amor e maio.