Capítulo 7 - Rose Peterson

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Encrenca! Fui colocada e ainda me afundei mais nessa encrenca.

Talvez fosse porque meu coração fragilizado quer sentir algo de novo, ou talvez seja o fato de Christian ser tão carinhoso e cuidadoso comigo. Está na cara que ele apenas quer me ajudar e eu já estou o querendo para mim. Não faz nem uma semana que meu relacionamento com Phill acabou e meu coração já quer se entregar ao Christian. Com certeza estou carente.

Miro a tulipa negra ao meu lado, muito bem colocada no banco do passageiro e suspiro. Nunca recebi tantas flores de um homem. Phill nem sequer me deu uma pétala. Olha o delinquente de novo! Reviro os olhos por acabar sempre pensando nele, fico brava comigo mesma por fazer isso. Não sei porque estraguei nosso almoço e provavelmente um futuro passeio por causa daquele ser idiota. Parece até uma assombração rodeando meus pensamentos e insistindo em comparações.

Ao voltar para casa, resolvi passar o resto do dia em companhia de minha mãe e não isolada no quarto. Mencionei algumas coisas para ela, realmente só o necessário e assistimos a um filme. Não queria ter que dizer que Christian me faz bem e mexe com meu corpo quando estou perto dele. Papai havia tirado o dia com Gael, algo relacionado com pescaria. Minha mente não pôde deixar de imaginar que Christian gostaria desse programa entre homens. Bem, ele parece ser do tipo que gosta de estar em família.

Quando me contou que era órfão, me sensibilizei com a história. Não que pena fosse o sentimento que prevaleceu, mas gostei de ver o quanto foi forte e que não usou isso como desculpas para ganhar tudo na mão. Ele batalhou pela loja que há anos foi criada por seus pais, e conseguiu o respeito de muitos. Só com isso, consegui ver seu caráter. Christian é íntegro e de bom coração. Entendo agora porque resolveu me ajudar. Suas palavras sobre ajudar donzelas indefesas me fez rir em silêncio, enquanto deitava em minha cama. Juntei a flor com as outras duas e pensei no que o futuro ainda me reservava.

Minha mãe me acordou com sacudidas vigorosas e resmunguei irritada. Por que não tenho minha própria casa ou apartamento?

— Mãe! — reclamei cobrindo meu rosto com o lençol. — É domingo mãe, me deixe dormir mais um pouco.

— Não posso minha Rose, se levante e se vista, tem visita para você na sala.

Não sei dizer o porquê, mas por segundos imaginei que fosse Phill. Não que eu quisesse, porém se fosse, teria o prazer de expulsá-lo a pontapés e tratá-lo com desprezo absoluto. Coisas que não posso fazer no trabalho. Sentei-me na cama deixando o lençol cair.

— Se forem as meninas diga para virem depois do meio-dia. — digo já pensando que escaparei durante a manhã, das perguntas sobre como estou indo com Christian.

— Mas não são elas que estão aí meu bem.

— Então, quem? — indago sonolenta.

— Alguém que está lhe devendo uma partida de Basquete.

Sinto minha testa vincar e suspiro ao cair na cama de novo cobrindo meu rosto com lençol.

— Mãe, ninguém está me devendo uma partida de Basquete e a senhora sabe que nem gosto desse esporte, pois só consigo ouvir os tênis dos jogadores fazerem barulhos que me irritam.

— Mas o rapaz lá embaixo disse que lhe levaria a um jogo hoje.

Rapaz? Claro! Team Christian. Tiro o lençol do meu corpo e já me ponho de pé indo ao guarda-roupa e pegando qualquer peça.

— Mãe, por que não disse antes? Me esqueci totalmente, quer dizer, eu nem achei que ele fosse realmente...

— Rose! — mamãe chamou e girei meu corpo para olhá-la. — Vá escovar os dentes e tomar um banho primeiro. Eu escolho sua roupa. Agora respire devagar e faça tudo o que eu disse.

Amor em Primavera - Os Petersons - Livro 3Where stories live. Discover now