Capítulo 12: Um sonho muito estranho

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Melissa

Estava em um lugar, na verdade, parecia um parque infantil. Havia grama e alguns brinquedos, como escorrego e gangorra. Eu, estranhamente, sorria e brincava junto com as outras crianças, estávamos todas com um uniforme até então desconhecido por mim.

Eu corria, ria e brincava. As outras crianças estavam alegres, porém não tinham um olhar feliz. Pareciam tristes, ou solitárias. Eu não sabia onde estava, nem quem era aquelas pessoas, só sabia que eu brincava, alegre, como todas as crianças que estava ali.

Como se fosse em um piscar de olhos, o cenário mudou e eu já não era mais criança. Eu agora estava em um campo gramado, aparentemente sozinha.

- Se essa rua
Se essa rua fosse minha
Eu mandava,
Eu mandava ladrilhar
Com pedrinhas,
Com pedrinhas de brilhante
Para o meu,
Para o meu amor passar... - ouvi uma voz cantar, era uma voz doce e suave. Por um momento, senti como se conhecesse aquela voz.

Eu olhava para todos os lados, porém não encontrava ninguém. Só estava eu ali. Senti algo em minha mão, o que era estranho, pois eu não percebi ter pego nada.

Abri a mão e olhei o que estava lá. Era a correntinha que eu tinha desde pequena. Era o meu colar.

Acordei em um sobressalto e suspirei ao perceber que havia sido tudo um sonho. Passei a mão pelo meu rosto e senti o suor em minha mão. Definitivamente, esse sonho foi muito estranho e sem sentido. Ao menos era isso que eu achava.

Caminhei até o banheiro e após lavar o meu rosto, encarei meu reflexo no espelho. Meu colar.
O que havia de tão especial nele?
Eu não entendi o porquê de, de repente, o mesmo estar no meu sonho. Na verdade, eu não entendi nada. Quem era aquelas crianças? Onde eu estava? E aquela voz? De quem era?

Eram perguntas que não tinham respostas em minha mente. Respirei fundo. Foi só um sonho. Eu não preciso quebrar a minha cabeça por conta de um sonho totalmente estranho. Se ele não tinha sentido, eu não iria procurar um para ele.

Olhei às horas e o relógio marcava 5:58 da manhã. Ainda estava cedo, então decidi observar um pouco a janela. O sol acabara de se pôr, porém as pessoas já saiam de suas respectivas casas, provavelmente para ir ao trabalho ou à escola.

Às seis e quinze fui arrumar-me. Escolhi um vestido amarelo com uma sandália dourada e deixei meu cabelo solto com uma pequena trança. Desci as escadas e minha mãe havia acabado de acordar.

- Bom dia! - cumprimentei e ela olhou-me, surpresa.

- Bom dia! Caiu da cama?

- Quase isso. - respondi sentando-me à mesa.

Comi um pedaço de bolo com suco de laranja. Após a refeição, peguei minha bolsa e mamãe foi deixar-me na escola.

Encontrei Chloe sentada em um banco, sozinha. Eu já ia me aproximar, quando vi Max, um dos populares, aproximar-se dela.

- Olha, é a nerd cristã. - disse em um tom zombeteiro. Ele passou a mão pelo rosto dela. - Se não fosse tão quietinha, até que seria divertido ficar com você.

Ela não respondeu nada. Permaneceu inerte. Eu não sei se era pela sua timidez, ou se era pelo fato de sentir medo.

- Deixa ela em paz! - falei e ele olhou-me de cima a baixo.

- Quem você pensa que é para vim me dar ordens? - indagou em tom superior e eu revirei os olhos.

- Melissa Stuart, prazer! - ironizei.

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