Um Amor Pouco Provável - Spin- off AEV (Completo)

Capítulo 4

Por Sophie Bennallie.

Sentada embaixo de uma árvore, observo o rio correr adiante de mim, elevo meus olhos e observo as colinas de Pinemonte.

A três meses atrás me sentava neste mesmo lugar e não cansava de admirar essa paisagem e imaginar o homem dos meus sonhos, meu príncipe encantado, aquele que roubaria meu coração.

Me imaginava de mãos dadas com ele assistindo ao pôr do sol, deitados na relva observando as estrelas a noite, apenas beijos, blus e poesia.

Imaginava um encontro arrebatador, beijos, olhares puros, sentimentos recíprocos e verdadeiros.

Um sorriso triste surge em meus lábios.

Sim, houve um encontro arrebatador, um encontro de almas e corações.

Pelo menos foi o que achei.

Eu pude sentir em cada abraço dele a intensidade do que ele sentia por mim. Pude sentir seu coração acelerar, pude sentir sua respiração ofegante, seu olhar transparecia, amor, admiração, paixão, tudo, absolutamente tudo direcionado a mim.

Pelo menos foi o que minha mente fantasiosa de garota boba me mostrava.

Antes do Victor não houve ninguém, simplesmente nenhum garoto me interessava de verdade, eu admirava alguns, achava bonito e comentava com minhas amigas. Mas daí a sentir o coração acelerado, as pernas bambas, esquecer de como se respira. Isso nenhum homem fez comigo, não antes dele.

Ele foi único, ele tocou locais em minha alma que eu nem sabia que existia, fez um desejo, um extinto feminino surgir em mim que eu nunca pensei que pudesse haver em meu ser.

Antes do Victor eu sabia, ou tinha uma noção filosófica e fantasiosa, do que ocorria entre um homem e uma mulher, mas nunca na minha vida eu conheci um desejo tão intenso como quando Victor me tocou.

Quando ele me beijou não tomou apenas meu coração, mas meu corpo também. Fez nascer uma mulher, com desejo latente na pele.

Eu me sentia excitada com apenas um olhar seu. Quando ele me tocava eu só pensava no quanto desejava suas mãos por todo meu corpo.

Por mais que ele sempre tenha me respeitado, quanto mais eu tinha dele mais eu queria, quanto mais de mim eu dava, mais eu queria me entregar.

Suspiro e olho para o rio que hoje corre tranquilamente.

-Eu posso ter voltado para a Itália, mas meu coração ficou nos Estados Unidos!

-Eu imaginei que sim! – Me assusto ao ouvir a voz da minha mãe.

-Mamãe? - Falo constrangida.

Desde que voltamos de Boston tenho evitado ela e meu pai, na verdade toda a minha família.

Antony fez questão de espalhar para todos o que houve, assim que chegaram de lá, e os únicos que não me criticaram foram Benjamin, Demétrio e Giulia.
Papai, Tony e Mariah ficarão possessos com o que houve.

Papai queria voltar aos Estados Unidos e tirar satisfação com Victor, mas Benjamin não deixou, e mamãe até agora não havia falado comigo.

Ela senta ao meu lado e observa o rio por um tempo em silêncio.

Observo que ela está em seu macacão de jardinagem, provavelmente estava com as rosas. Seus cabelos estão presos em um rabo de cavalo com alguns fios soltos.

Minha mãe não perdeu sua beleza, o tempo só tem lhe dado mais vigor.

De repente ela quebra o silêncio.