Capítulo VII

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O retorno a capital do reino finalizou-se na mesma tarde e como imaginava o sequestro da duquesa estava nas rodas de fofocas da cidade, todavia, bem sei que fora uma farsa, pois não houve sequestro e sim uma fuga para a liberdade da qual tivera po...

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O retorno a capital do reino finalizou-se na mesma tarde e como imaginava o sequestro da duquesa estava nas rodas de fofocas da cidade, todavia, bem sei que fora uma farsa, pois não houve sequestro e sim uma fuga para a liberdade da qual tivera poucos minutos de prazer.

A iluminação da cidade beirava aos tempos da idade média e o toque de glamour estava muito restrito a poucos lugares sendo um destes a casa que comprara do antigo coronel de raízes baianas e pelo pouco que me consta um celebre e rico produtor de cacau, o casarão fora recém-reformado e fora agraciado com a mais luxuosa decoração europeia, não posso olvidar, essa mansão esteve nas mãos do príncipe regente, mas deter a admiração da princesa regente trouxe benefícios como essa casa de cores brancas e janelas azuladas tendo os azulejos portugueses como suave requinte dessa bela e ousada odisseia.

— Sua graça! Sua graça! — Os gritos soavam como desespero e por consequente roubaram minha atenção.

— Qual o motivo de tamanho escândalo, rapaz? — Indaguei ao jovem de origens negras e pela vestimenta, um escravo.

A curiosidade levou-me a casa de Amanda, por hora minha prima distante e infelizmente irmã gêmea de uma cobra denominada Aurora. Entretanto, querido diário duas mulheres perfeitamente idênticas, embora o perfume tenha a mesma embalagem e lembre a sabor do primeiro, eles são divergentes, e assim é a Sra. Amanda com sua irmã a Srta. Aurora.

— O que está acontecendo? — Perguntei em meio aos olhares apreensivos dos serviçais. — Queridos! — Sorri inundada de desespero — Acredite, eu não tenho o poder da adivinhação. — Respondi.

Dona Alberta nada respondia, ao menos, o latim não deve ser traduzido nesse momento e o crucifixo cobre suas mãos de uma vasta maneira que precinto o cheiro da morte, enfim, a boca de Felipa se confunde com as trombetas do purgatório e às vezes lembra-me o fedor de uma tumba.

— Não passa dessa noite! — Completou Filipa com sinal da cruz. — Deveria chamar o padre, dona Alberta? — Sugeriu a louca — Deveras um milagre. — Enfim ela calou-se — Vossa graça acredita em milagres? — Interrogou Felipa carregada com o fedor de vossa boca e o sotaque português agora junto ao meu rosto.

Querido diário ainda me questiono o porquê de Felipa ser a governanta da casa de meu pai quando, na verdade, a digníssima senhora deveria conduzir as almas para as profundezas da terra e com o cheiro que emana não só de sua boca, mas de seu corpo, a profissão julgo ser apropriada.

— Onde se encontra o senhor dessa casa?

— A serviço do príncipe, duquesa. — Respondeu uma tímida negra logo se afastando e continuando seus afazeres.

— Senhora duquesinha! — Gritou minha amável, Felipa.

— Victoria está perfeito, Felipa. — Sugeri a muitos metros de distância.

Açúcar: Um Amor Real/ Livro 1 da série Açúcar.Onde histórias criam vida. Descubra agora