Capítulo 6 - Let me love you

229 30 6
                                    

POV CLARKE

A música alta preenchia a trilha sonora do ambiente. Pessoas dançavam aglomeradas pelo centro do lugar. Eu, Lexa, Anya, Octavia e Raven estávamos sentadas numa área vip. Bebíamos e conversávamos em um local reservado no primeiro andar. O camarote em que estávamos nos dava todo conforto e privacidade que precisávamos para nos divertir sem ter nossos rostos espalhados pela mídia, em suas manchetes.

Eu observava tudo encantada. Não estava acostumada em estar em lugares como esse. Mal conseguia sair para uma balada, já que Finn não gostava de ir. E quando minhas amigas me chamavam, eu acabava evitando ir para não causar uma confusão com ele.

O lugar era bem mais luxuoso do que os que eu já fui. Acho que em um dia normal, não teria dinheiro nem para entrada daqui. Sem contar que os frequentadores pareciam ser bem seletivos, pelo que dava para observar daqui de cima.

- Está gostando, Clarke? – Lexa pergunta. Ela estava sentada ao meu lado, no sofá. Enquanto as meninas estavam mais afastadas conversando.

- Sim! Nossa... eu nunca entrei num lugar assim. – falei voltando minha atenção para ela. – Eu não saía muito e quando o fazia, ia para lugares que eram bem mais simples que isso tudo.

- Fico feliz que tenha gostado. Eu também não tenho costume de sair muito. – ela falou, desviando sua atenção do meu rosto para pegar sua taça na mesa. – Mas, quando saio tenho que vir em lugares que me permitam ter mais privacidade. Infelizmente. – ela dá um gole em sua bebida e se volta para mim.

- Não tem costume de sair? Não é o que a mídia fala sobre você. – eu disse, mas logo me arrependendo.

- Quer dizer que se eu olhar seu histórico da internet vai ter pesquisa sobre mim nele? – ela fala erguendo as sobrancelhas e sorri de lado.

- Ah, si... não! – limpo minha garganta. - Não é como se eu fosse stalker ou coisa parecida. Eu apenas acompanho as notícias. – falo tentando corrigir minha gafe. – Mas, você falou como se fosse triste frequentar lugares como esse. – falei confusa.

- A mídia fala muita coisa, mas a maioria delas é para vender manchetes absurdas. Eu não saio muito. – ela diz e devolve a taça para mesinha. – Não acredite em tudo que ler por aí sobre mim. – ela fica mais séria. – Eu gosto de vir aqui, mas não sempre. Não é como se fosse triste, é apenas que eu sou uma pessoa simples e acabo ficando privada de ir em locais que eu gostaria, por conta da fama. – ela diz com um ar triste. - Queria poder caminhar tranquilamente, na praia, por exemplo, sem ter nenhum paparazzi no meu encalço. – ela suspira. – E as vezes preciso vir a locais como esse, apenas para fazer presença.

- Então, se eles criam tantas histórias, quer dizer então que você é hetero? – eu falei e ela caiu na gargalhada. Não queria deixar a conversa cair num clima ruim. – Eu posso imaginar o quanto eles podem ser cruéis. Mal tive meus quinze minutos de fama e já tem várias coisas sobre mim na internet.

- São bastante! Por isso você tem que ter cuidado com sua privacidade. Nem tudo você deve expor. Nem para os seus fãs. – ela pondera. – Tem muitos haters também, por isso o ideal é tentar se resguardar ao máximo. Principalmente, as pessoas que você ama. Elas devem sofrer o mínimo, pois não têm culpa da profissão que você escolheu. – ela falou e eu ouvia atenta.

Era muito bom ouvir esses conselhos dela. Da pessoa em que eu sempre me inspirei. Melhor ainda é saber que ela era uma pessoa melhor do que eu esperava. Não que eu achasse que ela era uma pessoa ruim, mas sim pelo fato de que a gente nunca sabe o que se passa na cabeça ou no coração de um artista. Sempre estamos vendo o lado bom da fama. Mas, nunca sabemos a fundo o que eles sentem, se eles não falam.

The Blind AuditionOnde histórias criam vida. Descubra agora