aurora
Estava já em meu quarto usando um vestido simples rosa e curto que vinha até acima do joelho. Meus cabelos estavam soltos e molhados do banho que havia tomado e minha mão esquerda
estava enfaixada com uma faixa nova que havia trocado após o banho. Estava pronta para ir jantar.
O jantar dos criados era servido em um saguão especial para criados do palácio. Nele, estavam várias mesas compridas com bancos compridos e estreitos onde muitos criados já estavam sentados se alimentando. O jantar era servido em três remessas para que pudessem alimentar to- dos os funcionários do palácio. Eu estava na segunda remessa do jantar que era servida para os criados mais jovens do palácio de Gade.
Assim que me servi, sentei-me junto de Cassian e Roza, que já estavam à mesa, jantando.
– Olá – cumprimentei-os.
– Auroraaaaaa! Amiga! – gritou Roza entusiasmada. – Que bom que você chegou, eu já estava esperando. Conte-me tudo, sem deixar nenhum detalhe de lado, eu preciso saber como é trabalhar com o cara mais sexy e gostoso do mundo!
– Roza, por favor, menos! – falei tímida.
Olhamo-nos e demos gargalhadas enquanto Cassian fin- gia não se interessar tanto no assunto. Contei a Roza sobre as tarefas de meu cargo, sobre o almoço e depois lhes mostrei minha mão.
Cassian, vendo minha mão, franziu o cenho e abriu mais os olhos, pegando-a delicadamente.
– O que aconteceu com sua mão, Aurora? – perguntou Cassian.
– Machuquei – disse eu. E continuei a explicar-lhes o que ha- via acontecido.
– Eu mato aquela cadela – jurou Roza quando eu havia acabado de lhe explicar o que ocorrera.
Dei risada da maneira ameaçadora com que Roza havia fala- do, pois sabia que ela não era assim, mas sempre quando se tratava de me fazer rir ela era muito experiente.
– Olá, crianças! Todos nós olhamos para a direção de onde vinha o cumprimento. Tia Sonya, parecendo muito contente, havia chegado à nossa
mesa com uma bandeja cheia de casquinhas de suculentos sorvetes. – Olá, tia Sonya – nós três cumprimentamos tia Sonya ao
mesmo tempo e demos risada disso. – Você está radiante, Sonya – elogiou Cassian educadamente. – Obrigado, querido – agradeceu Sonya. – E então, Sonya, o que trouxe para nós? – intrometeu-se Roza. – Não é nada de mais, mas espero que vocês gostem. Trouxe
sorvete para comemorarmos o primeiro dia de trabalho da minha sobrinha em um cargo tão bom – disse Sonya enquanto começava a distribuir os sorvetes.
Fiquei feliz por minha tia se importar comigo, mas ao mesmo tempo desanimada com Cassian, que estava ao meu lado não parecendo muito feliz com a comemoração.
– Esta é sua, Cassian – disse Sonya, apontando uma casquinha de sorvete para ele.
– Não quero, obrigado! Já estou de saída. – Cassian, logo após recusar o sorvete, levantou-se da mesa e se dirigiu para a saída do refeitório sem olhar para trás.
Sonya e eu nos entreolhamos.
– Minha menina, vá atrás dele! – ordenou minha tia, apontando para a saída.
Peguei duas casquinhas de sorvete e saí do refeitório para ir atrás de Cassian. Eu sabia que Cassian não queria comemorar jun- to conosco, pois ele estava chateado com alguns comentários que Roza havia feito sobre o príncipe durante o jantar. Mas mesmo as- sim o segui, pois eu precisava que ele aceitasse isso e que comemorasse conosco, ele era meu melhor amigo e queria que me apoiasse.
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Sangue de Princesa
RomanceApós um convite inesperado do rei a vida de Aurora Avin passa de pacata e desinteressante para uma vida cheia de romances, aventuras e mistérios a serem resolvidos... Tudo o que era antes simples para Aurora se torna complicado. Sua amizade com o...