capítulo 1

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Não posso acreditar que ele terminou comigo, aquele... imbecil, ridículo, idiota... lindo.
Não, Roberta.
Vamos começar devagar, pelo começo.

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Horas antes

Em alguns dias completaria 1 ano de namoro com um cara que antes eu julgava demais pra mim e hoje mesmo estando juntos muitos ainda julgam isso e é perceptível que pensam "o que ele faz com ela?"
Um ano atrás cheguei a pensar que seria uma coisa de Carnaval e nada mais, mas... Aqui estamos nós um ano depois.
Estou planejando algo especial para o nosso dia, já que será feriado e nosso aniversário, decidi que estava na hora. Eu não estava esperando por um quarto com rosas, ou um momento de filme. Só queria ter a certeza e a confiança na pessoa, e sinto que eu e Caio estamos nesse momento. Apesar de achar que 19 anos não é muito velha para ainda ser virgem, minha amiga Mia sempre questiona o motivo de ainda não ter ido pra cama com ele, um cara lindo, gostoso e rico "nas palavras dela".
Não estou me guardando e tão pouco esperando um momento mágico. E mesmo ele sendo muito lindo com seus olhos azuis, um corpo atlético e um sorriso encantador, ele não me excita ao ponto de querer loucamente transar. Gosto muito dos seus beijos e da pegação, mas ele não me eleva a esse nível e pode ser que o problema seja eu, então por que adiar? Talvez se deixar as coisas avançarem mais eu fique no clima.
Ele não me pressiona a isso, mas já estamos juntos a um ano e antes dele assumir um namoro comigo ele era "o pegador" da faculdade e agora ele tá em celibato por mim.
Agora mesmo estou indo para casa dele combinar uma viagem no feriado, pelo menos imagino que seja algo relacionado a isso que ele queira falar quando me chamou. Mesmo não tendo expectativas em cima desse momento, ainda seria legal ser algo especial. Demos sorte de nosso aniversário cair logo na semana de Carnaval e como uma boa carioca, adoro essa data. E como não gostar? Podemos usar fantasias idiotas, tem shows de graça pelas ruas e você pode se divertir sem pensar que estão te julgando, porque estão todos bêbados.
Caio atende a porta segundos depois que toco sua campainha, a primeira coisa que faço e admirar seu corpo, ele está usando apenas uma bermuda e sua belaza e incontestável "como posso não sentir cachoeiras toda vez que olho pra ele?"

- Oi, Rô.- meu olhos finalmente vão para seu rosto, que está sério como nunca.

- Oi, amor!- ignorando seu tom sério me aproximo e deixo um beijo em sua bochecha e vou me sentar em um velho banco que havia na varanda.- Já estou pensando no que podemos fazer no feriado e acho que...

- Não quero fazer planos para o feriado.

- Vai querer ficar em casa no Carnaval?- pergunto confusa.

- Vou ser bem direto.- ele suspira antes de dizer.- Quero terminar!

- O que?- digo ainda confusa.

- Pra mim não tá mais dando certo, Roberta. Não é você sou eu.- Sério?
- E não quero ser indelicado, mas achei melhor arrancar logo esse curativo e prefiro não discutir para não fazer você sofrer ainda mais e por isso acho melhor você ir.

- O que?- Caio nunca foi o namorando mais romântico ou carinhoso, mas isso é novidade, esse jeito de falar que beira o sionismo e essas frases prontas. Arrancando um curativo que nem sabia que tinha sido colado, até ontem nunca tínhamos brigado.- Isso é sério?- me levanto ainda em choque

- Por favor, Roberta. Respeita meu tempo, não quero isso agora.

- Nossa. Ok...- saio de lá perplexa, em choque, sem entender e com raiva. Não foi uma conversa, apenas um aviso, nada verdade um comunicado. Não houve explicação para aquilo, apenas o anúncio da decisão tomada por ele.
Apesar da enorme raiva que estava, de repente a mágoa foi tomando conta e mesmo sem querer lágrimas escorreram pelo meu rosto.

Não posso acreditar que ele terminou comigo, aquele... Imbecil, ridículo, idiota... Lindo. Mesmo assim, ainda não podia negar a beleza dele.
Quando ele continuou com as investidas em mim quase não acreditei. Aquele cara "o cara" o mais desejado. E apesar de eu ser bem bonita, ele não era o tipo que ficava com gordinhas como eu, geralmente tipos como ele que tem quem quiser não escolhem garotas como eu, entretanto ele havia escolhido.
Nunca fui de me diminuir apesar dos anos de bullying, aprendi a me aceitar e me amar e não vou deixar esse termina sem sentido me fazer questionar se o motivo fui eu.

O amigo do meu namorado            [Concluída]Where stories live. Discover now