5 Eu amo segundas-feiras!

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Cheguei em casa perto das duas da tarde, e como sempre, larguei a mala na entrada, e me joguei no sofá.

— Fá, cheguei! Cê tá aí? – gritei.

— Ela saiu. – eu fechei os olhos ouvindo aquela voz.

— O que ta fazendo aqui, mãe? – falei, já dispersando a parte do sossego da minha cabeça.

— Leonardo, eu te liguei a semana toda! Por que não me responde? – ela esbravejou.

— Foi mal, mãe, tava ocupado. – dei de ombros, e me sentei direito no sofá, porque ela estava vindo se sentar na minha frente.

— Léo, o que tá acontecendo com você? Você mal fala com a gente. A Fá disse que você ainda não consegue dormir... E essas corridas... Você não pode continuar correndo sem dormir. – ela começou a falar, e não parava mais.

Aquele papo de preocupação me irritava.

— Mãe, ta tudo bem. Eu já consegui dormir melhor esse fim de semana. – menti.

Ela ficou me olhando desconfiada.

— Você tá bem mesmo? Parece tão abatido. – ela falava com os olhos tristes.

— Eu to bem. – quase bufei.

— Vem jantar em casa hoje à noite. Aí a gente pode conversar, seu pai também está preocupado com você. – ela quase implorou.

— Vou ver se dá... Posso levar a Fá?

Ela fez uma cara estranha pra mim. – Pode.

— Tá, vo pensar então. – dei de ombros.

Ela me deu um beijo no rosto e se levantou, eu sabia que não estava satisfeita com aquilo, mas não dava pra ficar dando ouvidos pra ela. E esse jantar ia ser uma bosta!

Dormi no sofá. Uma delicia de sono. Revigorante.

Acordei com a tarde caindo, e fui para a cozinha.

— Oi Fá. – dei um abraço nas costas dela.

Ela se virou, e me deu um beijo no rosto.

— Oi Léo, que bom que conseguiu dormir. – ela sorriu.

— É, não ta fácil não. – virei uma garrafa de coca no bico. E ela ficou me olhando feio. Ela odiava quando eu fazia isso.

— O Fá, quer ir comigo na casa da minha mãe?

Ela quase engasgou. – Ta doido, menino? O que é que eu vou fazer lá?

— Jantar ué. Ela veio aqui me chamar, mas não to a fim não. Vamo comigo? Aí eu dou desculpa que você precisa dormir, pra gente vir embora mais cedo. – eu ri pra ela.

Ela cerrou os olhos pra mim. – Se você não quer ir, não vai! Não me mete nas suas confusões. – ela falou brava.

Eu me sentei na bancada. Eu não queria mesmo ir. Mas aí, eu ia ter que aguentar outro falatório. Que merda.

— Tá bom. Sei lá o que eu faço viu... – fiquei lá beliscando a bandeja de salame que ela tinha acabado de arrumar.

Pensei muito, e resolvi ir tentar agradar a dona Cecília, pra ver se ela parava de me torrar a paciência.

****

Entrei na minha antiga casa, e ela me recebeu com um abraço.

— Que bom que veio, querido.

Minha adorável Pimentinha (Degustação)Où les histoires vivent. Découvrez maintenant