Capítulo 18

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Karla estava em choque com a confissão da melhor amiga. Como assim? A Fabricia estava apaixonada por ela? E agora? O que ela ia dizer sobre isso? Nunca tinha imaginado que ela nutria este tipo de sentimento. Tinha rolado, sim, um beijo. Mas não pensou que podia ser algo sério.

Antes que ela pudesse falar alguma coisa, dona Ivone chegou na sala com algumas sacolas do supermercado. E já chegou falando, sem notar a presença de Fabricia.

— Karla, os produtos de limpeza aumentaram de preço... — e notou que Fabricia estava sentada no sofá juntamente com a filha. — Fabricia? Você voltou?

— E aí, dona Ivone? Tudo bem com a senhora? — disse ela, levantando-se para cumprimenta-la.

Dona Ivone a abraçou. Depois disse a ela:

— Você não sabe o quanto a Karla ficou triste com a sua ausência... Nem queria sair daquele quarto. Mas... Por que você sumiu, menina?

Fabricia contou tudo a ela. Enquanto isso, Karla observava a melhor amiga e pensava no que ela tinha confessado. Não sabia o que dizer. Era uma coisa muito nova para ela.

Após a conversa, dona Ivone foi para a cozinha preparar o almoço. Ela disse para a Fabricia continuar lá para que Walter a vesse. Ele também ficara preocupado com ela. A garota aceitou, apesar de estar sem graça sem a resposta da melhor amiga.

De repente, Karla chamou Fabricia para o quarto. Ao chegar lá, ela o trancou para que a mãe não interrompesse a conversa.

As duas sentaram-se na cama e começaram a conversar.

— Então você está apaixonada por mim? — questionou Karla olhando para ela.

— É... Eu sei que você não quis mais comentar sobre aquele beijo, mas foi isso que me fez perceber o quanto eu gostava de você.

— Aquilo foi um acidente, Fafá... Um acidente. — disse Karla, desviando o olhar.

— Então é isso? Foi apenas um acidente?

— Eu nunca imaginei que você sentia essas coisas por mim.

— Na verdade, desde o dia em que te conheci... Eu senti uma coisa diferente em mim em relação a você. Mas acabei abafando para que a nossa amizade prevalecesse.

— Eu não sei o que dizer...

— Mas eu sei... Você não pode dizer que sente o mesmo. Isto já era de se imaginar... Você é hétero. Sempre foi hétero. Foi uma besteira eu achar que você mudaria um dia.

— Fafá... Não é culpa sua. Essas coisas acontecem mesmo... Ninguém escolhe por quem se apaixona... Mas você sabe que eu espero...

— O cara dos seus sonhos?

— É... O cara...

— Na boa, eu não aguento mais ouvir você dizendo isso... Toda vez que você tenta procurar esse cara, acontece algo estranho. Quando te conheci, você tinha dito que tinha conhecido um cara em um site de namoro e ele só queria transar... Agora apareceu o Rodolfo... Por que insiste em achar o cara perfeito? Eles têm só aparência de perfeito. Não são. E ninguém nunca vai ser.

— Fafá, você não pode falar disso... Sempre teve muitas meninas ao mesmo tempo. Nunca quis só uma pessoa na sua vida. Agora não me faça ser igual a você.

O cara dos meus sonhos (Romance lésbico)Onde histórias criam vida. Descubra agora