Deus a camareira e o escritor

PAG 2 DCE

Como eu me chamo ? Isso não importa ! Só quero que saibam que tentarei me esforçar ao máximo que eu puder para que essa narrativa juntamente com seus personagens mais seus diálogos não se tornem enfastiantes ao ponto do leitor vir a perder seu interesse logo ao folhear suas primeiras paginas .

Conseguirei surpreende-los ? Ou será que tudo isso é apenas início de um fiasco total ?

Conseguirei realmente conquistar a atenção de todos ?

Serei ridicularizado ? Tacharão-me de embusteiro ao se julgar o título mais o incremento do meu conteúdo ? Ou somente compreenderão que se trata de alguém que talvez por decisão própria esteja isolado no meio da noite escrevendo para tentar esquecer o mundo inadmissível visto por si próprio ?

Tenho realmente talento para escrever ?

Essa ultima incursão reflexiva aí , era a que mais me perturbava naquela noite em que minha mente resolvera se aduzir quão trancafiada quanto aos restos mortais de um pensador ao seu tumulo mas que parecia gritar desesperadamente e a implorar por um único devaneio por uma única migalha que fosse da imaginação gelada e insensível que igual a um morcego só se manifesta nas trevas .

Sempre associei essas incursões reflexivas a algum tipo de surto esquizofrênico e não a uma busca pelas próprias convicções visto que elas tendem a se manifestarem irrompendo a mente do indivíduo iguais a transtornos dos pensamentos ainda na infância , depois na adolescência e seguindo-se pela fase adulta até nossos últimos momentos , decerto resultantes das imposições do estado ou quem dirá de nossas próprias famílias que nos introjectam dogmas e regras na tentativa de nos cibilizar através da culpa e do medo .

É como se a culpa e o medo ironicamente tivessem um papel fundamental , contribuíssem a fundo para desenvolvimento sócio-mental do indivíduo que já nasce apanhando e que até seus últimos instantes seguirá nessa eterna tortura nessa constante vão batalha contra esses domínios que já no berço lhes marcam a ferro com a designação de seres dominados .

Também não sabia se aquela minha disposição para escrever obstinadamente fizesse de mim um escritor ou quem sabe pelo menos um candidato a tal , como também não sabia se essa duvida adicionada a minha falta de alto estima fosse a principal causa para o surgimento daquela súbita estagnação que em mim havia se instalado naquela invulgar noite e, que não me permitia revisar muito menos terminar aquele maldito capitulo , por que depois de uma longa pausa resultante de contra tempo ou talvez até mesmo por pura insolvência eu ha muito não escrevia , no entanto  eu havia decidido a voltar a trabalhar naquele meu mais recente romance do qual eu depositava todas as minhas expectativas e o via como uma das minhas maiores apostas naquelas noites de descrença e solidão , porque dentre as outras mais , aquela eu julgava ser inconfundível .