Capítulo 8: Acordo de amizade

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Pedro me encarava com um sorriso que já estava até me deixando com medo do que poderia vir. Ele ficava fazendo suspense e minha curiosidade estava a mil, não tenho muita paciência com suspenses.

— Fala logo, garoto! — disse impaciente.

— É simples: faremos um acordo de amizade. — eu o encarei com uma sobrancelha arqueada.

— Como assim?

— Digamos que eu percebo que você não quer me dar sua amizade. Percebo o seu desconforto quando estou com seus amigos, ou melhor, quando estou perto de você. Mas acho que você está me julgando irritante sem ao menos me dar uma chance de te mostrar que eu posso ser um bom amigo. — falou me olhando e eu suspirei.

— Pedro, eu não queria te ofender, eu só não costumo confiar tão fácil assim nas pessoas. — falei, sem olhá-lo. — Você apareceu de repente querendo ser meu amigo e aceitar isso não é tão fácil assim para mim. Não é todo mundo que deseja a amizade da santinha iludida da escola.

— Eu não entendo. — falou com sinceridade. Nem eu me entendia, afinal.

— Ahn... Digamos que eu tenha meus motivos para desconfiar das pessoas dessa forma.

— Ah, e você não quer falar sobre isso... Tudo bem, então. Mas só me dê uma chance de te provar que eu não sou idiota como as outras pessoas dessa escola. Eu só queria que você me desse uma chance... Se você não quiser, eu desisto e não se fala mais nisso, te deixarei em paz! - falou com sinceridade, fazendo sinal de rendição. Beleza. Isso foi fofo.

A verdade é que eu não queria que ele me deixasse em paz. E eu realmente não gostava nada disso.

— Tudo bem! — falei por fim, após alguns segundos em silencio. — Eu aceito o acordo...

Ele já estava sorrindo vitorioso quando eu o interrompi.

— Mas se você fizer qualquer coisinha para me magoar, pagará caro. Vou tentar confiar em você! — mal sabia ele que eu já confiava e, mais uma vez, não gostava nada desse fato.

— Sem problemas, Liana, eu sou o melhor amigo que alguém pode ter! — gabou-se passando seu braço pelo meu ombro e eu revirei os olhos.

— Não abuse da sorte, Pedro! — falei.

Ao sentir seu perfume de um leve tom amadeirado tão próximo de mim, afastei-me de repente.

— Vamos logo para a fila, eu estou com fome, e a chata da Marian já deve ter saído de lá! — falei caminhando na frente e Pedro me seguiu.

— Como assim a Marian já saiu da fila? Ela te expulsou de lá? — perguntou, confuso.

— Mais ou menos... Eu não aguentei muito a chatice dela e me poupei de ter que aguentá-la. Sabe, é mais saudável evita-la! — fui sincera e o vi sorrir.

Caminhamos até a fila e, como imaginara, Marian não estava mais lá. Compramos nosso lanche e sentamos em uma mesa qualquer. Pelo visto, meus amigos e meu irmão já devem ter lanchado.

— Como você pode preferir ser amigo dessa santinha idiota e me ignorar completamente? — rosnou Marian aproximando-se de nossa mesa e Pedro deu de ombros, tomando seu refrigerante.

— Ela tem caráter e é legal. — ele não continuou, mas tenho quase certeza que um "diferente de você" se encaixaria bem nessa frase. Sorri internamente com tal pensamento.

— Pode se passar mil anos, mas você nunca deixará de ser uma iludida, não é mesmo? — ironizou, furiosa. Eu não entendia o porquê de tanta raiva que Marian sentia por mim. Simplesmente, era incompreensível.

Quando é amor (Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora