Namorado do papai. (12)

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  Rafael melhorou rápido da cirurgia, na semana seguinte voltou a trabalhar, mas Lucas não parou de ficar na casa dele e sempre que Mário reclamava, ele usava a desculpa de que Rafael parecia meio pálido e precisava de cuidados especiais.

- Você não tem casa? -perguntava Mário pela décima vez, desde que havia chegado da escola, mas dessa vez de forma menos ignorante.

- Tenho, uma bem grande. -respondeu Lucas mexendo nas panelas da cozinha.

- Então por que não volta para ela?

- Porque sou um homem muito gentil e estou cuidando do seu pai.

- Meu pai está ótimo, eu e Melisa podemos cuidar dele.

- Vocês dois podem ficar em paz por dois minutos! -pediu Rafael entrando na cozinha. - Lucas já abusei demais de Você, daqui a pouco vai virar nossa empregada, todo o dia limpa e faz comida, sério vai descansar.

- Mas eu gosto de ficar aqui com você! -Lucas fez cara de choro e abraçou Rafael.

- Não mandem o Lucas embora, ele ainda tem que me ajudar no trabalho de português! -disse Melisa entrando e puxando Lucas pelo braço.

- Pensando bem, ele é muito útil para limpar meu quarto... -afirmou Mário fazendo cara de pensativo. - É, pode ficar, sua comida é boa.

- Viu só, meus filhos estão te escravizando! -Rafael puxou Lucas de Melisa. - A partir de hoje Lucas está proibido de fazer as tarefas de vocês, ou eu mesmo mando ele embora.

- Mas eu preciso agradar seus filhos, para agradar vocês. - Melisa e Mário concordaram mexendo a cabeça.

- Você já me agrada muito, não deixe esses dois malandrinhos​ te enganarem, entendeu?

- Tudo bem, mas posso pelo menos fazer o jantar?

- Ok!

  Lucas continuou cozinhando, enquanto Mário e Melisa lamentavam a perda de seu fiel ajudante. Após o jantar Rafael e Lucas ficaram acordados por mais algum tempo conversando.

- Que tal, no final do ano você e as crianças, irem comigo para a fazenda da minha família? -perguntou Lucas, animado para os apresentar para a família e planejando várias coisas.

- Sua família?

- Sim, minha mãe, meus irmãos e sobrinhos, minhas tias...

- Sei... Mas como eles vão reagir ao saber de mim?

- Não se preocupe, eles sabem que sou gay e são super a favor, minha mãe é incrível, precisava ver como ela reagiu quando eu disse que era gay.

- Então tudo bem... Só preciso saber se o Mário e a Melisa vão topar.

- Ótimo, amanhã vou ligar para mamãe e avisar!

  Eles foram dormir, Rafael foi o último, pois ficou observando Lucas dormindo com um sorriso bobo no rosto.

  Nos dias seguintes eles seguiram normalmente, decidiram esperar um pouco para falar sobre a viagem no fim do ano, já que Mário não reagiria muito bem com certeza, Melisa provavelmente seria tranquilo, ela parecia não ter tempo ruim.

  Dois meses antes, Lucas já tinha levado quase todas suas roupas para casa de Rafael, estava praticamente morando lá, até seus amigos as vezes apareciam. Como naquele sábado que Eric foi fazer uma visita e convidar Lucas para uma festa.

- Rafa libera o Lucas para a festança! -pedia Eric após Lucas recusar dando a desculpa que agora era homem de família.

- Não proibi ninguém de sair...

- Viu só o Rafa deixou você ir na festa do centro, vamos!!! 

- Festa no centro, posso ir? -perguntou Mário surgindo no meio deles.

- Eu também quero ir!!! -disse Melisa pulando em Lucas.

- Não é lugar para criança.

- Vamos todos, tem um pessoal adolescente que frequenta o  local. -afirmou Eric indo para a saída com Melisa e Mário.

- Lucas seu amigo está levando meus filhos para o mal caminho!!! 

- Eric não leve meus filhos... -todo mundo encarou Lucas por causa da fala. - Quer dizer... Não leve os filhos do Rafael!!!

- Essa vida de paizão tá te deixando louco cara. -debochou Eric ainda andado com Melisa e Mário, que não protestaram apenas encararam Lucas e continuaram seu caminho.

- Vamos. -disse Rafael jogando uma jaqueta que estava no sofá em Lucas. - Não temos nada mais importante pra fazer mesmo... Aliás, nos últimos dias, tem sido mesmo como um segundo pai para meus filhos, o Mário melhorou muito, nem fica mais me respondendo e aprendeu a se desculpar quando faz algo errado, então não ligo de disser que são seus filhos também.

- Não sabe como isso tudo me faz feliz, a vida de solteiro não é ruim, mas ser o namorado do papai, não tem preço. -ambos riram.

- Vamos logo, namorado do papai!

O namorado do papai. Où les histoires vivent. Découvrez maintenant