Capítulo 7

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     Acariciando a minha barriga de seis meses eu olhava ao redor da minha nova casa com um sorriso satisfeito nos lábios

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     Acariciando a minha barriga de seis meses eu olhava ao redor da minha nova casa com um sorriso satisfeito nos lábios. Mudar para Boston tinha sido uma boa decisão. Eu já não aguentava mais ficar na casa dos meus pais recebendo palavras coléricas do meu pai, comentários maldosos do meu irmão e olhares decepcionados da minha mãe. Minha família, quem devia me apoiar e me proteger estava contra mim. Só tinha duas pessoas com as quais eu poderia contar. Minhas primas.

Mel e Sindy me ajudaram na mudança e tinham ido embora para que não percebessem que elas tinham saído de Miami. Pedi as duas sigilo total sobre a minha viagem (embora naquela hora talvez eles já tenham encontrado o bilhete que eu deixei em casa). Não queria que ninguém me seguisse. Eu iria recomeçar em um novo lugar com o meu bebê. Já tinha um emprego garantido, a hipoteca da casa já estava paga e eu tinha marcado uma consulta para finalmente descobrir o sexo do bebê. Não tinha preferência, desde que tivesse saúde.

Eu tinha quase sete mil dólares guardados com Sindy. Juntava esse dinheiro desde os meus quinze anos para viajar para a Europa, mas situações desesperadoras requerem medidas drásticas. Por isso eu "quebrei meu porquinho" e pedi para a minha prima me entregar o meu dinheiro. Com ele eu consegui pagar a hipoteca, as contas e fiz o mercado. O que sobrasse iria tudo para o bebê.

Acariciei minha barriga e sorri ao sentir um chute.

-Esse é o nosso novo lar.

**********

Não voltei para a academia na noite quando seguinte. Nem na outra, nem na outra. No quarto dia Alex me ligou e só então eu me questionei como ele tinha conseguido o meu número. Felizmente tinha sido Lin que tinha atendido.

-O que eu falo? -Perguntou com a mão sob o telefone.

-Fala que eu não estou.

Ela fez uma careta e eu juntei as mãos em súplica. Cedendo, ela colocou o telefone de volta na orelha.

-Ah, hãm, a Tamires não está... Claro, eu digo... Boa noite.

Assim que ela colocou o telefone no gancho eu perguntei o que estava me matando:

-O que ele queria?

-Primeiro, eu não gostei de você ter me feito mentir. Você sabe que eu odeio mentir.

Encolhi os ombros sem pensar em um jeito de fazer ela entender o porquê daquela mentira ser necessária. Eu só não queria vê-lo nem falar com ele. O único que parecia não ter entendido era ele.

-Desculpa por isso. Mas eu realmente não queria falar com ele.

Lin suspirou sentando na poltrona da sala.

-Ele só disse que precisa falar com você. O rapaz parecia angustiado.

Fiz uma careta.

-Pois ele que enfie a maldita angústia no... -Lembrei que Gabe estava sentado entre as minhas pernas e engoli o palavrão. -Eu não quero falar com ele. Ponto.

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