Capítulo 69

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Anahí

Me virei na cama inquieta sem conseguir dormir, já passava das onze e eu estava agitada. Sabia que era porque não tinha tomado meus remédios. Bufando, afastei as cobertas e sai da cama.

Quando abri a porta do quarto, o apartamento estava completamente silencioso, fui até o quarto de Christopher e vi que a cama estava feita, Poncho não estava ali.

- Cadê ele? - me perguntei.

Fechei a porta do quarto e fui pra sala. Suspirei aliviada ao ver que Alfonso estava dormindo no sofá e a tv ligada. Não sei porque, mas a ideia dele sair, me deixou com medo. Do que, eu não sei.

Desliguei a tv e fiquei olhando ele dormir. O rosto sereno, as feições tranquilas. Agora sozinha com ele e com ele dormindo, eu podia admirá-lo sem culpa. Estava com a barba não muito grande, daquele jeito que eu gostava, fechei os olhos me lembrando de quantos arrepios ela já me causou.

As palavras dele na cozinha, voltaram a minha cabeça: "eu te amo."

- Por que você tinha que estragar tudo? - sussurrei, olhando pra ele. - Eu teria esperado, eu teria esperado o tempo que fosse necessário. Mas você me usou, foi a pessoa que eu mais amei e a que mais me machucou e agora não consigo mais acreditar em você.

Alfonso se mexeu e me levantei depressa, enxugando o rosto e adotando minha postura fria de novo.

- Hei! - o cutuquei. - Acorda, caramba!

Ele se mexeu de novo e finalmente abriu os olhos.

- Any? Aconteceu alguma coisa? - ele sentou no sofá. - Cochilei e nem reparei.

- Aconteceu, preciso dos meus remédios pra dormir, você trouxe eles não trouxe? - tentei disfarçar a ansiedade na voz.

- Não, não trouxe. - ele negou com a cabeça tranquilamente.

- Como assim não trouxe? Eu preciso deles, caramba. - esbravejei.

- Desculpa, mas eu não trouxe nenhum deles comigo.

Comecei a andar de um lado pro outro, tentando decidir o que fazer. Corri até a porta e forcei a maçaneta.

- Está trancada Anahí, que tipo de idiota você acha que eu sou que dorme com a porta destrancada?

- Cadê a chave? - me virei pra ele.

- Não sei! - ele deu de ombros.

- Não banque o engraçadinho comigo, cadê a merda da chave? - esbravejei.

- Eu esqueci onde coloquei.

Comecei a revirar a sala em busca da chave do apartamento. Revirei a estante derrubando alguns livros no chão e abri as gavetas desesperada, precisava daqueles remédio. Na minha pressa peguei uma gaveta cheia de papéis e a virei de ponta cabeça, derrubando todo o conteúdo no chão.

- Hei o que você ta fazendo? - Poncho veio até mim e segurou meus punhos.

- Me dá a merda da chave Alfonso.

- Aonde você vai? Não vou deixar você sair do apartamento nesse estado.

- Não é da sua conta, me dá as chaves. - esbravejei.

- Aonde você quer ir?

- No alojamento pegar meus remédios, eu to falando sério, me solta. - me debati.

Alfonso me soltou, mas foi pra me agarrar e me jogar em cima dos seus ombros.

- O que você ta fazendo? Me põe no chão!

No te Quiero ✔Where stories live. Discover now