"O amor pode atravessar várias fronteiras, eu me perguntava se a morte era uma delas."
Jiwoo, uma garota que sempre fora apaixonada pela mesma pessoa se vê perdida com a morte do seu amado e tenta descobrir a todo custo a causa da sua morte.
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Meu vestido preto realçava as curvas do meu corpo e com aquele salto eu parecia ainda mais bonita, meu cabelo ondulado espalhava suas curvas pelas minhas costas como uma cascata e olhando tudo aquilo no espelho eu me sentia verdadeiramente poderosa.
Que blefe.
Eu estava quebrada, era como um antigo vaso que conseguiu se manter firme durante centenas de anos mas que no final quebrou e os cacos jamais poderiam ser juntados, eu era inútil agora, minha vida havia acabado.
Durante a semana que se passou depois da minha conversa esclarecedora com Jaebum eu não saí de casa, nem ao menos saí do meu quarto, também não respondi suas mensagens e nem atendi suas ligações, eu só queria sofrer em silêncio, quebrar aos poucos.
Chanyeol me ajudava o máximo que podia: levava comida ao meu quarto, assistia milhares de filmes comigo, jogava e passava dias inteiros tentando me animar, e era pelo meu amável irmão que eu estava indo naquela maldita festa: o aniversário de Mark Tuan.
Apesar de eu gostar do garoto que seria o anfitrião do evento eu não gostava nada de lugares agitados ou de pessoas bêbadas, era horripilante, até mesmo as pessoas se incomodavam com a minha presença em festas, eles me convidavam apenas pelo meu nome, era uma das vantagens de ser um Park.
Desci as escadas da minha casa e me lembrei da primeira vez que fiz isso depois de chegar em Seul. Foi no enterro dele. Todos pareciam tão abatidos e se eu comparasse com as pessoas que convivo hoje em dia parece que aquilo nunca existiu, parecia que todos haviam superado ele. Todos menos eu.
Eu odiava sair na rua e não poder ver o rosto do Youngjae em meio a multidão, odiava não poder segurar sua mão nunca mais ou sentir o cheiro do seu cabelo recém-lavado, odiava não poder ver seus olhos lacrimejados ou o seu eye smile, ou melhor o seu sorriso, e principalmente, eu me odiava por não poder superar Choi Youngjae.
No inicio quando descobri o quão irresponsável ele havia sido eu o culpei. O culpei por tudo o que aconteceu com ele e por toda a dor que eu estava sofrendo, era a minha saída para não pensar um pouco mais e perceber que eu na verdade podia ter feito algo a respeito, eu podia tê-lo salvado se eu me rebelasse um pouco contra minha mãe e lutasse mais pelo nosso amor, se eu houvesse desistido daquele meu sonho bobo de fazer design, eu podia estar com ele agora e só não estou devido as minhas decisões erradas, a culpa em parte era minha também.
Youngjae só foi mais um, mais uma das vitimas do destino. Quando eu ainda vivia com o meu pai ele costumava sempre conversar comigo e me mostrar o quanto as minhas decisões podiam influenciar na vida de outras pessoas, afinal ele esperava que eu assumisse a empresa, o que não aconteceu. Se eu tivesse o escutado? Se eu tivesse assumido a maldita empresa e permanecesse em Seul eu poderia estar agora com Youngjae?
Sem perceber eu já estava chorando novamente.
Droga! Eu vou viver o resto da minha vida assim? Chorando e sendo acolhida pelos outros? O que eu sou? Uma idiota? Se recomponha Jiwoo!
