irresistible • old magcon

A little too much

     Shawn on 

   Ouço um barulho vindo da sala, me levanto da cama e olho para o lado e não vejo a Lydia. Ela tinha dormido comigo essa noite (e algumas outras), mas naquela noite deve ser que ela preferiu voltar para seu quarto mesmo. Desço as escadas e ligo o interruptor do corredor do banheiro, não havia ninguém lá. Talvez tenha sido apenas fruto da minha imaginação ou um sonho, dou meia volta para subir para o meu quarto, mas ouço um grito abafado (e reconhecível) saindo da cozinha, corro para ver o que havia acontecido.

   - Lydia? O que houve? - pergunto e então vejo em minha frente, sentada no chão, minha namorada com um braço cheio de sangue e fico chocado

    - O-o que? Por que eu fiz isso - Lydia falou chorando, sua pele estava pálida e suas mãos tremendo
       Corro e pego um pano para estancar o sangue, ela estava assustada, podia ver em sua face. Isso chegou longe demais, eu já tinha falado com os pais dela, e eles disseram que se piorasse, era para eu imediatamente ligar.
     - O que aconteceu aqui - falou Lara afobada - Meu deus! Lydia, o que você fez?
     - La, fica aqui com ela - eu digo, e então Lara senta no chão ao lado de Lydia e segura o pano, que já estava encharcado
      Subo correndo para pegar meu celular e ligar para a Sra. Martin, ela atende e eu digo para eles nos encontrarem na Emergência do Hospital Ronald Reagan. Depois, pego a chaves do meu carro e desço com Lydia e Lara.
      Chegando no hospital, uma médica veio rapidamente atender Lyd, pois o corte era profundo e estava sagrando muito. Eu estava aflito, mas Lara estava tentando me acalmar, uma tentativa falhada, pois a mesma estava nervosa. Os pais da Lydia moram em Mar Vista, um bairro que não fica muito longe e nem muito perto daqui, portanto eles chegaram meia hora depois que eu liguei.
     Depois que a médica que atendeu a Lydia (Dra. Kepner se eu não me engano), a Sra. Martin decidiu levar a Lydia ao Departamento Psicológico quanto mais rápido possível, mas nem eu e nem Lara podíamos entrar na sala do médico, então ficamos esperando na recepção. Nesse tempo Lara e eu conversamos, nós não somos muito de falar um com o outro, mas mesmo assim somos amigos, por causa dos nossos amigos em comum. Lembro-me de quando nos mudamos para o mesmo apartamento, nós começamos a realmente se falar mais depois de uma semana, talvez por causa da convivência. 

   Se passaram uma hora e meia, ou pareceu que foram uma hora e meia, então um médico aparentemente bonito junto com o pai da Lydia vieram em nossa direção

      - Então garotos - falou o Sr. Martin - o Dr. Shepherd gostaria de falar com vocês, eu vou para casa ficar com o Josh, Teresa vai ficar com Lydia e volta para casa com vocês, está tudo bem?

     - Claro - respondeu Lara - Quando sairmos daqui eu ligo para o senhor, e manda abraços para o Josh

    Depois que Sr. Martin saiu, o tal Dr. Shepherd nos levou até uma sala onde tinha média mesa redonda e pediu que nos sentássemos. 

     - O que você quer falar com a gente? - perguntou Lara

    - Aconteceu algo com Lydia? - perguntei

    - Não, sua amiga está estável, no momento ela está fazendo alguns exames, mas o seu quadro psicológico é o que mais me preocupa, e como vocês são colegas de quarto da senhorita Martin, a mãe dela concordou em vocês responderem algumas perguntas sobre a filha dela.

    - Espera, quadro psicológico? - falou Lara tentando associar as coisas, como eu.

   - Vocês perceberam eventos diferentes e preocupantes com a sua amiga nesses últimos meses? - perguntou o doutor

   - Mas, o que ela tem? - eu corto a pergunta dele com outra

   - Se o que vocês disserem coincidir com os sintomas da Srta. Martin, é provável que ela sofra de dois transtornos, sendo que um leva a existência do outro, o primeiro é a ansiedade generalizada, muito comum em jovens de 17 até adultos de 40 anos, e o outro é um transtorno chamado TEPT, ou seja, Transtorno de Estresse Pós-Traumático, é um distúrbio que se caracteriza pela dificuldade em se recuperar depois de vivenciar ou testemunhar um acontecimento assustador.