Planos frustrados

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Tentei formar frases perfeitas na minha cabeça que pudessem expressar tudo que eu queria dizer de forma clara e madura, mas quando comecei a falar a sensação que eu tive foi que despejei palavras e frases sem sentido todas de uma vez e de forma enrolada e tosca. Pena que as coisas não possam ser tão fáceis na realidade quanto é na nossa imaginação...

Olhei bem nos olhos da Du, ela parecia esperar o golpe pois ia se encolhendo e seu rosto refletia o medo do que estava prestes a ouvir.

- Tudo bem, eu entendi. Você não conseguiu resistir ao charme e o jeito encantador da luana, deve ter sido muuuuuito difícil pra você está ali aos beijos com ela não é mesmo? E quanta consideração sua, nem pra pensar "pô a Maya mora nesse andar, ela vai ver essa palhaçada que eu tô fazendo e vai se sentir horrível" nãaaao, claro que não, tinha que ser ali, bem ali que era pra eu dar de cara e perceber o quanto estava sendo burra em achar que poderia ter algo com você, e eu idiota me sentindo culpada por ter te magoado enquanto você não esperou 24 horas e já estava nos braços da sua ex, ex não atual, ou sei lá o que vocês são! Sabe o que você disse sobre gostar de mim? Pois então eu não acredito, não acredito mais em uma palavra que sai da sua boca, se esse é o seu jeito de gostar de alguém eu dispenso.

- Maya, você tá sendo muito dura, eu.. eu...

- Você o quê? Me diz! Quero só saber o que você tem pra dizer que pode concertar tudo isso.

- Eu... eu não sei - Ela falou e baixou a cabeça. - Eu sei que estou errada cara, eu sei disso. Mas, não duvida do que eu sinto por você não... dá uma chance pra eu te provar que vale a pena insistir na gente. Por favor..

- Eu não tô querendo algo que vai me trazer sofrimento e dor de cabeça, pra isso eu já tenho a escola. Se for pra tá chorando e passando por essa montanha russa emocional eu prefiro estar sozinha, e quando eu digo sozinha eu quero dizer que você tem que ficar longe.

- Não faz isso, sério. Eu não posso te perder, você nem se deu ao trabalho de tentar. Eu não valho nem o esforço da tentativa? Eu sei que você estava tão envolvida quanto eu, não faz a durona agora Maya, por favor..

- Eu não estava envolvida, eu.. eu.. me deixei levar por uma situação assim como você com a Luana. Simples assim!

- Você está mentindo, eu tô vendo seus olhos piscando sem parar haha

- Você verá que é verdade, eu vou me afastar de você e isso não vai fazer a menor diferença pra mim, aceite isso Eduarda.

- Eu vou te provar que você gosta de mim, gosta tanto quanto eu gosto de você. Maya, ce tá querendo me deixar mal por isso tá falando isso, assume ou então eu te faço assumir.

- Me faz? Hahahaha pois eu só quero saber como, você é presunçosa demais sabia? Se acha.

- Vou te mostrar desse jeito...

Nessa hora ela me puxou e eu caí no colchão deitada em cima dela, antes que eu pudesse fazer qualquer coisa ou tentasse sair dali (eu realmente queria sair?!) Ela virou e ficou por cima de mim, prendeu meus braços ao lado da minha cabeça com as mãos e me encarou, seu rosto estava tão perto que eu sentia sua respiração quente. Fiquei nervosa com aquilo tudo, e uma vontade inebriante de beijar a sua boca fez com que eu visse que meus planos iniciais estavam falhando. Inclinei meu rosto para beijá-la, então ela se afastou pra não deixar, depois me deu apenas um selinho e mordeu meu lábio inferior bem de leve. Então começou a sussurrar:

- Fala agora que não me quer, fala que não sente nada vai...

Eu mal conseguia falar, meu corpo estava vibrando e a sensação era confusa e boa ao mesmo tempo, muito boa por sinal. Tentei falar mas, a única coisa que saiu foi:

- Eu não, eu não...

- Você o quê? - Ela falava e ia me dando beijos sem deixar que eu correspondesse, aquele jogo de tentações estava me deixando louca. Eu a queria, queria muito e não tinha mais como negar, estava na minha cara e ela sabia melhor que ninguém.

Desisti de dizer qualquer coisa, consegui soltar uma das minha mãos e a usei para segurar seu pescoço. Puxei a sua boca pra minha e a beijei. Um beijo de verdade, um beijo quente e intenso. Nossos corpos começaram a se encaixar e se movimentar a medida que o beijo ficava mais violento. Tudo acontecia de forma quase feroz, nossos corpos se desejavam e tudo era rápido, mas não de forma desconcertada. Era algo quase sincronizado, tudo era perfeito. Depois de vários minutos nos beijando, senti que ela começou a acariciar a minha barriga, seus dedos estavam um pouco frios o que me deixou arrepiada. Ela subiu a mão e eu senti que ela acariciava meus seios, nunca havia sentido aquela sensação. Senti um prazer tão forte que não aguentei e soltei um gemido. Aquilo a fez se empolgar ainda mais, ela se levantou um pouco e começou a beijar meu ombro e descer a alça da minha blusa, de forma fácil ela já tinha baixado minha blusa por completo e beijava meu pescoço descendo em direção a minha barriga. Aquilo tudo era tão novo pra mim que eu sentia tudo como se fosse uma criança a experimentar pela primeira vez um parque de diversões, era um misto de medo e prazer.

Agora tudo acontecia mais devagar, Du parecia estar diante de algo precioso e delicado tamanha era sua suavidade ao me tocar. Depois de um tempo beijando meu pescoço, meus ombros, minha barriga e me fazendo delirar a cada toque seu, ela chegou mais perto do meu rosto. Sua respiração estava muito ofegante, e eu percebi o quanto ela estava me desejando, ver aquilo me fez me senti no céu. Foi uma das melhores sensações que havia experimentado na vida.

Du me olhou bem nos olhos e falou "Eu te quero muito Maya". Eu sabia o que aquilo queria dizer, mas não soube o que falar na hora. Tipo, era minha primeira vez! E seria com uma mulher, pensar aquilo me deu um pouco de desespero, mas naquele momento eu a queria, eu só queria continuar e se fosse pra ser, que fosse com ela. Que fosse daquele jeito, nada poderia ser melhor que aquilo, então eu apenas respondi: - Então vem!


PerdiçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora