4° Segundo

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Quando abri a porta e tranquei logo em seguida já me senti mais tranquila, esse quarto tinha um poder enorme de me acalmar era impressionante isso, acho que nem no meu quarto eu conseguia ficar tão à vontade assim, por isso troquei minhas roupas, por algo leve e confortável, uma camiseta preta da banda U2, eu adorava eles, eram a minha banda favorita, eu sabia cada música e sempre que ouvia tocando no rádio eu cantava junto.

Agora que eu estava devidamente vestida, deitei na cama e ela imediatamente afundou com o meu peso, parecia que havia deitado em cima de uma nuvem, tamanha era a sua maciez. Eu precisava leva-la comigo, assim que partisse dessa fazenda, eu não conseguiria mais dormir na minha cama novamente, parecia aquela história da princesa e a ervilha, na qual uma linda e sensível garota foi testada durante uma noite de sono para descobrir se ela era uma princesa de verdade, deveria descobrir uma pequena ervilha debaixo do seu colchão, é lógico que ela se revirou a noite toda na cama e não conseguiu dormir, resultado descobriram que ela era a verdadeira princesa. Nem sei como cheguei a essa história, mas acontece que minha mente tem uma imaginação própria e muitas vezes ela navega além do que eu possa explicar.

Adormeci ainda com a história da ervilha, mas não foi com ela que sonhei, eu passei a noite toda sonhando com um certo peão de rodeio que usava uma calça jeans bem surrada e os olhos mais intensos que já vi, o bom do sonho era que eu não era ignorada por ele, na verdade estávamos muito bem, um pouco demais devo salientar, mas quando abri os olhos na manhã seguinte eu sabia que aquilo não passava de um sonho, fruto de uma imaginação fértil de uma garota ingênua.

Na hora do café da manhã eu não consegui olhar nenhuma vez para o Ben, pois toda vez eu lembrava do meu sonho, mesmo não sendo nada demais, apenas nos beijamos eu ainda não conseguia olhar para ele sem imagina-lo no meu sonho. O que não ajudava nenhum pouco foi eu estar sentada exatamente na frente dele. Preciso ressaltar que não tirei meus olhos do meu pedaço de bolo de laranja e a xícara de café, enquanto eles dividiam os afazeres da fazenda, hoje as tarefas estariam mais fáceis já que tinha mais uma pessoa para ajudar.

Quando terminamos de comer ajudei a tia Rosa levando as xícaras e os talheres que usamos para a cozinha, eu até pensei em lavá-los, mas assim que entrei a Marta e a Angélica já estavam lá, nem precisei abrir a minha boca, pois assim que elas perceberam o que eu carregava nas mãos, a Angélica correu na minha direção e pegou as louças que eu segurava e seguiu para a pia. Fiquei ainda lá parada feito uma tonta até que a minha tia apareceu, seguida de perto pela Nanda.

— O que acha de ir comigo alimentar os cavalos? — Convidou a minha prima, toda animada.

— Espere um pouco, hoje não precisamos pegar os ovos das galinhas? — Eu pergunto curiosa.

— Não, hoje não. Meu irmão está em casa, por isso pegar os ovos é tarefa dele, pois as galinhas adoram o Ben, sempre que ele está em casa elas botam mais ovos que o normal.

— Você está brincando comigo? — Eu pergunto esboçando um pequeno sorriso nos lábios.

— Eu não estou brincando, e nem pense que é mentira minha, se quiser pode perguntar para a minha mãe se você não acredita em mim?

— Por incrível que pareça a Nanda está falando a verdade, a quantidade de ovos dobram quando o Ben está em casa, eu não sei o que ele faz com as galinhas, mas desde que ele era apenas um garotinho esse galinheiro era sua responsabilidade, talvez seja isso, elas sabem a quem pertencem.

— Bom, já que não precisamos enfrentar as abomináveis galinhas, podemos seguir até o celeiro, pois eu adoraria alimentar os cavalos.

Assim que confirmei que eu a ajudaria, seguimos juntas para o celeiro com a Angélica nos acompanhando. Quando chegamos lá, os animais já estavam inquietos, tinham sete baias cuidadosamente organizadas para comportar os animais, cada um pertencia a um membro da casa.

Entre Amor & Laço - CompletoOnde histórias criam vida. Descubra agora