Capítulo 37

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Oh, droga de algemas! - penso irritada assim que Kall nos prende novamente.

Até havia me esquecido de como eram irritantes, principalmente agora que David e eu voltamos a ser como cão e gato, assim como era antes, no começo desse sequestro maluco. Acabamos de chegar em Nova York, e a noite está tão gelada.

- Sentem-se nessas poltronas. - mandou ele.

David e eu nos dirigimos até as duas poltronas cor verde musgo. Nos sentamos e logo ouvimos o falatório do Sr. Fantoche.

- Quero lhes dizer, meus parabéns. - disse com um aberto sorriso. - Vocês passaram para a quarta fase do nosso maravilhoso jogo!

- Verdade? - disse surpresa. Eu nem sabia o que tínhamos feito.

- Sim, é verdade. Por isso, nessa quarta fase, vocês iram dormir todas as noites sentados nessas confortáveis poltronas.

- O quê? - David e eu indagamos juntos surpreso.

- Isso mesmo que ouviram. E não quero escutar reclamações, ouviram? - ele disse. - Vou para meu escritório que é daqui do lado de vocês. - apontou para a porta. - Tenho algumas coisas para resolver, portanto, já sabem. - disse mandando um olhar para Kall. - Tenham uma boa noite crianças. - após isso ele saiu se trancando no seu escritório.

Fechei meus olhos com toda força. Por que, hem? A quarta fase deveria ser melhor do que a terceira, no entanto é pior. Olhei de esguelha para David e ele está com a outra mão posta na testa, e ele balançava a cabeça negativamente. Sem querer pus meus olhos em seus mágicos lábios, e céus, esse foi um dos piores erros que eu poderia cometer.

-"Aquilo foi ciúmes?"

- "O quê? É claro que não! Já disse que não me importo com você."

Deixo minha cabeça virar para outro lado que não seja o de David.

- "Acha mesmo que iria deixar você rebolar para aquele cara? 

"Nem que eu estivesse morto!"

- "Por que está agindo assim?! "

- "Eu não estava fazendo nada...." - lembro de ter dito.

- "Eu não entendo..."

- "Só para de agir como se existisse algo entre nós."

- "Eu não sei o que aconteceu com você, mas.....Agora sou eu que já não me importo com o que você faz, ou o que deixa de fazer."

Lembrar das palavras que dissemos um para o outro mexeu de uma forma muito estranha dentro de mim. Meu coração está batendo de maneira descompassada, e meus olhos estão ardendo. Droga, aqui não....Eu não posso chorar agora. Respirei fundo e tentei controlar minhas lágrimas, as limpando discretamente, para que ele não percebesse.

Como alguém pode atormentar tanto minha cabeça? Isso é algo doentio.

Definitivamente penso, o amor é algo bonito, mas, ao mesmo tempo pode se tornar seu pior inimigo. 

Essa viajem foi uma avalanche de histórias. Primeiro vejo os lábios de David em contato com outros. Depois sou confundida com uma incrível dançarina e stripper - Calissa - logo sendo tirada do palco a força por mãos hábeis e sendo posta contra minha vontade em ombros fortes e largos. Sendo eu a vítima, logo me tornando a vilã dos ciúmes de David. Teve momentos bons apesar de me sentir mal com tudo que passei. Conheci Ricardo, ao qual ri e conversei como se conhecesse à anos. Na noite seguinte sendo alvo de outro chilique....Ah, por favor, me tirem daqui, eu estou tão cansada. Psicologicamente e fisicamente.

Obviamente, mais cansada com as turbulências que meu coração me faz passar.

Lembro do rosto de Ricardo. Ele não estava feliz, apesar de fazer grande esforço para disfarçar  na hora da despedida. David foi um grosso, eu deveria ter tirado seus braços do meu corpo, e decidido me despedir dele em algum lugar mais agradável, longe dos olhares de David. Mas, não, eu não fiz isso. Apenas, obedeci obedientemente como um dos fantoches daquele cara. 

Balanço a cabeça negativamente. Eu podia ser melhor do que isso, eu sei que posso. Talvez, agora fosse aquele momento que eu tento esquecer tudo que passei aqui, e me concentrasse no dia que fossemos libertados. Eu, pensando com meu coração, que espero que esteja mais racional do que emocional, vou sair correndo rumo a qualquer lugar que pudesse respirar livremente, como se fosse um lindo pássaro.

Demoraria, mas eu esqueceria os beijos e os toques de David. Eu sei que não irá ser fácil, pois só de pensar, meu coração já se aperta, e parece que vou ter um ataque cardíaco.

Não é exagero. Quem já amou de verdade, sabe bem o que é isso.

Ponho definitivamente algo em minha cabeça: Não vou mais brigar com ele, muito menos me concentrar no passado, nos seus defeitos, e nem em suas qualidades. 

Já estendi que me acham bipolar, mas é essa droga de amor que me deixa assim.

Acredito que quando me ver longe de um certo homem de olhos azuis e cabelos negros, vou conseguir por minha cabeça no lugar, além de raciocinar bem em minha nova vida. Até porque, duvido que tudo seja a mesma coisa depois de seis meses trancados nesse lugar.

Vejo Kall levando uma bandeja tampada para o escritório de Sr. Fantoche. Deve estar na hora do lanche. Logo depois o sair e vejo fechar a porta, mas não o vi trancando. Saiu levando a bandeja vazia consigo.

 Virando com a cabeça dou de encontrar os olhos de David. 

Puxa, como esses olhos são hipnotizantes....Mas, que droga, não consigo tirar meus olhos dos seus. Vou pagar muito caro por isso. Ele piscou, mas continuou com o olhar grudado no meu, agora com ainda mais intensidade.  

Pronto, agora minha mente processará isso, como um lindo convite, e.....

Nada disso! Chega Andressa! Você vai esquece-lo, nem que isso custe noites em claro. Agora vire o rosto lentamente para o outro lado, e sabendo de sua dificuldade, vá tentando tirar seus olhos das íris azuis desse belo cafajeste....Isso vai virando, isso você consegue, agora....

De repente minha mente para de me dar ordens, quando meus ouvidos pedem atenção, assim que  escutam alguém tossindo alto, quase vomitando. David piscou os olhos rapidamente, e guiou suas íris até as portas fechadas do Sr. fantoche. Nos encaramos por um instante, até nós voltarmos a escutar, parecia agoniante. Levantamos juntos e David foi me guiando depressa, até o escritório. A porta estava apenas encostada. Quando David à Abriu me arrastou loucamente para perto do Sr. fantoche, que estava caído da cadeira, quase roxo. Ele se jogou no chão, consequentemente me levando junto, eu estava muito assustada, para reclamar da ardência em meus pulsos. David estava com seus olhos arregalados, parecia que iria surtar.

- Papai! - gritou em desespero.

- O quê? - sussurro baixinho.

Kall aparece com os outros seguranças. David chora no peito de seu.....Pai?

☺Oie? Capítulo 37 postado!

Pai? Como assim? Confiram no próximo capítulo.

Comentem e votem. Bjs ♥



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