Blood Tears ¡! Kim SeokJin

37.Não me diga Adeus.

Em poucos instantes estávamos no grande hospital, meus braços envolviam minha barriga, meu estômago se transformou em um grande embrulho, não deixaram niguem entrar no pequeno quarto onde Julie estava, Taehyung andava de um lado para o outro enquanto balançava sua cabeça.

-Taehyung-ah...- Me aproximei do mesmo tocando seu ombro.

Seus olhos estavam inchados e suas bochechas avermelhadas, toquei sua bochecha sentindo seu rosto quente, Taehyung estava queimando de febre.

-Acalme-se, ela ficará bem.

-E-eu não posso perdê-la, ainda temos muito o que viver. -Ele diz em tom baixo e trêmulo- Noona, ela não pode morrer.

Eu o abracei e pude ouvir soluços virem de sua garganta, as lágrimas escorriam de forma lenta em meu rosto, todos nós teríamos que acreditar  na cruel verdade em qualquer das hipóteses.

Pude ouvir o choro estridente de Suzy, me afastei de Taehyung me aproximando do pequeno bebê conforto que a pequena estava, a peguei em meus braços a envolvendo na coberta, que antes estava por cima de seu corpo, e a balancei de forma lenta fazendo com que se acalmasse aos poucos.

-Senhor Kim? -O doutor que antes estava dentro do quarto se aproxima de Taehyung- Julie quer ver você e sua companhia.

Taehyung direciona seu olhar a mim, ajeito Suzy em meus braços e fiquei ao lado de Kim.

-Você é a Isadora? -Ele dizia enquanto me encarava.

-Sim. -Manti um tom neutro para não acordar Suzy.

-Podem entrar.

Adentramos ao pequeno quarto, Julie estava em uma maca e ao seu lado uma grade máquina contava seus batimentos cardíacos em forma de uma linha e um som irritante.

Seus olhos se mantinham fechados e sua boca semi-aberta, uma agulha perfurava seu braço enquanto uma pequena bolsa de sangue se mantinha ao seu lado.

Pude ouvir o barulho da porta novamente se abrindo, Seokjin segurava o bebê conforto que havíamos deixado para trás, não queria vê-lo,porém, necessitava de seus braços envolvidos em mim portando segurança. Me aproximei do mesmo colocando Suzy no bebe conforto, Seokjin apenas me olhou e se manteu quieto, deixando o objeto em suas mãos em cima de uma pequena poltrona que havia no local.

Hesitei em me aproximar da maca que Julie estava, mas logo meu momento de hesitação acabou, me aproximei de sua maca e toquei sua fria pele. Seus olhos se abriram de forma lenta revelando seus negros olhos, sem brilho, sem esperanças.

Um sorriso fraco se desenhou em seus lábios sem cor, em um rápido ato ela os umideceu fazendo com que as feridas se tornassem invisíveis.

Peguei sua mão gélida e com meu polegar fiz um carinho em movimentos circulares, o sorriso fraco não se desmanchava de seus lábios, olhei para Taehyung e fiz um movimento com minha cabeça para que se aproximasse da maca, ele cedeu e se aproximou da maca. Julie o olhou e manteu o sorriso em seu rosto, com dificuldade levantou seu braço e acariciou a bochecha do mesmo, em seguida deixo o braço repousar como estava, seu olhar se fixou em algo atrás de mim, deduzo que era Seokjin.

-Suzy está no bebe conforto? -Sua voz se mantinha baixa e fraca.

-Sim. -A voz de Seokjin se localizava centímetros de distância de mim.

-Eu quero vê-la..

Taehyung foi em direção a onde o bebê conforto estava, pegou Suzy em seus braços e voltou ao lado sa maca.

-Vamos deixá-los a sós.. -A voz de Seokjin murmurava em meu ouvido.

Apenas cedi e soltei a mão de Julie e me afastei da maca indo em direção ao lado de fora.

Seokjin estava a minha frente com seus braços abertos, e sem hesitar, o abracei de forma forte sentindo seus braços me envolverem enquanto transmitiam o sentimento de segurança.

-...-...-

Taehyung saiu do quarto com o bebê conforto em suas mãos, seus olhos estavam inchados de tanto chorar, suas bochechas se mantinham vermelhas, se sentou ao lado de Seokjin e fez um sinal com as mãos para que entrasse.

Adentrei a sala e fechei a porta, Julie se mantinha deitada e com seus olhos perdidos ao nada e ao som da porta se fechado, seus olhos se voltaram a mim.

-Isadora...-Sua voz estava um pouco mais alta.

-Julie..

A abracei de forma que não ficasse por baixo dos fios, e sim por cima.

Suas mãos com dificuldade alcançaram minhas costas e deslizaram sobre a mesma, podia se ouvir seu choro baixo enquanto escondia seu rosto em meu ombro.

Me ajeite próxima a maca e novamente segurei sua mão gélida que me apertou com todas as forças que tinha.

-Me desculpa pelas vezes que não pude fazer meu melhor... -Digo, enquanto minha voz estava trêmula.

-Yah! -Ela soltou uma baixa risada- Não se preocupe.Você já vacilou muito,mas sabe que sempre vou te perdoar, tive sempre um bom coração. -Ela mantém o sorriso fraco de antes.

E nos mantemos daquela forma por um bom tempo, até as máquinas nos atrapalharem.

O som dos batimentos apenas ficou mas descontrolado, o sorriso não saia de seus lábios, e aos poucos as máquinas se alcamaram até formarem um fina linha com um som agonizante.

Era o fim.

A mão de Julie se soltou aos poucos da minha enquanto seus olhos se mantinham abertos e perdidos, seu sorriso se desmanchou e sua pela apenas ficou mais pálida.

Deixei me levar pelo choro desesperado, a enfermeira adentrou ao quarto com uma bandeija de remédios e ao ver Julie,saiu em disparada atrás dos médicos.

Voltei meu olhar ao corpo de Julie.

Então este é o nosso fim.
O fim da nossa amizade.
O fim das nossas histórias.
A verdade cruel vem a todos.
Está era a hora de aceitar.

Descanse em paz, Julie.