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Sonha Comigo



Helô me enviou uma mensagem fofa demais, logo cedo.

Eu estava me arrumando para sair. Marla estava comigo e me levaria ao aeroporto. Percebi que ela me olhou enquanto me esperava na porta, provavelmente estranhando a minha cara ao ler a mensagem da Helô.

Bom dia, linda. Obrigada. Cuidado na estrada. Chegando lá já falo contigo. Espero que possa falar. Beijo. Tu é incrível! — respondi.

Recebi a mensagem dela, avisando que estava pegando a estrada, antes de chegar ao aeroporto.

Eu fiquei ansiosa. Incrível como quando se tratava de Helô eu vivia nervosa. Dormi bem, mas acordei cedo demais, me arrumei e verifiquei minhas coisas enquanto pensava nela.

Mas por que fez aquilo? Ela já tinha falado comigo na noite anterior. Por que precisava falar de novo? Sem respostas nenhuma para as minhas perguntas bobas para mim mesma, eu entrei na sala de embarque.

Sorri ao sentir o celular vibrar novamente. Peguei-o rapidamente, e ao ver de quem era a mensagem, desanimei. Sofri muito e estava feliz demais para viver um flashback com quem nunca me levara a sério. Deletei a mensagem da Paola sem abrir, mas li.

Oi, amor. Semana que vem estarei em Porto Alegre e quero te ver. Estou cheia de saudade de você, minha guria linda! — enviou com alguns emojis maliciosos e felizes.

Eu fui muito apaixonada pela Paola, mas mulher que se preze não se apaixona por ela.

Desliguei meu celular quando embarquei.

***

Entrei em meu carro e vi uma echarpe azul caída no assoalho do veículo, na frente do banco do passageiro. Peguei e senti o cheiro de Carina. Lembrei que estava com ela quando chegara ao bar.

Saí do meu prédio ouvindo a sugestiva Sei Que é Você de Onze:20, quando chegou mensagem dela. Fiquei feliz com aquela preocupação.

Cheguei à casa do Ferdinando duas horas depois, e o lugar já estava cheio. Família inteira, dele e da esposa, estava lá.

— Helô, amei que veio. Tu quer tomar o quê? — Ferdinando perguntou, gentil, e pegou minha bolsa.

Verifiquei o celular pela terceira vez, entrei na janela da Carina e ela estava off desde que enviara a mensagem para mim. Àquela altura já devia estar voando. Guardei o aparelho ao ver a mãe de Ferdinando se aproximando de mim.

— Helô, tu fica mais linda a cada dia, né? E o namorado, não veio?

— Dona Germana, quanto tempo não te vejo? — falei e nos abraçamos. — Não estou namorando, mas estou conhecendo uma pessoa — informei, querendo me livrar dos olhos e ouvidos daquela mulher.

Claro que estava me referindo à Carina, foi a única pessoa que me veio à cabeça. Mas eu não estava querendo atropelar nada, sabia que não havia nada de concreto entre nós, mas dona Germana já havia comentado e sabia que eu estava há oito meses solteira e provavelmente iria querer me apresentar um monte de homens, inclusive pastores da igreja dela. Achei melhor me proteger.

— Ele veio?

— Não, dona Germana, ficou trabalhando. — Encerrei o assunto e fui para perto da churrasqueira, aproveitando um momento em que ela foi puxada por alguém, que eu não sabia quem era, mas já amava muito.

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