Memórias escarlates

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Em uma noite chuvosa Duas pessoas estão deitadas em uma cama de solteiro, estão próximos um do outro ao ponto dos narizes se tocarem, a penumbra que clareava o quarto era fraca, e vinha de um abajur que estava em uma pequena e simples mesa a uns 2 metros do casal, ambos fitavam os olhos um do outro com ternura e uma espécie de medo, além do barulho das gotas da chuva caindo sob o telhado era possível sentir o calor da respiração um do outro.
O quarto que os dois estavam, pertencia a uma antiga casa excluída da civilização, a mesma se encontrava no meio de uma mata muito densa, e parecia ser antiga, a tinta que cobria as paredes externas, já estava caindo devido aos anos que se passaram sem cuidados.
"Sorena, você é a razão da minha vida, tu és a única que me completa , és o antídoto para o veneno da existência que preciso enfrentar, sou grato ao destino por me fazer conhecer você" sussurrou lyra, com um semblante triste, Sorena olhou em seus olhos passou a mão sobre seu rosto e ficou em silêncio por uns cinco segundos, quando disse " estou tão cansada, meus devaneios se resumem em esperanças mortas; onde vivemos felizes e sem preocupações, onde acordamos todos os dias com calorosos abraços.... sinto muito por nossas existências nascerem em um lugar tão inóspito... o que torna isso tudo suportável é você lyra."
Após Sorena dizer tal frase, lágrimas caiam de seus olhos, esses lampejos de tristeza caíram como facas no coração de Lyra, "tudo vai dar certo, encontraremos a ilha isolada e viveremos felizes até o fim, Sorena" disse Lyra em um estado melancólico.
A tempestade continuava a castigar o local, estava frio, e o vento soprava como turbinas de um avião, era madrugada quando Lyra acorda abruptamente com um barulho no andar de baixo da casa velha, suas pupilas dilataram, e o desespero tomou sua consciência, a primeira coisa que veio à mente era Sorena, ela precisa estar a salvo, mesmo que custasse sua vida.
Lyra ficou em silêncio rezando para ser apenas algum barulho inexplicável e natural, mas em seguida foi possível ouvir um grunhido baixo, que acabou acordando Sorena, nesse momento o coração de Lyra parecia ter parado, e seu sangue congelado.
As bestas que os perseguiam a alguns dias encontram o lugar que ele julgará seguro.
Lyra era um jovem de exímia inteligência, em tempos de paz, sempre fora o primeiro em sua classe, ganhou até um bolo de seu professor para comemorar a sua primeira posição em termos de notas por um ano consecutivo.
Com isso na noite passada Lyra tinha andando nas redondezas com a intenção de descobrir rotas de fugas, havia deixado até uma escada na janela do quarto que estavam, caso precisassem de fugir às pressas, também tinha selado dois cavalos, os deixando prontos para fugir.
Sorena acordou como se estivesse sofrendo de um pesadelo, e logo perguntou: "o que houve Lyra?"
Lyra abalado, rapidamente colocou a mão direita sob os delicados lábios de Sorena, induzindo-a a calar-se. Sorena esbugalhou os olhos, e já cogitou que ambos podiam estar em perigo.
Lyra disse baixinho "acho que tem algo andando no cômodo abaixo, pelo barulho dos passos não é humano _já que o som do caminhar parecia ser de um grande animal de 4 patas_, Sorena, quero que me escute, deixei uma escada na janela ao lado, sem fazer barulho desça após mim, eu irei na frente soltar as cordas dos cavalos, a fim de iniciarmos a fuga" Lyra estava confiante em seu plano de fuga, o mesmo não tinha erros, assim como sua rota de fuga, ambos desceram e quando estavam montados nos cavalos, escutaram um grande estrondo na porta do quarto, que pelo som parecia ter sido destroçada, nesse instante ambos já estavam a galopar a uns 5 metros de distancia da casa.
quando Lyra olhou para trás,  viu dois olhos vermelhos escarlates os observando como presas,
Lyra disse "Sorena me siga, vamos usar a rota de fuga que planejei, não fique mais que 4 metros longe de mim, pois a neblina está muito densa, e poderia ser mortal se nos separássemos"
Sorena assentiu com a cabeça, e ambos começaram a seguir o caminho em alta velocidade, depois de uns minutos cavalgando e já longe da casa, percebeu que algo estranho estava os perseguindo, parecia uma sombra gasosa, só que de cor escarlate, Lyra nunca tinha visto algo igual, e logo cogitou que a tal sombra tinha consciência, tal fato não estava dentro de seus planos, e como não sabia se a sombra era aliada ou não, optou por mudar a rota de fuga. Enquanto a sombra estava a uns 10 metros atras e se aproximando rapidamente, Lyra disse:

 " Sorena, a 10 metros vire à direita e siga até encontrar uma caverna, tem algo estranho nos perseguindo, vou despista-lo, meu amor eu juro que lhe encontrarei lá, se encontrar algum perigo no caminho, use o apito que lhe dei, que correrei depressa para salva-la, " disse Lyra, melancolicamente.

E assim se fez, Sorena assentiu com a cabeça, e virou a direita em galope.

Lyra sentiu-se encurralado, já que seus planos desaguaram em incertezas, a unica coisa que pairava sob sua mente, era a segurança de sua amada Sorena, pensando nisso, virou abruptamente a esquerda, especulando uma fuga do espectro escarlate, porém quando concretizou a curva, topou com uma criatura de uns 3 metros de altura, que estava meio ofuscada pela escuridão do lugar, a unica coisa claramente visível eram dois enormes olhos vermelhos que lindamente brilhavam naquela escuridão densamente enegrecida por folhagens, na hora Lyra pensou "meus esforços, foram em vão... Viva bem Sorena, se algum tipo de vida após a morte existir, tenha certeza que estarei sempre ao seu lado", não deu nem tempo de pensar direito, quando a criatura saltou para frente, se deixando aparecer totalmente sob a luz do luar, seus pelos eram negros como carvão, uma aura negra totalmente visível a olho nu, deixou lyra paralisado em corpo e mente, "Morte, enfim me entrego a ti" disse Lyra em tom de sussurro, com seus olhos fechados.

A besta soltou um rugido feroz e ameaçou seguir em frente, quando a nuvem escarlate apareceu, _mas o que é isso? brincadeira de Deus? agora não é só uma ameaça porém duas_ pensou Lyra, no ato do pensamento, viu com seus olhos a nuvem tomar forma, e após a transformação, sobrou apenas um ser encapuzado, com um longo manto escarlate, que tomou a frente de Lyra, no instante Lyra estava boquiaberto, nunca havia testemunhado vapor transmutar-se em um ser que parecia ter carne e osso, chegou a beliscar-se para provar a dor da realidade.

E o incrível aconteceu, o "Vapor" começou a entoar sons guturais, que parecia algum tipo de música barbara; no mesmo instante, uma espada começou a aparecer no chão, pouco a pouco, a lamina foi crescendo, de baixo para cima, até uma espada que brilhava um branco ofuscante se materializar cravada ao chão, o ser de vermelho a empunhou e começou a batalhar com a fera, o tal ser encapuzado parecia ser frágil perante a enorme besta, mas as garras afiadas da mesma pareciam tentar arrebentar uma especie de escudo invisível que circundava a pessoa de vermelho,Lyra pensou "é... realmente não é bom julgar livros pelas capas".

Aproveitando-se da situação, procurou rapidamente pelo cavalo que fugiu em terror relinchante quando a besta se apresentou, teve de andar cerca de 10 metros até montar o cavalo, e começar a retroceder o caminho feito, na intenção de encontrar Sorena, quando encontrou o ponto que dava à caverna, começou a cavalgar mais rapidamente, na ânsia de encontrar Sorena.

Chegando perto da tal caverna que era quase totalmente iluminada pela lua, seu sangue congelou, quando o som estridente porém muito fraco de um apito estava ressoando de dentro da caverna, ao entrar, viu um quadro triste pintado com o sangue de sua amada.

Sorena ao ver Lyra, deixou o apito deslizar lentamente de sua boca cansada, quando o mesmo tocou uma poça de um liquido viscoso e escarlate, Lyra parecia ter sua mente desconectada do corpo, um vazio branco tomou sua mente, e apenas 





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⏰ Last updated: Jul 05, 2017 ⏰

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