Capítulo 3

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FELIZ ANIVERSÁRIO LILIAN! Toda boa sorte do mundo. Felicidades, sucesso e sonhos realizados. Parabéns!!!!!


Pov - Gabriela

Fico olhando minha pequena dormir sem saber que perdeu a mãe. Não sei como contar a ela. Não sei como vamos seguir em frente sozinhas. Como vou enfrentar Ugo.

Isabella abre os olhos e os esfrega. Me dá um meio sorriso cheio de sono. Tão linda. Ela olha em torno e se dá conta que está na própria cama e é dia.

―Nem vi a gente voltando. Você chegou muito tarde Gabriela.

―Sinto muito. - Minha voz embarga. Respiro fundo. - Precisa tomar um banho quer ajuda? - Ela nega. - Coloca esse vestidinho. - É um vestido azul marinho. Ela me olha surpresa.

―Não vou na escola hoje? - Balanço a cabeça.

―Não meu anjo. Amo você sabia? - Ela me abraça. Beijo o rostinho. - Amo muito.

―Gabriela você é muito especial.

―Você é muito mais especial. - Sorrio com seu jeitinho. Ela adora reproduzir coisas que dizemos, palavras que ela aprende e resolve dar um jeito de usar numa frase qualquer que deixa sempre todo mundo encantado.

―Banho.

Ela segue para o banho. Preparo seu café. Não quero contar assim, logo que abriu os olhos. Temos que ir ao funeral. A vizinhança toda vai. Ela me encontra na cozinha, o vestido mal colocado, com alguns botões abertos, os cabelos muito penteados na frente, com uma tiara rosa, mas atrás é um emaranhado de fios finos e com nós.

Não tenho apetite. Não hoje, hoje está difícil até respirar, mas aguardo enquanto ela come e toma o leite. Depois lavo a louça. Preciso contar a ela. Fico enrolando e em uma hora tenho que estar no funeral.

―Vem cá querida. - Isabella se senta ao meu lado. Fico olhando para o rostinho preocupado. Ela sabe que algo vai mal. - Tenho que te contar uma coisa muito difícil. Amo você. Acho você a menina mais especial do universo. A pessoa mais bonita que conheço.

―Você me adora muito, não é mesmo Gabriela?

―Muito. Vamos sempre estar juntas. A vida toda.

―Até quando você casar?

―Eu não levo jeito para casar. - Ela enruga o narizinho, me machuca causar essa dor a ela. - Querida, a mamãe ama tanto você, mas ela esteve doente muito tempo, ficou cansada. Ontem uma coisa triste aconteceu. - Os olhinhos ficam atentos. - A mamãe partiu. Ela não está mais aqui conosco. Está no céu, brilhando bem pertinho da lua.

―Isso é quando a pessoa morre? - Afirmo, os olhos dela se assustam, depois entristecem. - E nunca mais vamos ver a mamãe ou falar com ela?

―Não querida. Sinto muito. - Isabella vem para meus braços numa crise de choro e nem mesmo nessa hora consigo chorar. Não posso, não posso me entregar. Talvez nunca possa. Afago seus cabelos. Fico ali, acariciando minha pequena criança enquanto ela se entrega as lágrimas.

―Você vai ficar comigo para sempre? Não vai nunca ficar doente?

―Nunca. Vamos ficar juntas meu amor. Vamos cuidar uma da outra. Você cuida de mim?

―Cuido. Pode deixar. - Ela soluça mais algum tempo em meus braços. É hora do funeral. Talvez leva-la seja errado, mas somos só nós duas agora. Ela tem o direito de se despedir. Não é uma boa memória, mas um dia ela pode querer saber por que não esteve no funeral da mãe. Melhor que lide com isso do que não ter como saber.

Série Família De Marttino - Coração de Gelo (Degustação)Donde viven las historias. Descúbrelo ahora