Inquebrável

Cap. 7

- Filha, o que faz acordada a essa hora? - ainda eram seis horas da manhã. Jason estranhou ela estar cordada tão cedo.

- É que hoje vou visitar o Zoológico com o vovô e a vovó. E esqueci de contar ao senhor, Me desculpa. É... Será que posso ir? - ela fala meio receosa, nunca pediu muita coisa ao pai, mas as poucas que pedia eram recusadas pelo mesmo. Jason cruza os fortes braços olhando para a filha, que mantinha uma expressão de um gatinho que caiu da mudança.

- Eu não sei não... - Jason já via a expressão decepcionada da filha. Claro que iria deixá-la ir, ela precisava disso, só queria deixar um suspense no ar. - Claro que pode.

- Ah, papai porfavor, deixa só dessa vez, eu...  O que? - Leyse parecia não acreditar no que ouvira.

- Eu disse que deixo você ir. - ele fala novamente e ela abraça o pai que a levanta em seu colo. - Só não abusa muito da minha boa vontade.

- E só mais uma pequena coisinha. - Leyse nunca tinha se arriscado tanto quanto estava fazendo agora. - Eu posso levar uma pessoa?

- E que pessoa seria essa? O Lucas, com quem você brinca todos os dias? - Jason levanta sua sobrancelha quase loira para a filha que olhou espantada para o pai, que estava se divertindo com o embaraço da filha.

- Como o senhor sabe? - os olhos verdes da filha, que eram idênticos aos de Jason, estavam arregalados.

- Carlos me contou. Pensou que esconderia isso de mim? - o pai de Lucas falou a ele no mesmo dia em que a filha dele e seu filho começaram a brincar. Falou que não iria deixar mais o filho brincar com ela, mas Carlos ficou surpreendido com o que o patrão disse. "São apenas crianças não fará nenhum mal brincarem juntas, por mim tudo bem.

A cara da filha estava bem engraçada agora, mas Jason não se permitiu sorrir.

- Não, senhor. Eu iria lhe contar, só que...

- Pensou que eu não iria gostar, não é? - a filha faz que sim. Sabia que a culpa de tudo isso era dele mesmo por ser tão rígido com filha, tinha negado muita coisa no começo quando ela estava se adaptando, por isso pensava que o pai restringiria tudo a ela. Não gostava da forma que a filha pensava a seu respeito. Ele via que muitas coisas em sua atitude estavam erradas, e ia aprendendo isso a cada segundo que passava com a filha. Não queria a filha pensando que era um ditador. Ele iria reverter isso. - o que eu não gostei foi de você ter escondido isso, como se fosse algo proibido por mim. Eu não sou um monstro, você me acha um monstro?

- Não, papai. - a filha estava uma gracinha com a carinha de quem foi pego no flagra.

- Então não esconda mais nada de mim, entendeu? Posso ser rígido com você, mas faço para o seu bem. Não acho nada demais você ter um amigo... E pode me pedir algo assim sempre que quiser, só não passe dos limites com esses pedidos. E não minta ou esconda algo de mim, tudo bem? Promete para mim.

- Sim, eu prometo. Juramento de mindinho. - a filha levantou seu dedinho e Jason cruzou com o seu que era bem maior.

- Certo, agora está tudo certo. Pode ir se arrumar.- Leyse da vários beijos no rosto do pai que sorri com tamanho carinho da filha que corre subindo as escadas feliz da vida.

- Sem correr. - Jason a repreende e nem isso mudava a tamanha alegria que Leyse sentia pelo pai estar sendo mais aberto com ela. Ela estava o amolecendo o pai sem o mesmo perceber.

Jason seguia para o trabalho depois de ter visitado Celine, que permanecia na mesma. Não viu mais aquele mendigo por lá, talvez estivesse gastando o dinheiro que deu a ele. Só esperava que não fosse com algum tipo de droga. Hoje ele sentia que algo não ia bem, tinha um pressentimento de algo, só não sabia o que era.