Capítulo 39

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...Continuando

Ele se levanta logo em seguida, com os olhos flamejando de raiva.

— Emmica, pare de ser tão teimosa. Vamos, comigo você não vai mais chorar. Ninguém vai lhe fazer mais mal. — ele diz parecendo está sendo sincero.

— E toda vez que eu te olhar nos olhos eu ver todas as vidas que você tirou, angustiadas? Ver a minha mãe pedindo clemência, misericórdia, e você só lhe dando chutes e socos? Não Rodof, você já me fez muito mal, já fez muito mal a dezenas ou centenas de vidas. Não posso ficar ao lado de alguém que só soube fazer o mal, que nunca tentou concertar seus erros.

"Que mesmo sofrendo por causa de pessoas más, você quis se tornar pior que elas. Não sei o que você passou em sua vida Rodof, mas você não deve ter sofrido mais do que as pessoas que você tirou os entes queridos delas. Não, Rodof. Minha resposta é: Não!" — digo firme. Por um momento vejo a tristeza em seus olhos, uma lágrima escorre pelo seu olho.
Talvez as minhas palavras o tenha tocado.

— Eu te dei a chance Emmica Spring! Te dei a chance de viver! E você vem me dar lição de moral?! — a tristeza de seu rosto esvai e o que restava de piedade em seu rosto se transforma em ódio.

Ele saca sua arma e mira em mim. — Te dei a chance, você não a aceitou. Um desperdício. — Ele se prepara para atirar mas sou mais rápida e miro no lado esquerdo de seu peito, sim no coração. Atiro e tive êxito. Ele cai seco no chão.

— M-me desculpa-a. — digo caindo de joelhos. Choro, nunca havia matado. E ver uma vida se esvaindo por sua conta, por conta de uma bala que saiu de seu revólver não é a melhor coisa.

— E-Emi vamos. Você não t-teve escolha. — Mack diz segurando meus ombros.

— V-vamos. — digo colocando Mack sobre meus ombros, equilibrando seu corpo esguio de um lado.

Saímos devagar pela cabana, antes olho para Rodof, seu corpo sem vida debruçado no chão. Tão jovem. Penso.

Saio mancando com Mack ao meu lado, demos a volta na cabana e indo para o canto do acampamento, não queríamos ir direto para onde está acontecendo o confronto. Mack cai para frente e eu o mantenho.

— O que foi? — pergunto colocando ele sentado no chão.

— E-estou fraco. V-vai e busca a-ajuda.

— Não! Eu não vou te deixar sozinho. — digo beijando-o.

— Você terá mais c-chances de se s-salvar se for só.

— Mas vim aqui te salvar, e não te abandonarei agora. — digo firme. Tiro um cantil de água da mochila que eu tinha e dou a Mack. — Beba. — Ele bebe e tenta se levantar para continuarmos. Pego-o de volta e continuamos.

Estávamos a cem metros de onde tinha desembarcado com os soldados quando somos surpreendidos por um terrorista com seu traje comum, roupa escura e lenço no rosto.
Saco a arma e ele também pega uma.

— Deixe-me passar! — grito ao terrorista que se encontra imóvel.

— E-eu não posso. — ele diz sem firmeza. — Eu não vou! — ele diz mais firme.

Ele avança sobre mim me deixando fazer cair a arma, entramos em uma luta corporal no chão, Mack cai ao lado tentando me ajudar mas sem sucesso. O terrorista era muito mais forte e grande que eu e logo fica sobre mim.

Consigo lhe dar um soco no rosto e viro por cima dele, seu lenço cai e vejo seu rosto.
Ai meu Deus! Fico em choque ao ver quem era. Não pode ser. Eu o vi morrer.

— Roxen! É você? — pergunto ao me lembrar dele. O terrorista que estava no dia da morte de minha mãe tentando convencer Rodof de não atirar nela.

— Como você sabe meu nome? — diminuí a força que o estava segurando e ele tenta se levantar.

— Sou eu... A Emmica. E-eu te vi morrer. — digo sem acreditar.

— Ham...? — ele não entende.

— V-você e o Rodof. O Rodof...

— O quê que tem meu irmão? — ele pergunta. Saio de cima dele sem acreditar no que eu estava ouvindo.

— O Rodof era seu irmão?

— Era...? Não. Ele é meu irmão. — ele diz se levantando.

Continua...

Our Love (REVISANDO)Where stories live. Discover now