Depois da escolha | Completo

Capítulo 29 - A Herdeira Cena VII "Mãe e Filha"

Estava no Salão das Mulheres com Lucy e a prefeita Milla Warren, quando Eadlyn apareceu.

Ela fez uma a mim e a visitante.

— Alteza! — a Sra. Warren cantarolou ao levantar e se curvar. — É um prazer vê-la, ainda mais nesse período tão emocionante!

— Também estamos muito felizes em vê-la, senhora. Por favor, sente-se.

— Como está, Eadlyn? — perguntei.

— Bem. Tenho algumas perguntas para lhe fazer mais tarde — ela emendou. Assenti.

— Sem dúvida vão falar um pouco sobre os garotos, hein? — a Sra. Warren perguntou, piscando.

Lucy e eu rimos, e Eadlyn esclareceu:

— Acho que a Seleção não é bem como a senhora imagina.

Ela pareceu espantada, e erguei as sobrancelhas.

— Por favor, arrumem trinta e cinco homens para lutar por mim quando quiserem.

— Para ser sincera, dá mais trabalho que qualquer outra coisa — Eadlyn assegurou. — Fazemos parecer emocionante, mas é desafiador.

E como era, pensei, me lembrando de tudo como se fosse ontem.

— E eu posso atestar isso — eu disse. — Não importa o lado da situação em que você está, é difícil. São três horas de tédio total seguidas de uma avalanche de acontecimentos —balancei a cabeça. — Ainda hoje, só de lembrar já me sinto cansada. – completei, me recordando dos vestidos apertados, dos desafios, das intrigas e dos saltos altos.

Apoiei a cabeça na mão e deixei meus olhos andarem até Eadlyn, apesar de todo o desgaste que aquela vida trazia meus filhos sempre seria minha alegria, queria que ela soubesse como eu a compreendia, apesar dos deveres e das preocupações serem bem diferentes. Não deixei me levar pelos pensamentos, me ajeitei na cadeira e me virei para a prefeita.

— Então, Milla, pelo que ouvi da última vez as coisas iam bem em Calgary.

— Ah, sim, somos um povo tranquilo.

Permanecemos todas ali conversando, eu já estava completamente entediada, nunca gostei de conversar com políticos e isso não tinha mudado, mesmo que ela fosse uma prefeita solitária. De qualquer forma fiquei grata quando uma criada surgiu pela porta com a minha salvação.

- Majestade – ele disse, fazendo uma reverência – Sua presença é requerida com urgência na sala de reunições.

Suspirei de alívio, finalmente algo útil para fazer.

Assim que a prefeita saiu eu ajeitei o vestido e me preparei para levantar.

— Vou ver do que se trata.

— Relaxa, sou só eu — Eadlyn explicou, inspecionando as unhas.

Cravei os olhos em minha filha.

— Queria falar com você, mas ela não ia embora. Por isso marquei uma hora, mais ou menos — ela disse, com um sorriso.

Balançei a cabeça.

— Eadlyn, às vezes você consegue ser bem manipuladora —suspirei. — E às vezes isso é uma bênção. Acho que nem eu aguentaria muito mais.

Lucy e ela riram.

— Sinto pena dela —eu disse, um pouco culpada por ter ficado feliz dela ter ido embora — Ela não sai muito, e é difícil encarar esse trabalho sozinha. Mas não gostei do jeito como falou com você.