10- Mês 09

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So take your aim and shoot
And I'm on my way now
Is this love really love?

-Mamãe, mamãe! - a voz infantil soou por toda a casa, Felicity colocou a cabeça para fora do quarto a tempo de ver Connor saltitar pelo corredor.

-Connor, sem gritar, por favor. - disse fechando a porta e esticando os braços para pega-lo no pulo. - O que é meu amor?

-De onde vem os bebês? - ele indagou jogando a cabecinha pro lado e sorrindo.

Felicity engoliu seco. Não era aquele tipo de pergunta que ela esperava de uma criança de cinco anos.

-Por que você está me perguntando isso?

-Tidi estava falando na escola que a mamãe dela está grávida e ela disse que sabia de onde vem os bebês.

-Docinho, não sei se esse tipo de conversa é sensato para uma criança da sua idade.

-Mas mamãe.

-Sem mas, Connor. - ela beijou a cabeça dele e o deixou no chão. - Venha, vamos na cozinha comer algo.

O pequeno entrelaçou a mão na dela e juntos desceram a escada até o andar debaixo. Felicity o sentou na cadeirinha da bancada e caminhou até a geladeira pegando uma caixinha de suco de uva e entregando-a a Connor.

-Mamãe como foi que eu nasci? - ele indagou novamente, ela se sentou a sua frente apoiando o queixo na mão.
-Eu já lhe disse.

-Mas vovó falou que você não me disse tudo.

Felicity suspirou, Connor era muito esperto para ter apenas cinco anos.

-Ok, vou te contar a história toda. - disse, o pequeno sorriu. - Como você sabe, eu e seu pai não estávamos juntos no início.

-Papai disse que gostava de você, mas você era boba demais para perceber.

-Ah é? E por acaso seu papai também contou que ele me enganou dizendo que nós não tran... - Felicity se interrompeu mordendo a língua, às vezes sua cabeça agia mais rápido que sua boca. - Seu pai também era um bobão.

-Por isso vocês ficaram juntos? Por que são dois bobões?

Ela riu e levantou a mão para bagunçar o cabelo castanho claro de Connor, ele tinha seus olhos, mas apenas isso, todo o resto era de Oliver. Até Moira havia ficado impressionada com a semelhança de Connor com seu filho, uma mini cópia de Ollie, só que mais inteligente, era o que ela dizia.

-Bem, no dia em que você nasceu seu pai tinha viajado para uma cidade próxima, por algo relacionado a empresa. - explicou sem querer entrar em muitos detalhes, mas se lembrando exatamente o que havia acontecido naquele dia.

Cinco anos atrás

Os pingos de chuva batiam contra a janela do segundo andar, ela encarava seu reflexo borrado no vidro. A chegada do outono havia trazido o frio e a calma que ela precisava, sua barriga já estava a ponto de estourar e isso a deixava nervosa, Connor deveria ter vindo ao mundo uma semana antes, mas até o momento ele não havia dado sinal de querer sair.

Rodou o anel de noivado no dedo e contou mentalmente quantas horas faltavam para Oliver voltar da reunião. Podia ouvir sua mãe e Thea se moverem no andar de baixo, talvez preparando o jantar, já que a cozinheira havia ficado doente, as duas estavam passando o dia com ela a pedido de Oliver, pois a qualquer momento Connor iria aparecer, embora ela duvidasse muito que ele fosse querer sair da paz e tranquilidade que tinha dentro do útero.

Colocou a mão sobre a barriga sentido-o se mexer mais do que o normal. Fechou os olhos.

-Connor? - mordeu o lábio com força, seu corpo estremeceu. Era como se uma faca estivesse sendo enfiada em sua barriga, contou até dez antes de se arrastar até a cama e se sentar. A dor passou tão rápido quanto veio, olhou para o relógio digital em cima do criado mudo, 19:39, Oliver só chegaria pouco depois da nove, ela sabia disso porque ele havia lhe mandado uma mensagem minutos atrás. - Você não pode fazer isso agora, tem que esperar seu pai. - sussurrou olhando para a barriga, porém sentiu a dor voltar, fechou novamente os olhos apertando a colcha até os nós dos dedos ficarem brancos. Aquilo não era possível.

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