Capítulo 1 - Alerta Vermelho

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O senhor Springer costumava nos dizer que a história era a maior meio para que países, etnias, raças, classes e qualquer outra caracterização sociocultural, fossem impedidas de cometer os mesmos erros por termos em livros e bocas de mais velhos a reação de qualquer conflito radical. Logo, nós como os cidadãos do futuro temos como obrigação transformar o nosso presente numa lição de moral futura.

De fato, é um conceito bem interessante e que não podemos simplesmente ignorar, mas passar 45 minutos falando disso como se ele nunca tivesse dado está mesma lição a alguns meses atrás são de pedir que tenhamos vontade de mandar ele ir se ferrar. Era a milésima vez que o víamos falar da nossa responsabilidade, questiono-me se não havia nada mais interessante para vermos na nossa grade curricular de finalistas.

—Acho que alguém não nasceu para ser professor — James parecia ter lido os meus pensamentos, pois logo sussurrou ao meu lado a conclusão mais óbvia de todas me arrancando um sorriso notável.

Infelizmente, isso atraiu mais olhares do que eu acreditava ser possível.

— Algum problema, senhorita Montes? — agora a sua atenção de dirigia a mim com um olhar de superioridade exacerbada.

Ele parecia aquele clássico professor que todo o mundo achava chato, rabugento, e que fedia um pouco também. As suas camisas eram sempre do mesmo material barato, social e geralmente possuía pequenas manchas de gotículas da cafeína que ele comprava na esquina da escola por está a chegar atrasado nas dependências dos seus trabalhos. Não era casado já que não tinha nenhuma aliança e andava em completo desleixo, faltava a ele cabelos capazes de cobrir por completo o topo da cabeça deixando a vermelhidão do seu couro cabeludo a mostra. Ele sempre parecia andar irritado, o que o transformava num pequeno monstro para os alunos que assistiam as suas aulas pela manhã.

— Eu só comentei sobre o trabalho que o senhor passou para nós na semana passada sobre a colonização, James tinha faltado e achei importante avisar já que é para o fim desta semana, não é mesmo professor? — bajule, mas alfinete, assim terá a admiração do orientador e não passará a imagem de ser um completo imbecil para os colegas de turma.

— Sim, senhorita. Porem da próxima vez deixe este comentário para depois da aula, sim? — ele fala com um sorriso amarelo e recebe um igual por minha parte.

A verdade é que ele me assustava, ele tinha cara de quem sequestrava crianças para fazer picadinho para oalmoço do dia seguinte.

Olho para o lado e encontro James com um sorriso convencido por eu ter tirado nós dois da situação em que nos encontrávamos a um segundos atrás, penso em responder com uma careta, mas o que eu não queria agora era a atenção do professor novamente sobre a minha pessoa.

O tempo parecia que não queria passar, era o último horário de aula do dia e eu estava mais que ansiosa para que acabasse. Hoje de manhã o colar que me conecta com Valência estava na sua cor viva de vermelho escarlate. Logo associei a algum problema e abri o livro de mensagens, mas nada havia sido escrito a semanas.

De início supus que nada estava errado e que provavelmente a minha cabeça estava a imaginar além da conta ou que o colar estava com algum defeito, mas esforcei-me a deixar para lá e vim à escola já que virar pros os meus pais e falar que existia um problema num mundo mágico e que precisavam de mim não me renderia um dia longe do nosso inferno adolescente.

Infelizmente, eu esgotei o meu estoque de doenças falsa semana passada, se eu aparecesse com febre ou vomitando mais uma vez a minha mãe, paranoica como costuma ser, internaria-me rapidamente em uma ala do hospital em que trabalha e diria para os seus amigos médicos fazerem todos os exames humanamente possíveis no meu corpo.

Boa NoiteTahanan ng mga kuwento. Tumuklas ngayon