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Queria poder dizer que só vi aquele cara apenas uma vez na noite e foi só isso, mas é claro que não foi assim. E é por causa dele que tudo começou. . . nos esbarramos umas quatro vezes na rua, mas ele só me encarava e não tomava inciativas. O que era uma droga, eu queria mesmo conhece-lo. E ele claro era o único que não estava nem ai para isso. Até que cansei de esperar por ele e fui arrastando minha amiga para casa, já estava esgotada, cansada, até que. . .

- Psssssssiu! – alguém fez de algum canto pouco iluminado. E eu não sou bem o tipo de pessoa que olha para pessoas chamam as outras assim, ou "fia", "gatinha", enfim. Mas acabei olhando por impulso e quando eu vi quem era me tremi dos pés a cabeça. 

Congelei no meio da rua.

– Posso conhecer você? - Ele falou

Apenas concordei com a cabeça, ai droga! Era para eu ter falado algo. Mas era tarde ele já estava bem pertinho de mim, deveria ser uns 30 cm mais alto que eu, porque tive levantar o rosto para poder olhá-lo.

– Prazer, Arthur.

- Prazer, Julie. – beijos nas bochechas. – Tudo bem? 

Minha amiga foi conversar com um amigo dele que eu nem tinha reparado, mas que era primo dela.

- Tudo sim e você? – Disse me puxando levemente para um banco mais afastados deles.

- Estou bem – falei, e pensei "é agora que o assunto morre"

- Reparei em você esta noite, você não é daqui, é? – ele disse, e eu neguei com a cabeça. – percebi, tem alguns meninos aqui babando por você – ele sorriu ironicamente, e aquele sorriso me derreteu mais rápido que gelo no micro-ondas.

- Ah, é mesmo? Nem reparei – levantei uma sobrancelha.

- Eu tentei chegar em você antes, mas parece que você estava fugindo de mim – ele soltou.

- Eu, fugindo? – sorrir – Eu estava aqui o tempo todo só você não viu – cantei, brincando. E caímos na gargalhada.

O papo foi fluindo cada vez mais, e parecia que nos conhecíamos desde a placenta de nossas mães. Ele até deu um toque de leve na minha mão e fez aquele truque do bocejo sabe? Que o menino se espreguiça para por a mão no ombro da menina, meio que abraçando e eu fingir que não sabia do truque e me deixei levar pelas brincadeiras;  foram, risos, conversas e batata frita que tínhamos comprado depois de um tempo, estava tão entretida na conversa. . .

- Jojo – a Nick interrompe - olha a hora temos que ir. Sua mãe vai matar a gente se souber que ainda estamos aqui. – disse.

Saltei do banco com um pulo quando vi o relógio, quase meia noite. E a madrasta me mandou voltar ás dez. Okay, não é a historia da cinderela, e nem tinha madrasta no meio, mas eu realmente tinha que ir embora.

Quando ia me virei para me despedir dos amigos e do Arthur, ele me puxou e me beijou ali mesmo na frente de todos, fiquei sem reação, mas nem deu tempo de ficar vermelha de vergonha, nem de retribuir o beijo, porque a Nick puxou a cinderela-beijoqueira e saiu correndo mais rápido que a carruagem de abobora com ratos de cocheiros. E toda a despedida que conseguir foi acenar um tchau de longe.

Em casa na mesma noite. . .

Estava deitada na cama de casal que dividiria com minha amiga, olhando para teto e com pensamentos em outros lugares, enquanto a Nick tomava banho e cantarolava contente por minha mãe não está acordada quando chegamos, e consequentemente por não termos levado uma bronca por chegarmos "tão tarde".

Não que eu ache que seja necessário dizer onde estavam os meus pensamentos, mas vou falar mesmo assim: estava pensando nele. Não um pensar qualquer, está mais para uns pensamentos que me tiraria o sono esta noite, fiquei pensando naquele sorriso lindo, naquele olhar marcante, (e CARAMBA) naquele beijo roubado. . . nem acreditava que eu já estava quase apaixonada.

P-E-R-A-I Eu disse mesmo isso? Apaixonada como assim? Eu nem conhecia ele direito, tudo que eu sabia era seu nome e sua idade, (Arthur Rodrigues, 16 anos. Estudando o ultimo ano do colegial e fazendo técnico em edificações, mora com a mãe, pais separados . . .) tá okay, eu sabia mais que o nome e a idade, mas isso não bastava, eu não o conhecia ainda. Só conversamos umas meia hora, ver só o RG de alguém não significa que você conhece a vida toda dela. E eu precisava saber quem ele era de verdade. Para um "primeiro encontro" ele foi um verdadeiro cavalheiro, mas vai que ele se tornaria um sapo depois. Isso me deixava realmente pens. . .

- Jojo – a Nick me chamou, me tirando dos meus pensamentos, ela tava com sua roupa de dormi de bolinhas secando o cabelo.

- Oi amiga 

- Estou com fome, vamos ver o que tem para comer? Essa casa é muito grande, me dar medo de andar sozinha nela. 

Olhei para ela com um Q de "fala sério", já tínhamos comido pra caramba e ela retribuiu

– Por favooor! – e fez carinha de cachorro abandonado.

- Tabom, mas você que vai fazer o lanche da noite.

Fomos em direção a cozinha, aquela casa era meio esquisita mesmo a essa hora, muitos cômodos e adicionando o fato que estamos sozinha está noite, daria um ótimo cenário de filme de terror. A minha tia falou que iria dormi na casa do namorado, então iriamos fazer uma baita festa que incluiria pipoca, chocolate, salgadinhos, coca cola e filmes na frente da TV. 

Pelo menos a intenção era essa, até que a pessoa que falou "Vou ficar acordada a noite toda", vulgo melhor amiga, dormiu na metade do primeiro filme, me deixando sozinha com os meus pensamentos e o resto do filme Contatos imediatos de 4º Grau para assistir. Eu não sei vocês mas odeio assistir um filme pela metade, mesmo que ele seja uma porcaria ou me der medo como esse está me dando. . . Ain amiga porque você me abandonou justo na pior parte do filme? Você foi tão cruel por fazer isso comigo que eu deveria te cortar do resto da historia ou te descrever como a bruxa do 71 do Chaves. 

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⏰ Last updated: Jul 09, 2017 ⏰

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Final Feliz? Acho que naoWhere stories live. Discover now